UMA ANÁLISE DA ATUAL ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE MIRACEMA
Outro olhar sobre algumas ponderações a favor da administração municipal proferidas no blog particular de um de seus membros:
- O dinheiro que vem sendo gasto para pagar cachê de grandes artistas que ultimamente vêm se apresentando nas festas de Miracema são originárias dos royalties do petróleo. Será que a administração não sabe, ou não quer saber, que tal verba deve ser aplicada em investimentos de longo prazo e não em despesas. Ainda mais sabendo que a verba dos royalties pode acabar de uma hora pra outra, e a unanimidade de consultores de gestão pública indicam que essa verba dos royalties deve ser aplicada com vistas à geração de renda no futuro para o município. Onde foi parar o bom senso desta administração municipal? Alegar que o gasto da verba dos royalties com estratosféricas festas ajuda pequenos montadores de barraca de comércio e corrobora com o desenvolvimento de Miracema, só pode ser argumento de quem não tem imaginação ou competência para melhor aplicar tal verba. Nada contra as festas, os artistas e os humildes montadores de barraca de comércio, mas a utilização deste pretexto afronta e subjuga a inteligência do povo e é, no mínimo, exacerbado oportunismo populista.
- A utilização de maquinário público em propriedade particular, como a que ocorreu recentemente na demolição de uma casa e virou caso de polícia, afronta o povo e as autoridades. Alegar que a administração municipal tinha necessidade do entulho de obra da demolição não justifica a distribuição de benesses públicas a particulares. Por que somente alguns cidadãos deveriam ser beneficiados com relevante ajuda pública em suas obras particulares? Se o entulho de obra é necessário nas estradas vicinais do município, então, toda obra de particular que gerar entulho deveria ter a ajuda do município, não? Em que país pensa esta administração que estamos? A lei no nosso país não permite que equipamentos públicos sejam indiscriminadamente utilizados em obras de construção civil de particulares. E pronto: não tem justificativa para uma arbitrariedade dessas.
- Ao contrário do que diz a administração, a política adotada no município não tem sido voltada para a classe menos favorecida de nosso município. Pois a quem a administração municipal realmente vem prejudicando ao não repassar verba que outrora era destinada ao Hospital de Miracema? Claro, a classe menos favorecida de Miracema, pois é esta classe que está tendo de se virar para conseguir dinheiro para pagar à assistência médica particular que necessita, quando a doença chega e não pode ser protelada. Não são aos administradores do HM e trabalhadores que lá labutam, bem como as classes mais afortunadas, que o não repasse de tal verba está prejudicando.
- Os tempos mudaram. A administração talvez pense (eu acho!) que ainda estamos no tempo de mais de três mandados atrás, onde muito se podia sem maiores explicações para a população. Pois ela (a administração) acha que pintar (caiar) de branco os meios-fios das calçadas das ruas (que atitude mais antiquada, desnecessária e fora de moda!) muda a forma como as pessoas avalia o administrador. Todavia os oitis da rua Direita e muitos outros de demais ruas da cidade não foram podados, enquanto os das ruas por onde passaria a caravana das autoridades que visitariam o município estavam impiedosamente (pra não dizer excessivamente) podados. Será que não havia dinheiro disponível para podar (decentemente) os demais oitis da nossa cidade?
Considerações sobre o asfaltamento das ruas da cidade:
- É, a rua dos Gabrieis está sendo asfaltada. Pois muito bem, já que não foi possível para a administração manter o calçamento que ali existe em condições normais para tráfego, o melhor seria mesmo asfaltá-la. Esperamos que previamente ao referido asfaltamento, a administração do município tenha tido a preocupação de encomendar estudo de impacto ambiental. Sabemos que a rua dos Gabrieis está num nível de aterramento acima da rua Melquíades Picanço (rua Nova). Com a impermeabilização da rua dos Gabrieis com asfalto, a água decorrente de fortes tempestades vai, naturalmente, afluir na rua Nova. Será que esta rua está preparada para receber volume maior de água? Outra pergunta: como a rua dos Gabrieis é de acesso ao Hospital de Miracema, será que nela pode haver os inevitáveis quebras-molas que normalmente são exigidos em ruas longas asfaltadas, para evitar acidentes? Se não, haverá então “pardais” para coibir o excesso de velocidade?
- É certo que Miracema pode receber turistas para observarem o conjunto arquitetônico das construções do início do século passado, assim como é certíssimo que não vamos receber nenhum turista para ver construções que igualmente são vistas em qualquer cidade “moderna”. O calçamento do centro da cidade, onde está localizada a maior parte das construções antigas, integra a paisagem e a atmosfera daquele tempo. Portanto, o bom senso indica que o referido calçamento deve ser preservado juntamente com o casario que o adorna. Muitas cidades brasileiras que no passado asfaltaram seus centros históricos voltaram atrás e repuseram os paralelepípedos exatamente como eles eram.
- Soubemos, tempos atrás, por intermédio de desastrado decreto editado pela atual administração, que esta gestão teve a intenção de revogar o tombamento dos calçamentos das ruas do centro da cidade. Esperamos que este episódio esteja enterrado no passado e que a luz da sensibilidade para enxergar o valor histórico e a importância deste calçamento ilumine todos nós.