O
Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2015, divulgado na
quinta-feira, dia 3, revela que Macaé, no Norte Fluminense, e Itaperuna,
na região Noroeste, estão entre as dez melhores cidades do estado em
desenvolvimento socioeconômico. Macaé ocupa
a 5ª posição e Itaperuna está na 6ª colocação no ranking estadual – as
duas possuem classificação de alto desenvolvimento e estão na lista dos
500 municípios com melhor pontuação no país. A grande maioria das
cidades das regiões Norte e Noroeste Fluminense
registra desenvolvimento moderado (18 cidades) e duas possuem
desenvolvimento regular. O índice ressalta que cinco dos dez municípios
com menor pontuação no estado são das duas regiões: Cambuci, Varre-Sai,
Laje do Muriaé, Cardoso Moreira e Conceição de Macabu.
Criado
pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro) para acompanhar o desenvolvimento socioeconômico do país, o
IFDM avalia
as condições de Educação, Saúde, Emprego e Renda de todos os municípios
brasileiros. Em sua nova edição - com base em dados oficiais de 2013,
últimos disponíveis - o estudo traz comparações com outros anos da série
histórica, iniciada em 2005, e projeções
sobre a evolução do desenvolvimento por conta da deterioração do
cenário econômico.
O
índice varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o nível
de cada cidade em quatro categorias: desenvolvimento baixo (de 0 a 0,4),
regular
(0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1). Foram
avaliados 5.517 municípios, que abrigam 99,8% da população. Ficaram fora
do índice cinco cidades criadas recentemente, que ainda não possuem
dados suficientes para análise, e 48 que não
declararam ou possuem informações inconsistentes.
Entre
as vertentes analisadas, houve destaque positivo para os resultados do
IFDM Educação, especialmente na região Noroeste, onde estão localizados
cinco dos dez
municípios com os melhores resultados do estado do Rio. Santo Antônio
de Pádua e Bom Jesus do Itabapoana garantiram, inclusive, as maiores
pontuações no ranking estadual desse indicador. Pádua está também entre
os 500 maiores resultados de educação do país.
Doze cidades das regiões possuem alto desenvolvimento e dez registram
desempenho moderado nessa área. De 2012 para 2013, houve avanço no
indicador em 16 dos 22 municípios, com destaque para Laje do Muriaé
(+11,2%).
No
indicador de Saúde, sete cidades apresentam alto desenvolvimento, 14
possuem desenvolvimento moderado e uma tem desenvolvimento regular. O
destaque é Quissamã,
que teve o melhor resultado do estado nessa área e também conquistou
lugar entre os 100 maiores índices de saúde do Brasil. Em comparação com
2012, houve avanços nesta vertente em 15 dos 22 municípios, com
destaque para Italva (+17,7%).
Em
Emprego e Renda, Macaé foi a única cidade dessas regiões com alto
desenvolvimento e se posicionou entre os 100 maiores índices do país
nessa área, embora os primeiros
sinais de arrefecimento econômico tenham aparecido nos dados de 2013. O
município apresentou queda de 2,75% nesse indicador na comparação com a
medição de 2012. Outros dez municípios das duas regiões tiveram queda
em Emprego e Renda. Os recuos mais significativos
foram percebidos em Conceição de Macabu (-33%), São João da Barra
(-26,6%) e Cambuci (23,3%). A última, inclusive, está entre os 500
resultados mais baixos do país nessa área.
No
ranking das regiões, depois de Macaé (0,8227) e Itaperuna (0,8202),
está a cidade de Quissamã (0,7841). O município de Varre-Sai (0,5950)
ocupa a última posição
regional.
Crise econômica ameaça conquistas sociais no país
O IFDM indica que o desenvolvimento socioeconômico do país está
comprometido por conta do cenário econômico. Nesta nova edição, o índice
aponta que, já em 2013, a nota brasileira, composta pelos indicadores
de Educação, Saúde, Emprego e Renda, ficou em 0,7441
ponto, com aumento de apenas 0,2% na comparação com o ano anterior. Foi
o menor avanço desde o início da série histórica do índice, em 2005,
refletindo principalmente o desempenho negativo do IFDM Emprego e Renda.
O indicador recuou 4,3% na comparação com
2012 e atingiu 0,7023 ponto.
Em
2015, esse indicador de Emprego e Renda poderá atingir 0,5204 ponto –
menor patamar da série – já que o país deve perder mais de um milhão de
postos de trabalho formais e a
renda deve avançar menos que a inflação, corroendo o poder de compra do
trabalhador. Os municípios, que tendem a ficar à mercê da conjuntura
econômica, deverão ter menos recursos para expandir e, principalmente,
para manter os programas sociais que viabilizaram
o avanço nas áreas de Educação e Saúde nos últimos anos.
Na
avaliação de 2005 a 2013, a FIRJAN destaca que a nota geral do país
avançou 21,3%. Nestes oito anos, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu
35%, foram gerados quase 16 milhões
de postos de trabalho formais e houve aumento do rendimento médio em
28%. O bom desempenho da economia no período foi determinante para a
expansão de recursos – através do recebimento de tributos via
arrecadação própria ou transferências - para o financiamento
das políticas públicas e, consequentemente, para a maior atuação social
dos governos. Nesse período, a Despesa Orçamentária per capita média
das prefeituras nas áreas de Educação e Saúde registrou crescimento de
quase 80%, já descontados os efeitos da inflação.
E, em 2013, os indicadores de Educação e Saúde do índice atingiram
0,7615 e 0,7684 pontos, respectivamente.
Apesar
do avanço nos últimos anos, a Federação ressalta que em 2013 o gasto
per capita médio das prefeituras nessas áreas ficou estagnado e que
ainda existem desafios, já que pouco mais de um
terço dos municípios têm educação de qualidade e mais de quatro milhões
de brasileiros ainda vivem em cidades sem atenção básica de saúde. Um
dos alertas do estudo é sobre o desempenho dos alunos do Ensino
Fundamental no Ideb (Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica) – um dos componentes do IFDM Educação. Caso o avanço
(3,5%) observado em 2013 se mantenha nos próximos anos, o país só
alcançará em 2031 a meta de 6,0 pontos inicialmente prevista para 2021
pelo Ministério da Educação.
No ranking geral do IFDM, a FIRJAN aponta que 60,3% das cidades possuem
desenvolvimento moderado e apenas 7,8% registram alto desenvolvimento. O
destaque positivo do índice é a cidade de Extrema (MG) - que obteve
0,9050 ponto e saiu da 569ª colocação em 2005
para a primeira posição no ranking nacional em 2013 - seguida de São
José do Rio Preto (SP), Indaiatuba (SP), São Caetano do Sul (SP),
Vinhedo (SP), Concórdia (SP), Votuporanga (SP), Paraguaçu Paulista (SP),
Jundiaí (SP) e Santos (SP), que está na 10ª posição
– todas com alto nível de desenvolvimento.
Já o último colocado no ranking nacional, com 0,2763 ponto e no 5.517º
lugar, está o município de Santa Rosa do Purus (AC). A cidade possui
mercado de trabalho formal estagnado; apenas 16,4% de seus docentes
possuem nível superior, em contraste com 79% do país;
e somente 7,9% de suas gestantes vão a mais de seis consultas pré-natal
- conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde - frente à
média nacional de 61,8%.
Norte e Nordeste têm quase 70% das cidades com desenvolvimento regular ou baixo
As
regiões Norte e Nordeste têm quase 70% de suas cidades com
desenvolvimento regular ou baixo: no Norte são 67,2% e no Nordeste,
69,1%. A região Norte não possui nenhum município
com alto desenvolvimento. Já a região Nordeste tem apenas dois
municípios nesta classificação: Eusébio (0,8782) e Sobral (0,8197),
ambos do Ceará.
As
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste continuam mais avançadas. O Sul do
país é a região mais desenvolvida, com quase a totalidade (96,8%) de
seus municípios com desenvolvimento
alto ou moderado. O elevado desenvolvimento socioeconômico da região é
observado de maneira homogênea nos três estados: o percentual de cidades
com pontuação alta ou moderada é de 96% no Paraná, 96,3% no Rio Grande
do Sul e de 98,6% em Santa Catarina.
No
Sudeste, 91,5% dos municípios apresentam desenvolvimento alto ou
moderado. A região possui a maior quantidade de cidades no estrato
superior do ranking brasileiro do IFDM, respondendo
por 65 das cem maiores pontuações, das quais 56 são do estado de São
Paulo. Já o Centro-Oeste possui 86,4% de suas cidades com
desenvolvimento moderado ou alto, cada vez mais próximo dos padrões
observados nas regiões Sul e Sudeste. O resultado mostra que
o desenvolvimento econômico da região, reflexo da ascensão do
agronegócio, se converteu em conquistas importantes nas áreas de
educação e saúde.
Curitiba é a capital com melhor desenvolvimento socieconômico
Nesta
edição do IFDM, apenas oito capitais apresentam alto desenvolvimento,
enquanto as demais registram desenvolvimento moderado. Curitiba (PR)
ficou com a melhor pontuação no
ranking (0,8618). A cidade registrou crescimento de 4,3% no indicador
de Emprego e Renda, o que resultou em uma variação de 1,4% no índice
geral. Com isso, passou da terceira para a primeira posição no ranking.
São
Paulo (SP) registrou 0,8492 ponto e manteve a segunda colocação, apesar
da leve variação negativa em relação à medição anterior (-0,3%), por
conta da queda na vertente Emprego
e Renda, já refletindo o início da desaceleração econômica naquele ano.
Na
terceira posição do ranking das capitais está Vitória (ES), que obteve
0,8421 ponto, seguida de Florianópolis (SC), que foi a primeira colocada
em 2012, mas caiu para a quarta
posição por conta do impacto negativo dos seus índices de Emprego e
Renda e de Educação. Na quinta posição está o Rio de Janeiro (RJ), que
teve variação positiva em todas as vertentes.
Em
17 capitais foi verificada a redução no IFDM Emprego e Renda. Essa
queda mitigou a melhora nas vertentes de Educação e Saúde, em que foram
observados avanços em 22 e 16 capitais,
respectivamente.
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O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2015, com análises especiais e rankings, pode ser acessado através
do site http://www.firjan.com.br/ifdm.
Assessoria de Imprensa Itaperuna, do Sistema Firjan