O superintendente de saúde coletiva da prefeitura de Campos dos
Goytacazes, Charbel Kury, pediu hoje (31) que grávidas, idosos e
mulheres que tiveram filhos recentemente não deixem de tomar a vacina
contra a influenza A (H1N1), doença que teve cinco casos na cidade desde
março. Em entrevista à Agência Brasil, o
superintendente afirmou que, na última campanha de vacinação, encerrada
em 17 de maio, 80% das grávidas e 90% idosos foram vacinados, mas os
remanescentes são os que correm maior risco de contaminação e de
agravamento da doença.
"Deixamos a vacina disponível em todos os postos mesmo depois da
campanha, para quem é do grupo de risco e para quem não é. O que não
queremos é óbito", disse o superintendente, que informou que crianças e
profissionais de saúde, que também estão no grupo de risco, atingiram os
100% de vacinação.
Charbel afirmou que os cuidados com a doença precisam ser
constantes, porque ela já se tornou uma gripe sazonal - frequente em
determinada época - com cerca de cinco a dez casos registrados
anualmente. Em 2009, ano da pandemia, a cidade teve 20 mortes, sendo
quase metade grávidas. Ao todo, foram 250 casos confirmados.
Dos cinco casos deste ano, dois foram em gestantes, um em uma
criança de 2 anos e outro em um bebê. Uma das grávidas chegou a ficar
internada por três dias, mas reagiu bem após o uso do antiviral Tamiflu e
recebeu alta. De acordo com o superintendente, todos passam bem. Em
três deles foi confirmada laboratorialmente a Gripe A e, nos outros
dois, houve diagnóstico médico e tratamento como tal. Apesar disso, não
ficou comprovado que a causa foi o vírus Influenza H1N1, o que
Charbel vê como uma possibilidade: "É um vírus que está circulando e vai
continuar por mais dez ou 15 anos, mas não é mais pandêmico. Se tornou
sazonal, tanto que foi incluído na campanha de vacinação".
O superintendente também enfatizou que é preciso estar atento aos
sintomas: febre alta, cansaço e tosse. Quem faz parte do grupo risco
deve procurar um médico mesmo que a temperatura alta não venha
acompanhada da fadiga. A influenza A (H1N1) é considerada mais perigosa
que a comum por ter maior capacidade de penetração no tecido
respiratório, evoluindo mais facilmente para uma pneumonia.
Além da vacina, hábitos de higiene podem prevenir a contaminação,
como o uso de toalhas e copos descartáveis em locais públicos, proteger o
rosto quando tossir ou respirar e lavar as mãos sempre que fizer isso.
"Todo mundo fortaleceu a higiene em 2009, mas já esqueceu. São situações
básicas em que o vírus da gripe fica vivo".
Até o dia 11 de maio, o Ministério da Saúde registrou 388 casos de
gripe A e 61 mortes no país. A maior parte deles, 328, foi confirmada em
São Paulo, onde houve 55 óbitos. No Rio, foram três casos até essa data
e nenhuma morte.
Agência Brasil
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