Diferentemente de outras áreas do Rio de Janeiro, a região não contou com
empreendimentos que estancassem um lento processo de esvaziamento populacional
"O
Noroeste fluminense deveria merecer um atenção especial do governo estadual.
Desde meados do século passado, quando foram postos em prática os últimos
programas governamentais que estimulavam a erradicação de cafezais, a região
não encontrou mais uma vocação capaz de estancar um lento processo de
esvaziamento econômico e populacional. Atividades produtivas isoladas, como o
da indústria de granito e pedras ornamentais, não foram suficientes para
dinamizar o Noroeste como um todo. Assim, diferentemente das demais regiões do
Estado, o Noroeste não tem conseguido aumentar a participação relativa na
geração de renda no Rio de Janeiro.
O Norte,
por exemplo, tem no setor de petróleo e gás uma forte alavanca. O Sul vai se
consolidando com uma importante indústria automobilística e o polo
metalmecânico. O Médio Paraíba tem atraído variados tipos de indústrias
(beneficiamento de leite, carrocerias de ônibus, embalagens, etc.). As baixadas
Fluminense e Litorânea, assim como a região Serrana, tendem a usufruir dos impactos
positivos da recuperação da cidade do Rio de Janeiro e de grandes
empreendimentos que estão em andamento em seus extremos (Itaguaí e Itaboraí),
além de investimentos na infraestrutura de transportes, como Arco
Metropolitano, a nova subida para Petrópolis, o terminal logístico da MRS.
Mas, como repórteres do GLOBO constaram ao visitar municípios da região, nas pequenas localidade do Noroeste Fluminense jovens continuam sonhando em seguir o exemplo de outros parentes próximos que migraram para cidades com mais dinamismo.
Incentivos
fiscais não conseguiram reverter o lento processo de esvaziamento, talvez
porque não tenham conseguido atrair investimentos que pudessem revitalizar as
vocações da região. O café de qualidade já reapareceu em Varre-Sai, por exemplo.
O gado de alto rendimento também mostra ter razoável potencial. O quê então
falta fazer?
Alguns
projetos estruturantes sem dúvida podem ajudar nesse impulso que a região
precisa. O governo federal espera incluir a futura hidrelétrica de Itaocara no
leilão de energia programado para o fim deste ano. É uma obra que se estenderá
por cinco anos. Será uma oportunidade para que muitos trabalhadores hoje
ocupados na construção pesada na região metropolitana, agora com razoável
qualificação, retornem aos municípios de origem. O empreendimento, depois,
proporcionará uma receita permanente (royalties) para as localidades situadas
na sua área de impacto. Outro projeto-chave, e que já faz parte dos planos do
governo federal, é a ferrovia que interligará parte do Centro-Oeste do país,
passando por Minas Gerais, ao porto do Açu. Nesse caso, o Noroeste se
integraria mais às mudanças que estão ocorrendo na região vizinha. Assunto a
constar da agenda do próximo governo."
Um comentário:
Com as recentes polêmicas criadas entre SP e RJ a respeito das vazantes do Rio Paraíba do Sul, e a seca que assola SP e outras regiões, inclusive o Noroeste Fluminense, fica difícil acreditar que o projeto da hidrelétrica de Itaocara vá seguir em frente. Contudo, esperar para ver!
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