Bolsa Família é única renda de 88% dos beneficiários
E quando conseguem trabalho 50% ficam nele menos de um ano; 30% perdem emprego em até seis meses
Tânia Monteiro
O Estado de S. Paulo - 27/05/2011
Apesar de o governo repassar anualmente R$ 15 bilhões para o atendimento a cerca de 13 milhões de famílias com Bolsa Família, a porta de saída do programa continua muito distante: 88% dos beneficiados nunca conseguiram ter um único rendimento mensal proveniente do mercado formal de trabalho, entre 2004 e 2007.
Dos 51,4 milhões de pessoas entre 16 e 64 anos registradas no Cadastro Único do Bolsa Família, apenas 6,4 milhões, o que representa 12%, apresentaram renda além do benefício pago pelo governo federal.
Os problemas enfrentados pelas pessoas atendidas pelo programa constam do estudo do doutor em estatística Alexandre Leichsenring apresentado no 4º Congresso do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad), em Brasília, que teve início na quarta-feira e se encerra hoje.
O estudo cita desde a baixa escolaridade até a falta de creches para que os pais possam deixar os filhos pequenos na hora de ir trabalhar. Essas dificuldades impedem que essas pessoas, de fato, consigam sair da situação de pobreza.
A pesquisa revelou também que a inserção dos beneficiados pelo Bolsa Família no mercado, além de baixa, é precária. Quando contratados, 50% dos beneficiários ficam empregados menos de um ano e 30% perdem o emprego em menos de seis meses.
"No universo do Cadastro Único as taxas de desligamento são 42% maiores para os beneficiários do Bolsa Família do que para os que não são atendidos pelo programa", explica Leichsenring.
Desafios. Na opinião do secretário de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro, e presidente do Consad, Sergio Ruy Barbosa, os dados são "emblemáticos".
Ele reconhece a importância do Bolsa Família no processo de redução da pobreza no Brasil, mas ressalva que "os números desse estudo deixam claro que uma única política social não tem como vencer a pobreza sozinha". E defende: "É preciso ampliar as ações e os envolvidos nesse processo, além de que é preciso aumentar a articulação entre os diferentes setores do governo para oferecer a essas famílias serviços que lhe garantam a perspectiva de uma cidadania plena."
Um dos motivos para os beneficiados pelo Bolsa Família não conseguirem emprego no mercado de trabalho formal é a baixa escolaridade: 15,8% dos que têm mais de 25 anos e recebem o benefício são analfabetos; 65,3% não concluíram o ensino fundamental e menos de 10% conseguiram finalizar o ensino médio. "Essa situação compromete as oportunidades de inserção no mercado laboral, que se dá em geral em postos de trabalho de baixa qualidade, no setor informal, com baixas remunerações", argumenta Leichsenring.
Dos 51,4 milhões de pessoas entre 16 e 64 anos registradas no Cadastro Único do Bolsa Família, apenas 6,4 milhões, o que representa 12%, apresentaram renda além do benefício pago pelo governo federal.
Os problemas enfrentados pelas pessoas atendidas pelo programa constam do estudo do doutor em estatística Alexandre Leichsenring apresentado no 4º Congresso do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad), em Brasília, que teve início na quarta-feira e se encerra hoje.
O estudo cita desde a baixa escolaridade até a falta de creches para que os pais possam deixar os filhos pequenos na hora de ir trabalhar. Essas dificuldades impedem que essas pessoas, de fato, consigam sair da situação de pobreza.
A pesquisa revelou também que a inserção dos beneficiados pelo Bolsa Família no mercado, além de baixa, é precária. Quando contratados, 50% dos beneficiários ficam empregados menos de um ano e 30% perdem o emprego em menos de seis meses.
"No universo do Cadastro Único as taxas de desligamento são 42% maiores para os beneficiários do Bolsa Família do que para os que não são atendidos pelo programa", explica Leichsenring.
Desafios. Na opinião do secretário de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro, e presidente do Consad, Sergio Ruy Barbosa, os dados são "emblemáticos".
Ele reconhece a importância do Bolsa Família no processo de redução da pobreza no Brasil, mas ressalva que "os números desse estudo deixam claro que uma única política social não tem como vencer a pobreza sozinha". E defende: "É preciso ampliar as ações e os envolvidos nesse processo, além de que é preciso aumentar a articulação entre os diferentes setores do governo para oferecer a essas famílias serviços que lhe garantam a perspectiva de uma cidadania plena."
Um dos motivos para os beneficiados pelo Bolsa Família não conseguirem emprego no mercado de trabalho formal é a baixa escolaridade: 15,8% dos que têm mais de 25 anos e recebem o benefício são analfabetos; 65,3% não concluíram o ensino fundamental e menos de 10% conseguiram finalizar o ensino médio. "Essa situação compromete as oportunidades de inserção no mercado laboral, que se dá em geral em postos de trabalho de baixa qualidade, no setor informal, com baixas remunerações", argumenta Leichsenring.
Um comentário:
Amigo Hélcio
Diz-se que mais de 10% se encontram abaixo da linha de miséria ou seja de renda familiar de menos de 70% por mês.
Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.
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