ARTIGO SOBRE O NOROESTE FLUMINENSE
Encontrei na rede um artigo escrito pelo Cientista Social e Dr. em Planejamento Regional José Luiz Vianna da Cruz. Gostei muito e resolvi compartilhar no blog. Título do artigo: Os desafios do Norte e do Noroeste Fluminenses frente aos grandes projetos estratégicos (copiar e colar o título num site de busca para ver o artigo).
“O artigo se propõe chamar a atenção – ante às grandes intervenções econômicas sobre o território, em curso e anunciadas, nas frentes de ação governamental e empresarial, para o Norte (NF) e Noroeste (NOF) Fluminenses – para alguns aspectos que devem ser levados em conta, com o intuito de evitar o ocorrido em outras experiências semelhantes, já conhecidas e avaliadas, que geraram, ao lado da geração de riquezas, passivos ambientais e sociais, alguns difíceis de reverter, capazes de comprometer o futuro da sociedade.”
Breve histórico do Noroeste Fluminense descrito no artigo:
"A região Noroeste Fluminense foi criada em 1987, no Governo Moreira Franco, pelo desmembramento da região Norte Fluminense, após décadas de reivindicação regionalista nesse sentido, na busca da “independência” com relação ao Norte Fluminense, mais particularmente com relação a Campos dos Goytacazes, que monopolizava a atenção e os recursos dos da iniciativa privada e dos governos estadual e federal. No Censo Demográfico do IBGE de 1991, aparece com 9 municípios, possuindo 13, atualmente. Os quatro municípios novos foram criados a partir de distritos de municípios já existentes. Sua ocupação econômica tradicional se deu pelo café, erradicado nas décadas de 40 e 50, após a crise dos anos 30, e pela pecuária leiteira, principalmente, de baixa rentabilidade. Dispõe de alguma produção remanescente de café, de uma produção de pedras ornamentais em Sto. Antonio de Pádua, que é um dos dois pólos micro-regionais existentes na região; e de uma estrutura significativa de produção leiteira, industrial, e de comércio e serviços, em Itaperuna, o outro pólo microregional (GRABOIS, 1996; SOFFIATI, CRUZ, 1997; CRUZ, TERRA, 1997).
Sofre, desde os anos 60, uma séria crise de emprego, pela ausência de reconversão produtiva, pela baixa rentabilidade da sua pecuária, pela desertificação das suas terras, exauridas pelas formas de produção do café e pelo manejo da pecuária; e, desde os anos 80, pela decadência da agroindústria sucroalcooleira polarizada por Campos dos Goytacazes, mas que possuía plantações de cana e unidades industriais em alguns municípios da região. Na região, somente Pádua e Itaperuna mantêm algum dinamismo econômico – com a extração de pedras ornamentais, na primeira; vestuário, laticínio e metal-mecânica, na segunda, principalmente – fortalecida pela estrutura de comércio e serviços decorrentes da condição de pólos, e, no caso de Itaperuna, acrescido recentemente, do crescimento do setor de saúde em função da regionalização do Sistema Único e do setor de Ensino Superior, fruto do vertiginoso processo de interiorização das unidades particulares. Na estrutura do emprego, o emprego público, em órgãos federais, estaduais e municipais, aparece com um peso desproporcional. Alguns dos seus municípios aparecem nas últimas colocações do IDH-M e do IQM do Estado do Rio de Janeiro. A estagnação econômica, os níveis de pobreza e a falta de perspectiva de emprego dominam o cenário socioeconômico regional (CRUZ, 2003)."
“O artigo se propõe chamar a atenção – ante às grandes intervenções econômicas sobre o território, em curso e anunciadas, nas frentes de ação governamental e empresarial, para o Norte (NF) e Noroeste (NOF) Fluminenses – para alguns aspectos que devem ser levados em conta, com o intuito de evitar o ocorrido em outras experiências semelhantes, já conhecidas e avaliadas, que geraram, ao lado da geração de riquezas, passivos ambientais e sociais, alguns difíceis de reverter, capazes de comprometer o futuro da sociedade.”
Breve histórico do Noroeste Fluminense descrito no artigo:
"A região Noroeste Fluminense foi criada em 1987, no Governo Moreira Franco, pelo desmembramento da região Norte Fluminense, após décadas de reivindicação regionalista nesse sentido, na busca da “independência” com relação ao Norte Fluminense, mais particularmente com relação a Campos dos Goytacazes, que monopolizava a atenção e os recursos dos da iniciativa privada e dos governos estadual e federal. No Censo Demográfico do IBGE de 1991, aparece com 9 municípios, possuindo 13, atualmente. Os quatro municípios novos foram criados a partir de distritos de municípios já existentes. Sua ocupação econômica tradicional se deu pelo café, erradicado nas décadas de 40 e 50, após a crise dos anos 30, e pela pecuária leiteira, principalmente, de baixa rentabilidade. Dispõe de alguma produção remanescente de café, de uma produção de pedras ornamentais em Sto. Antonio de Pádua, que é um dos dois pólos micro-regionais existentes na região; e de uma estrutura significativa de produção leiteira, industrial, e de comércio e serviços, em Itaperuna, o outro pólo microregional (GRABOIS, 1996; SOFFIATI, CRUZ, 1997; CRUZ, TERRA, 1997).
Sofre, desde os anos 60, uma séria crise de emprego, pela ausência de reconversão produtiva, pela baixa rentabilidade da sua pecuária, pela desertificação das suas terras, exauridas pelas formas de produção do café e pelo manejo da pecuária; e, desde os anos 80, pela decadência da agroindústria sucroalcooleira polarizada por Campos dos Goytacazes, mas que possuía plantações de cana e unidades industriais em alguns municípios da região. Na região, somente Pádua e Itaperuna mantêm algum dinamismo econômico – com a extração de pedras ornamentais, na primeira; vestuário, laticínio e metal-mecânica, na segunda, principalmente – fortalecida pela estrutura de comércio e serviços decorrentes da condição de pólos, e, no caso de Itaperuna, acrescido recentemente, do crescimento do setor de saúde em função da regionalização do Sistema Único e do setor de Ensino Superior, fruto do vertiginoso processo de interiorização das unidades particulares. Na estrutura do emprego, o emprego público, em órgãos federais, estaduais e municipais, aparece com um peso desproporcional. Alguns dos seus municípios aparecem nas últimas colocações do IDH-M e do IQM do Estado do Rio de Janeiro. A estagnação econômica, os níveis de pobreza e a falta de perspectiva de emprego dominam o cenário socioeconômico regional (CRUZ, 2003)."
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