ESTUDO DA FIOCRUZ – FEVEREIRO/2011
A Fiocruz realizou o estudo MAPA DE VULNERABILIDADE DA POPULAÇÃO DO ESTADO DO RJ AOS IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS ÁREAS SOCIAL, SAÚDE E AMBIENTAL (clique aqui).
O referido estudo apresenta metodologia desenvolvida para sintetizar, em uma única medida, aspectos ambientais, sociais e de saúde humana sensíveis à variações climáticas (anomalias de precipitação e temperatura), associados a cenários futuros de mudança global do clima, considerando o período 2010-2040. Esta medida resultou no Índice de Vulnerabilidade Municipal (IVM), que pretende subsidiar a incorporação dos riscos climáticos na formulação de políticas públicas no Estado do Rio de Janeiro (ERJ).
O blog Miracema.RJ pretende fazer sínteses deste estudo da Fiocruz para o Noroeste Fluminense. Porém, para melhor compreensão, aconselha-se ver o estudo completo da Fiocruz, cujo link foi disponibilizado acima.
Iniciaremos com o capítulo 2 do estudo (INDICE DE VULNERABILIDADE DA SAÚDE – IVS):
O IVS da população dos municípios do ERJ, o primeiro componente do Índice de Vulnerabilidade Geral (IVG), sintetiza indicadores de morbidade e mortalidade relevantes no Estado, que são objeto de registro e análise pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Foram selecionadas, para compor o IVS, quatro doenças presentes de forma endêmico-epidêmica no ERJ: dengue, leptospirose, leishmaniose tegumentar americana (LTA) e diarréia em menores de 5 anos de idade, que apresentam formas de transmissão e persistência relacionadas com o clima ou podem se dispersar espacialmente devido a processos migratórios desencadeados por fenômenos climáticos.
Analisa-se a morbidade relativa às três endemias e a mortalidade oriunda de diarréia ocorrida em menores de 5 anos.
Segundo a tabela abaixo, cujos dados foram obtidos no estudo da Fiocruz, a tendência de:
- dengue nos municípios de Natividade e Porciúncula são maiores, com os registro em T de, respectivamente, 372,5 e 339,9. Em relação a epidemia de dengue registrada recentemente em Bom Jesus do Itabapoama e Santo Antônio de Pádua, parece que o referido estudo não mostrou a precisão que se pretendia;
- leptospirose em Porciúncula é a maior, tendo em vista o registro em T de 4,4.
- LTA (Leishmaniose Tegumentar Americana) em Laje do Muriáe apresenta o T mais elevado, 2,13.
- óbito por diarréia em crianças abaixo de 5 anos não foi expressiva em nenhum dos municípios. Aperibé não teve este item analisado pelo estudo.
Proporção de Casos, Incidência e Tendência de Doenças e Proporção de Óbitos por Diarréia de Crianças Menores de Cinco Anos e respectiva Tendência, por Município do NOF
Onde:
- C representa a proporção (%) de casos ocorridos no município em relação ao total de casos ocorridos no Estado, em 2008, para cada uma das doenças consideradas;
- I é a taxa de incidência das doenças nos municípios por 100.000 habitantes, para 2008;
- T é o coeficiente angular (inclinação da reta), obtido a partir da respectiva séries histórica, para a avaliação de tendência de cada uma das doenças e de óbitos considerados;
- O representa a proporção (%) de óbito por diarréia em menores de 5 anos do município, no ano de 2007;
- M é a taxa de mortalidade, em menores de 5 anos por diarréia, por 100.000 habitantes, no ano de 2007.
- LTA é a doença Leishmaniose Tegumentar Americana.
- C representa a proporção (%) de casos ocorridos no município em relação ao total de casos ocorridos no Estado, em 2008, para cada uma das doenças consideradas;
- I é a taxa de incidência das doenças nos municípios por 100.000 habitantes, para 2008;
- T é o coeficiente angular (inclinação da reta), obtido a partir da respectiva séries histórica, para a avaliação de tendência de cada uma das doenças e de óbitos considerados;
- O representa a proporção (%) de óbito por diarréia em menores de 5 anos do município, no ano de 2007;
- M é a taxa de mortalidade, em menores de 5 anos por diarréia, por 100.000 habitantes, no ano de 2007.
- LTA é a doença Leishmaniose Tegumentar Americana.
Obs.: Quando da inexistência de registro de óbito por diarréia para crianças menores de cinco anos num município, não se avalia O e M para estes municípios e não se atribui peso para a respectiva mortalidade infantil, como foi o caso de Aperibé.
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