O Dia Nacional do Choro, 23 de abril, foi instituído no ano de 2000
em homenagem ao compositor Alfredo da Rocha Viana, o Pixinguinha,
nascido nesta data em 1897. Este ano, no entanto, a comemoração não será
nesta quinta-feira (23), feriado estadual no Rio de Janeiro devido ao
Dia de São Jorge, mas no próximo fim de semana, dias 25 e 26. Estão
programados um festival ao ar livre e a a inauguração da Casa do Choro, o
primeiro centro de referência do gênero na cidade onde ele foi criado.
A
Casa do Choro está instalada em um sobrado da Rua da Carioca, no
centro, construído em 1902, com arquitetura de inspiração mourisca, em
voga na época. O prédio, embora tombado pelo Instituto Estadual do
Patrimônio Cultural, estava em ruínas ao ser cedido pelo governo
fluminense ao Instituto Casa do Choro, responsável pela implantação do
espaço cultural.
A restauração contou com apoio financeiro de R$ 3
milhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), patrocínio da Petrobras e incentivo da Lei Rouanet. No prédio
foram instaladas oito salas de aula, estúdio, centro de pesquisa e um
auditório para shows e palestras.
“A criação do espaço
é, antes de mais nada, uma atitude de respeito para com a mais antiga e
rica música instrumental brasileira”, diz a compositora e cavaquinista
Luciana Rabello, presidenta do Instituto Casa do Choro. Da diretoria da
instituição fazem parte ainda o compositor, arranjador e violonista
Mauricio Carrilho, na vice-presidência, os também músicos Jayme Vignoli,
Paulo Aragão e Pedro Aragão e o produtor César Carrilho. O conselho do
Instituto é composto por artistas como o poeta e produtor musical
Hermínio Bello de Carvalho, os compositores Dori Caymmi e Paulo César
Pinheiro e a cantora Maria Bethânia.
O Instituto Casa do Choro é
responsável pela Escola Portátil de Música, onde, desde o ano 2000,
passaram mais de 10 mil estudantes. Atualmente, a instituição mantém
aproximadamente 1,1 mil alunos matriculados nas oficinas, promovidas na
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
O apoio financeiro do BNDES também possibilitou a disponibilização, na internet, de um acervo com mais de 15 mil
partituras relacionadas ao repertório do choro, datadas desde o século
19, além de 2 mil discos, entre LPs e 78 rotações, e vasto material
bibliográfico e iconográfico.
A inauguração, às 11h deste sábado,
marca a abertura do VI Festival Nacional do Choro, que vai reunir, em
sucessivas apresentações gratuitas e ao ar livre, Praça Tiradentes, 20
grupos, num total de 160 chorões, de todo o Brasil. Entre os que vão se
apresentar no sábado e no domingo estão os grupos Galo Preto, Camerata
Brasilis, Água de Moringa, Época de Ouro, Nó em Pingo D'água, Trio
Madeira Brasil e Quarteto Maogani.
O festival terá ainda a
presença de músicos consagrados do gênero, como Hamilton de Holanda,
Yamandu Costa, Zé Paulo Becker, Joel Nascimento, Déo Rian, Henrique
Cazes, Maurício Carrilho, Luciana Rabello, Cristóvão Bastos e Zé da
Velha.
De segunda-feira (27) a quinta-feira (30), uma série de
sete palestras sobre o panorama do choro em várias partes do país vai
dar ao público uma primeira oportunidade de conhecer as instalações da
Casa do Choro. A visitação, no entanto, só terá início no segundo
semestre e será gratuita, exceto em dias de apresentações artísticas,
pois essas receitas ajudarão a custear a manutenção do espaço.
Tanto
no auditório de 120 lugares, no térreo do prédio, quanto no último
andar, a Casa do Choro terá uma programação de palestras, workshops e encontros musicais, incluindo rodas de choro no fim da tarde e no horário de almoço.
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