Preservar: meta difícil
Autor(es): Vinicius Sassine
Correio Braziliense - 12/04/2011
Nem a metade dos 627 animais ameaçados de extinção vive em unidades de conservação federal. Governo comprometeu-se a tirar todas as espécies dessa condição em nove anos.
Menos da metade das espécies de animais ameaçados de extinção está protegida — ainda que parcialmente, com apenas alguns exemplares — em unidades de conservação federais. Das 627 espécies que constam no chamado livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), nove já foram extintas da natureza e 305 sobrevivem em remanescentes de vegetação integralmente suscetíveis à devastação. Exemplares do restante das espécies que correm risco de desaparecer — 313 espécies — foram identificados nos parques criados pela União, como mostra um levantamento inédito do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgado ontem.
A presença de animais em parques onde, por lei, não pode haver desmatamento amplia as chances de manutenção das espécies. Na Conferência das Partes (COP-10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), realizada no Japão em outubro de 2010, o Brasil se comprometeu a evitar, até 2020, a extinção das espécies presentes no livro vermelho. O fato de mais da metade dos animais ameaçados estar fora de unidades de conservação dificulta o cumprimento da meta. Já estão extintas, por exemplo, a arara-azul-pequena, a ararinha-azul e outras aves como o mutum-do-nordeste e o maçarico-esquimó.
Quanto maior o risco de extinção, menor a presença dos animais em unidades de conservação demarcadas pela União, como mostra o levantamento do ICMBio. No caso das espécies vulneráveis, 57,3% estão presentes nos parques federais. Essa proporção é menor para as que estão em perigo: 47,9%. E é ainda mais baixa para espécies “criticamente ameaçadas”, em que apenas 36,8% foram encontrados nas reservas federais. “A simples presença de espécies em unidades de conservação não garante a sobrevivência. É preciso avaliar o tamanho das populações”, afirma o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Braulio Ferreira Dias. “
Animais mais conhecidos, como a onça-pintada, a jaguatirica e o lobo-guará, são os mais presentes nas unidades de conservação. Exemplares da onça-pintada, por exemplo, foram registrados em 59 parques Brasil afora. O risco maior é para espécies pouco divulgadas e, por isso, mais vulneráveis. Mais de 20% das espécies ameaçadas de extinção, encontradas em unidades de conservação federais, ocorrem no Cerrado. Dos parques localizados no Distrito Federal (DF), 57% têm animais que correm risco de desaparecer.
Correio Braziliense - 12/04/2011
Nem a metade dos 627 animais ameaçados de extinção vive em unidades de conservação federal. Governo comprometeu-se a tirar todas as espécies dessa condição em nove anos.
Menos da metade das espécies de animais ameaçados de extinção está protegida — ainda que parcialmente, com apenas alguns exemplares — em unidades de conservação federais. Das 627 espécies que constam no chamado livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), nove já foram extintas da natureza e 305 sobrevivem em remanescentes de vegetação integralmente suscetíveis à devastação. Exemplares do restante das espécies que correm risco de desaparecer — 313 espécies — foram identificados nos parques criados pela União, como mostra um levantamento inédito do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgado ontem.
A presença de animais em parques onde, por lei, não pode haver desmatamento amplia as chances de manutenção das espécies. Na Conferência das Partes (COP-10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), realizada no Japão em outubro de 2010, o Brasil se comprometeu a evitar, até 2020, a extinção das espécies presentes no livro vermelho. O fato de mais da metade dos animais ameaçados estar fora de unidades de conservação dificulta o cumprimento da meta. Já estão extintas, por exemplo, a arara-azul-pequena, a ararinha-azul e outras aves como o mutum-do-nordeste e o maçarico-esquimó.
Quanto maior o risco de extinção, menor a presença dos animais em unidades de conservação demarcadas pela União, como mostra o levantamento do ICMBio. No caso das espécies vulneráveis, 57,3% estão presentes nos parques federais. Essa proporção é menor para as que estão em perigo: 47,9%. E é ainda mais baixa para espécies “criticamente ameaçadas”, em que apenas 36,8% foram encontrados nas reservas federais. “A simples presença de espécies em unidades de conservação não garante a sobrevivência. É preciso avaliar o tamanho das populações”, afirma o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Braulio Ferreira Dias. “
Animais mais conhecidos, como a onça-pintada, a jaguatirica e o lobo-guará, são os mais presentes nas unidades de conservação. Exemplares da onça-pintada, por exemplo, foram registrados em 59 parques Brasil afora. O risco maior é para espécies pouco divulgadas e, por isso, mais vulneráveis. Mais de 20% das espécies ameaçadas de extinção, encontradas em unidades de conservação federais, ocorrem no Cerrado. Dos parques localizados no Distrito Federal (DF), 57% têm animais que correm risco de desaparecer.
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