O cultivo de uvas, uma alternativa de aumento da
renda familiar com retorno rápido sobre o investimento, está despertando o
interesse de produtores rurais de Valão do Barro, segundo distrito de São
Sebastião do Alto, na Região Serrana. Na última quarta-feira (8/5), dezesseis
agricultores da localidade participaram de uma excursão a Cambuci, no Noroeste
Fluminense, para conhecer a lavoura dos irmãos Gilmar e Jocimar Veloso, da
microbacia Valão da Onça.
A visita foi uma iniciativa da Emater-Rio,
em parceria com o Programa Frutificar, da Secretaria de Agricultura, com o
apoio da Prefeitura de São Sebastião do Alto, para incentivar a diversificação
produtiva e a fruticultura nas microbacias onde o Rio Rural está iniciando seus
trabalhos.
- Queremos aproveitar que o programa está
chegando à fase de sorteio nas microbacias São Manoel e Guarani para, de acordo
com o interesse do produtor, incentivar a implantação de novas culturas - disse
o supervisor local da Emater-Rio de São Sebastião do Alto, Almir Vogas, responsável
pela organização do evento.
Os irmãos Veloso, que abriram a porteira do
sítio para disseminar sua experiência, atualmente plantam uva, maracujá, banana
e olerícolas, em uma propriedade de 4,5 alqueires.
- Deixamos as lavouras de tomate e apostamos
na diversificação. No caso das uvas, foi uma ousadia. Plantamos 200 pés com
recursos próprios e deu certo, vendemos toda a produção. Agora vamos plantar
mais 300 pés - conta Jocimar.
Eles investiram cerca de R$ 8 mil na
lavoura da uva niágara rosada. Na primeira safra, em dezembro passado, colheram
500 kg. No auge da produção, daqui a quatro anos, a estimativa é de 10 kg por
planta.
- Trata-se de uma lavoura com investimento
alto, mas de rápido retorno para o agricultor - esclarece Denilson Caetano Leal,
técnico do Programa Frutificar que presta assistência técnica na propriedade.
Ele forneceu informações sobre o manejo de cada cultura, esclareceu dúvidas e
apresentou o programa, que financia até R$ 50 mil, com juros de 2% ao ano, para
implantação de lavouras frutíferas em todo o estado.
Variedade de culturas
Para os agricultores do Valão do Barro, o
intercâmbio valeu a pena, principalmente porque eles puderam conhecer vários
plantios numa única propriedade. No caso da banana, já cultivada por alguns dos
participantes, a homogeneidade do pomar foi o que chamou a atenção.
- Nunca vi lavoura tão bonita, com plantas tão
bem tratadas - disse João Batista Sabina, morador da microbacia Guarani. O agricultor
já tem produção diversificada – maracujá, banana prata, aipim, coco, eucalipto
– e saiu do dia de campo com interesse em produzir uvas.
- Aprendi que o manejo correto pode melhorar o
cultivo, tornando-o mais produtivo e rentável - concluiu João.
Leocádia Daflon também ficou impressionada.
- Eles produzem muito em uma área pequena -
observou. Ela herdou dos pais o sítio Praia de Areia e quer retomar a alta
produtividade nos dez alqueires disponíveis.
- Quem tem terra, tem que produzir. Sou
apaixonada por lavoura e sempre sonhei em plantar uva. Agora sei que é possível
implantar esta lavoura na minha região - disse Leocádia.
Técnico da Emater-Rio de Cambuci, Ademir Peres de
Souza acredita que a visitação proporciona um aprendizado amplo para todos.
- Esta troca de experiências entre os técnicos e
agricultores é muito enriquecedora. Cada um tem uma experiência diferente que
pode acrescentar algo positivo ao conhecimento do outro - disse. Os
extensionistas José Reinaldo, Alcenir Botelho e Luis Alberto Ribeiro, da
Emater-Rio de São Sebastião do Alto, também participaram do dia de campo.
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