Festival Vale do Café estimula o turismo histórico-cultural no interior fluminense
16/07/2011Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O turismo cultural é a principal característica do Festival Vale do Café, que chega este ano à sua nona edição, com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O evento começa no próximo dia 22 de julho.
Idealizado pela harpista brasileira Cristina Braga, o evento congrega 14 municípios do interior fluminense, que têm a oportunidade de mostrar a turistas nacionais e estrangeiros um pouco da história, arte e das tradições da região, cujas fazendas seculares a tornaram conhecida como o Vale do Café.
O diretor-geral do festival, Nelson Drucker, disse, em entrevista à Agência Brasil, que o evento inova este ano, ao celebrar um acordo com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-RJ), para capacitação da mão de obra, inicialmente em três municípios, para que o turista seja mais bem atendido na região.
Durante os dez dias do festival, várias fazendas históricas abrem para visitação, oferecendo ao público um concerto e um café típico. Como o número de fazendas vem aumentando a cada ano – atualmente, são 14 -, Drucker disse que começará a ser feito um rodízio, a partir desta edição. “É interessante para o turista, porque ele vai conhecer mais fazendas”.
A Fazenda Santa Bárbara, por exemplo, tem o maior acervo sobre o imperador dom Pedro II. “O dono viaja, anualmente, pelo mundo, para comprar documentos sobre dom Pedro, em leilões, e contrata, no dia, um historiador para fazer a visita guiada”.
O festival leva também eventos gratuitos para as cidades. Todos os 14 municípios recebem, pelo menos, um evento gratuito de qualidade em praça pública, teatro ou igreja. Graças a acordo firmado com a Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, o balé do Theatro Municipal se apresentará em Paracambi, cidade com população de cerca de dez mil habitantes, “que nunca teve um movimento desses”. A orquestra e o coro do Theatro Municipal executarão trechos da ópera Nabuco, de Verdi, em Barra do Piraí.
O festival descobriu grandes trabalhos na região, na área da cultura. Em Barra Mansa, citou Drucker, a prefeitura tem um projeto de música nas escolas, com mais de 20 mil alunos da rede pública de ensino.”E tem uma orquestra que não deixa nada a dever às orquestras jovens do Rio de Janeiro”. A orquestra dos alunos de música vai se apresentar em quatro municípios.
O Vale do Café é rico também em termos de cultura popular, que reúne elementos da herança europeia, negra e indígena, declarou Drucker. Por isso, a edição 2011 do festival valoriza, pelo sétimo ano consecutivo, as raízes culturais do Vale do Paraíba fluminense, apresentando o Cortejo de Tradições. Mais de 200 artistas populares se apresentarão em praça pública nas cidades de Vassouras e Piraí, para mostrar o seu trabalho. “É dever nosso fazer o resgate cultural desse trabalho, para manter a tradição”.
Outro ponto importante do festival são os cursos gratuitos de música. Este ano, mais de 400 alunos estão inscritos, dos quais 204 são oriundos de movimentos sociais do estado, ligados à música, e recebem bolsas integrais, que incluem alimentação e hospedagem. Desde a primeira edição, o festival já inscreveu nos cursos de música em torno de 1,6 mil alunos.
O festival tem reflexo positivo sobre a economia local, gerando renda e contratação de mão de obra. “Os hotéis de Vassouras já estão lotados”, disse o diretor-geral. O evento remunera cerca de mil profissionais e acumula um público de mais de 600 mil pessoas desde a edição inicial, em 2003, de acordo com pesquisa do Sebrae. Na parte gastronômica, são realçados os pratos da culinária local, tanto nos restaurantes como nos botecos.
O festival será encerrado no dia 31 de julho, tendo como ponto alto da cerimônia a apresentação do Sarau Histórico na Fazenda Florença, localizada no município de Valença, que irá reviver um período marcante da história do Brasil. Ali, em 1887, durante a visita do conde d’Eu, marido da princesa Isabel, o único nobre negro do Império brasileiro, o fazendeiro Francisco Paulo de Almeida, foi agraciado com o título de barão de Guaraciaba. Atores e figurantes em trajes de época revivem no sarau a visita e a homenagem. O clima do século 19 será reforçado por um lanche da época, que será servido ao ar livre e incluirá comidas francesas e quitutes de origem africana.
Edição: Aécio Amado
Idealizado pela harpista brasileira Cristina Braga, o evento congrega 14 municípios do interior fluminense, que têm a oportunidade de mostrar a turistas nacionais e estrangeiros um pouco da história, arte e das tradições da região, cujas fazendas seculares a tornaram conhecida como o Vale do Café.
O diretor-geral do festival, Nelson Drucker, disse, em entrevista à Agência Brasil, que o evento inova este ano, ao celebrar um acordo com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-RJ), para capacitação da mão de obra, inicialmente em três municípios, para que o turista seja mais bem atendido na região.
Durante os dez dias do festival, várias fazendas históricas abrem para visitação, oferecendo ao público um concerto e um café típico. Como o número de fazendas vem aumentando a cada ano – atualmente, são 14 -, Drucker disse que começará a ser feito um rodízio, a partir desta edição. “É interessante para o turista, porque ele vai conhecer mais fazendas”.
A Fazenda Santa Bárbara, por exemplo, tem o maior acervo sobre o imperador dom Pedro II. “O dono viaja, anualmente, pelo mundo, para comprar documentos sobre dom Pedro, em leilões, e contrata, no dia, um historiador para fazer a visita guiada”.
O festival leva também eventos gratuitos para as cidades. Todos os 14 municípios recebem, pelo menos, um evento gratuito de qualidade em praça pública, teatro ou igreja. Graças a acordo firmado com a Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, o balé do Theatro Municipal se apresentará em Paracambi, cidade com população de cerca de dez mil habitantes, “que nunca teve um movimento desses”. A orquestra e o coro do Theatro Municipal executarão trechos da ópera Nabuco, de Verdi, em Barra do Piraí.
O festival descobriu grandes trabalhos na região, na área da cultura. Em Barra Mansa, citou Drucker, a prefeitura tem um projeto de música nas escolas, com mais de 20 mil alunos da rede pública de ensino.”E tem uma orquestra que não deixa nada a dever às orquestras jovens do Rio de Janeiro”. A orquestra dos alunos de música vai se apresentar em quatro municípios.
O Vale do Café é rico também em termos de cultura popular, que reúne elementos da herança europeia, negra e indígena, declarou Drucker. Por isso, a edição 2011 do festival valoriza, pelo sétimo ano consecutivo, as raízes culturais do Vale do Paraíba fluminense, apresentando o Cortejo de Tradições. Mais de 200 artistas populares se apresentarão em praça pública nas cidades de Vassouras e Piraí, para mostrar o seu trabalho. “É dever nosso fazer o resgate cultural desse trabalho, para manter a tradição”.
Outro ponto importante do festival são os cursos gratuitos de música. Este ano, mais de 400 alunos estão inscritos, dos quais 204 são oriundos de movimentos sociais do estado, ligados à música, e recebem bolsas integrais, que incluem alimentação e hospedagem. Desde a primeira edição, o festival já inscreveu nos cursos de música em torno de 1,6 mil alunos.
O festival tem reflexo positivo sobre a economia local, gerando renda e contratação de mão de obra. “Os hotéis de Vassouras já estão lotados”, disse o diretor-geral. O evento remunera cerca de mil profissionais e acumula um público de mais de 600 mil pessoas desde a edição inicial, em 2003, de acordo com pesquisa do Sebrae. Na parte gastronômica, são realçados os pratos da culinária local, tanto nos restaurantes como nos botecos.
O festival será encerrado no dia 31 de julho, tendo como ponto alto da cerimônia a apresentação do Sarau Histórico na Fazenda Florença, localizada no município de Valença, que irá reviver um período marcante da história do Brasil. Ali, em 1887, durante a visita do conde d’Eu, marido da princesa Isabel, o único nobre negro do Império brasileiro, o fazendeiro Francisco Paulo de Almeida, foi agraciado com o título de barão de Guaraciaba. Atores e figurantes em trajes de época revivem no sarau a visita e a homenagem. O clima do século 19 será reforçado por um lanche da época, que será servido ao ar livre e incluirá comidas francesas e quitutes de origem africana.
Edição: Aécio Amado
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