Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue
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O estado do Rio de Janeiro registrou mais de 56,5 mil casos
suspeitos de dengue em 2015, com 19 mortes confirmadas pela Secretaria
de Estado de Saúde. Em 2014, foram notificados 7.819 casos da doença e
dez mortes. A maior parte dos casos foi registrada no Médio Paraíba e
sul fluminense. Somente em Resende, sete pessoas morreram depois de
infectadas pelo vírus do Aedes aegypti.
As
notificações foram compiladas pela Secretaria de Estado de Saúde, a
partir de dados inseridos no sistema pelos municípios do estado até 21
de outubro. No momento, nenhum município registra epidemia da doença.
O
superintendente de Vigilância Epidemiológica da secretaria, Mário
Sérgio Ribeiro, informou que a mudança brusca de um ano para outro pode
ser explicada pela dinâmica da doença, que envolve quatro vírus
diferentes circulando no país, e também pelas mudanças na temperatura e
pela estiagem.
“Tivemos epidemia em 2012 e 2013 por Dengue 4. Em
2011, tivemos a reintrodução do vírus 1, que foi transmitido aos poucos
até tomar força em 2015. Sempre que há reintrodução de vírus há uma
população suscetível e reedição de surtos”, acrescentou Ribeiro.
Segundo
ele, em momentos de baixa transmissão a população fica menos alerta aos
cuidados de prevenção de proliferação do mosquito. Por esse motivo, a
Campanha 10 Minutos Contra a Dengue, da Secretaria de Estado de Saúde.
será intensificada em novembro.
Conforme o superintendente, o
objetivo é estimular a população a investir 10 minutos por semana para
eliminar possíveis criadouros nas residências.
Mário Sérgio
assegurou que a rede de assistência está preparada com centros de
tratamento. Disse ainda que a secretaria capacitou mais de 3 mil
profissionais de saúde para padronizar o atendimento a pacientes com a
doença.
As mortes, segundo ele, ocorrem geralmente quando a
pessoa infectada é criança, idoso ou gestante ou tem doença
pré-existente e procura tardiamente atendimento médico. “Quanto antes o
médico diagnosticar, mais cedo se começa o tratamento, o paciente será
hidratado e dificilmente evoluirá para um quadro mais grave.”
Ribeiro
destacou que, na série histórica, os número de 2015 não são os mais
altos. “Claro que 19 óbitos é muito. Não devia morrer ninguém, mas,
quando falamos em epidemiologia, observamos que houve outros anos muito
piores, como 2008, com quase 260 mil casos, e 2012, com mais de 220 mil
casos de dengue. Sempre é uma preocupação. Temos de olhar para
frente, pois os números de 2015 são uma sinalização de que a situação
pode aumentar no ano que vem.”
O site do
programa da Secretaria de Estado de Saúde traz informações sobre a
campanha dos 10 Minutos Contra a Dengue, entre elas folhetos
explicativos, lista de ações semanais, tirinhas do personagem
Mosquiteiro e espaço para marcar a data em que o morador fez a vistoria
em casa. Nas redes sociais, também é possível também fazer sua parte,
seguindo o perfil www.twitter.com/RioContraDengue.
Edição: Armando Cardoso
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