Agricultores
familiares de Italva, no Noroeste Fluminense, uniram-se para proteger o
ambiente. Com o apoio da Emater-Rio, 15 produtores optaram pelos subprojetos
ambientais do programa Rio Rural, da Secretaria de Agricultura, e fizeram
compra coletiva de eucalipto tratado, arame farpado e grampos, material
necessário para proteger nascentes e isolar áreas de recarga no topo dos
morros. A compra conjunta gerou economia e a comodidade de ter o produto
entregue em domicílio, com frete gratuito.
A microbacia Valão do Carcanjo concentra o maior número destes subprojetos, já implantados ou em fase de implantação, com 12 beneficiários. Pai e filho, Samuel e Cláudio Silveira trabalham juntos com bovinocultura leiteira há 27 anos no sítio Taipabas. Samuel isolou a área de recarga e fez adubação orgânica, enquanto Cláudio protegeu duas nascentes em uma mesma área.
- Foi melhor para proteger o terreno. Além disso, não falta mais água para os animais, nem para a irrigação da capineira - disse o pecuarista.
Paulo Saraiva Neto, engenheiro florestal da Emater-Rio e executor do Rio Rural, esclarece que o isolamento da área evitou a perda de parte do terreno, que já havia cedido em período chuvoso.
- Nesta microbacia, são comuns áreas de pastagens com nascentes, a maioria em terreno frágil e declividade acentuada, com alto grau de perturbação. Mostramos aos produtores que a proteção não visa apenas atender à legislação, mas que traz muitos benefícios para a dinâmica dos recursos hídricos e para a recuperação dos terrenos - explicou.
O trabalho de conscientização deu resultados. Além do alto grau de adesão dos produtores rurais, muitos já pensam em enriquecer a área protegida com o plantio de espécies nativas. O pecuarista Licério Rocha protegeu a nascente e está isolando a área de recarga, com apoio do Rio Rural.
- Faz só três meses e já aumentou o fluxo de água - afirmou o dono do sítio Califórnia, que decidiu isolar outra área com recursos próprios.
- Fiz um acordo com meu vizinho. Vou colocar a cerca de um lado e ele vai colocar do outro. Além de proteger o ambiente, isso evita que o nosso gado se misture - disse o agricultor.
O secretário de Agricultura, Christino Áureo, destaca que a metodologia de desenvolvimento participativo do Rio Rural contribui para otimizar os investimentos realizados.
- A união dos agricultores a partir dos comitês de microbacias, incentivada também através do associativismo, gera um retorno elevado para o produtor e sua comunidade, favorecendo a economia rural e também o meio ambiente - avalia.
Projetos impulsionam a agricultura familiar
Somente neste ano, o Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura, investiu cerca de R$ 320 mil em projetos que beneficiam diretamente os agricultores familiares de Italva.
- Estes recursos impulsionam a economia e dão suporte para que o agricultor familiar progrida com sustentabilidade, preservando e utilizando adequadamente os recursos naturais disponíveis - disse o supervisor local da Emater-Rio, Carlos Marconi Rezende.
Na área ambiental, foram investidos mais de R$ 106 mil pelo Rio Rural em 54 subprojetos. São 29 isolamentos de área de recarga, 10 nascentes protegidas e uma recuperação de mata ciliar, preservando 36,6 hectares que correspondem a 3,5% da cobertura nativa do município. Além disso, houve também compra de 116 toneladas de fertilizantes orgânicos para 14 projetos de adubação.
O Rio Rural subsidiou, ainda, a implantação de 64 subprojetos econômicos, a maioria voltada à pecuária leiteira, com investimento de quase R$ 173 mil. E através do programa Rio Leite estão sendo instalados três tanques de expansão para associações de produtores – mais R$ 40,4 mil em investimentos na cadeia produtiva do leite, principal atividade agrícola do município.
Atualmente, o Rio Rural trabalha cinco microbacias em Italva, sendo três delas com subprojetos já implantados e duas em fase de elaboração do Plano Executor da Microbacia, com sorteio de subprojetos agendados para o final de outubro.
Imprensa RJ
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