Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou o
deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) e sua mulher, a prefeita de Campos
dos Goytacazes (RJ), Rosinha Garotinho, também do PR, por peculato e
lavagem de dinheiro. Eles são acusados de desviar pelo menos R$ 650 mil
do estado do Rio de Janeiro para financiar a campanha de Garotinho à
Presidência da República em 2006.
De acordo com a denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal, o
dinheiro foi desviado em um esquema criado por Rosinha quando governava o
estado do Rio de Janeiro. Por meio de decreto assinado por ela em 2003,
o governo contratou a Fundação Escola de Serviço Público, que
subcontratava diversas organizações não governamentais porque não tinha
pessoal suficiente para prestar serviços.
O dinheiro, então, era repassado a empresas que depois colaboraram com a campanha de Garotinho, o que Gurgel classificou de "verdadeira operação de lavagem de dinheiro”. Segundo o procurador, Garotinho não era apenas o beneficiário da verba, mas também tinha influência nas operações de desvio, pois ocupava o cargo de secretário de Estado do Rio de Janeiro na época dos fatos.
O dinheiro, então, era repassado a empresas que depois colaboraram com a campanha de Garotinho, o que Gurgel classificou de "verdadeira operação de lavagem de dinheiro”. Segundo o procurador, Garotinho não era apenas o beneficiário da verba, mas também tinha influência nas operações de desvio, pois ocupava o cargo de secretário de Estado do Rio de Janeiro na época dos fatos.
De
acordo com Roberto Gurgel, informações apuradas pelo Ministério Público
local na ação civil relativa ao caso apontam desvio de mais de R$ 63
milhões dos cofres públicos, sendo que R$ 650 mil foram rastreados até
as contas de campanha do político.
O advogado dos acusados, Nelio Machado, disse que ainda não teve
acesso à acusação, mas que vai preparar a defesa para apresentar dentro
do prazo. “Tenho fundada convicção de que tem que ser rejeitada, porque
não me soa como absolutamente razoável, uma acusação surgir dez anos
depois dos fatos, no ano que se avizinha um novo procedimento
eleitoral”, afrmou.
Anthony e Rosinha Garotinho foram denunciados por peculato, que é
apropriação de dinheiro público em razão do cargo, crime punido com pena
de dois a 12 anos de prisão e multa. Também são acusados de lavagem de
dinheiro, cuja pena varia entre três e dez anos de prisão, além de
multa.
O relator do caso é o ministro Antonio Dias Toffoli.
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