Triângulos RVS da Ventania e APA Miracema. Imagem: SOS Mata Atlântica |
Atitudes
individuais e coletivas, como o consumo consciente no dia a dia e a exigência,
pela população, do cumprimento das leis por órgãos governamentais em todos os
níveis são fundamentais.
Ótimo dia para
reflexões sobre a sobrevivência dos mananciais hídricos em Miracema, haja vista
a seca severa que o município enfrenta em anos de chuva escassa.
Miracema tem 10% do
território só de matas que necessitam ser preservadas ou mesmo ampliadas, pois
das quais dependem os fluxos dos mananciais de águas. As áreas de cobertura vegetal nativa que ainda restam
prestam serviços ambientais importantes, como a proteção de mananciais
hídricos, a contenção de encostas, a temperatura do solo e a regulação do
clima, já que regiões arborizadas podem reduzir a temperatura em até 2º C, além
de manter o ar mais limpo. Estudos mostram que a copa das árvores
intercepta cerca de 20% da água das chuvas. Sem elas as enchentes e
desmoronamentos seriam mais destrutivos.
No entanto,
levantamento realizado por SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) demonstra que tem havido decremento dos restantes fragmentos acima
de três hectares de remanescentes da Mata Atlântica no município, que no
período 2013 – 2018 foi de 137 hectares, conforme o gráfico ao lado.
Um dos fatores que
pode estar contribuindo para o decremento da vegetação nativa é o aumento do
rebanho bovino no município, que conta hoje em dia com menos de um hectare de
pastagem por cabeça e tendência deste espaço ser cada vez menor (link para estudo aqui).
A Prefeitura
Municipal pode desempenhar papel importante para conter tais decrementos de
vegetação nativa, sendo um deles investimento na orientação de técnicas de
manejo visando melhor reaproveitamento das pastagens existentes aos
pecuaristas, principalmente os pequenos, assim como tem trabalhado na
preservação das nascentes com orientações de plantação de mata ciliar e proteção
com cerca para evitar pisoteamento pelo gado.
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