Teresópolis (RJ) - A chuva que arrasou e matou centenas de pessoas na região serrana do Rio também foi um duro golpe na estrutura agrícola dos municípios, colocando em risco o sustento de milhares de pequenos produtores. Depois de ter parte da safra arrasada pela enxurrada, eles não têm como escoar o que conseguiram salvar, pois as estradas continuam totalmente interditadas ou em péssimas condições, impossibilitando o tráfego de caminhões.
No município de Sumidouro, onde 85% da população mora no campo, a situação é crítica. O agricultor Isael da Rosa Pinheiro, que planta tomate, pimentão, alface e berinjela, já dá como certa a perda de 70% da lavoura. “Ficamos ilhados sete dias, sem estradas para escoar a produção. O que não se perdeu na chuvarada, vai acabar apodrecendo na terra”, lamentou Isael, dono de uma propriedade de 5 hectares, onde trabalham 22 pessoas.
Assustado, ele disse que nunca passou por uma situação como esta, pois, pela primeira vez não terá dinheiro para pagar o empréstimo de R$ 12,5 mil contraído no Banco do Brasil. “Além disso, eu devo outros R$ 12 mil ao comércio em adubos e produtos que usei na lavoura”, contou o agricultor, que teve uma sobrinha morta na tragédia e agora tem medo de ir à falência e perder a terra.
No município de Nova Friburgo, na localidade de Três Cachoeiras, a agricultora Sirlene Stoffel Miranda não sabe o que fazer com a perda de sua lavoura de 1 hectare, onde cultiva tomate e abobrinha. “Não tem condições de colher nada. Se eu não vender, não ganho dinheiro para comprar comida. Vai ficar muito difícil”, disse Sirlene, que há dias só tem arroz, macarrão e feijão para comer: “Ovo, leite e carne não como já faz tempo.”
Na localidade, a avalanche de água e lama da semana passada matou seis pessoas de uma mesma família e um casal de idosos. Hoje (18) os bombeiros localizaram os corpos de mais duas pessoas, o avô e um neto, mas ainda há uma mulher desaparecida. Os vizinhos viram as pessoas serem tragadas pelo rio, gritando por socorro, mas nada puderam fazer. “O que mais dói é ouvir as pessoas que você conhece pedindo socorro e não poder fazer nada”, desabafou o operador de serra Edson Ferraz da Silva.
Sem poder trabalhar a terra, que está muito encharcada e teve a camada de solo mais fértil levada pela chuva forte, muitos agricultores estão dependendo de doações para sobreviver. “Ainda bem que eu ganhei essas coisinhas hoje, senão, ia faltar comida lá em casa”, mostrava o agricultor Fábio Rocha dos Santos, que carregava dois pacotes de fraldas e equilibrava no ombro uma caixa com 12 litros de leite, enquanto seguia a pé, abrindo caminho na lama.
Agência Brasil – repórter Vladimir Platonow
No município de Sumidouro, onde 85% da população mora no campo, a situação é crítica. O agricultor Isael da Rosa Pinheiro, que planta tomate, pimentão, alface e berinjela, já dá como certa a perda de 70% da lavoura. “Ficamos ilhados sete dias, sem estradas para escoar a produção. O que não se perdeu na chuvarada, vai acabar apodrecendo na terra”, lamentou Isael, dono de uma propriedade de 5 hectares, onde trabalham 22 pessoas.
Assustado, ele disse que nunca passou por uma situação como esta, pois, pela primeira vez não terá dinheiro para pagar o empréstimo de R$ 12,5 mil contraído no Banco do Brasil. “Além disso, eu devo outros R$ 12 mil ao comércio em adubos e produtos que usei na lavoura”, contou o agricultor, que teve uma sobrinha morta na tragédia e agora tem medo de ir à falência e perder a terra.
No município de Nova Friburgo, na localidade de Três Cachoeiras, a agricultora Sirlene Stoffel Miranda não sabe o que fazer com a perda de sua lavoura de 1 hectare, onde cultiva tomate e abobrinha. “Não tem condições de colher nada. Se eu não vender, não ganho dinheiro para comprar comida. Vai ficar muito difícil”, disse Sirlene, que há dias só tem arroz, macarrão e feijão para comer: “Ovo, leite e carne não como já faz tempo.”
Na localidade, a avalanche de água e lama da semana passada matou seis pessoas de uma mesma família e um casal de idosos. Hoje (18) os bombeiros localizaram os corpos de mais duas pessoas, o avô e um neto, mas ainda há uma mulher desaparecida. Os vizinhos viram as pessoas serem tragadas pelo rio, gritando por socorro, mas nada puderam fazer. “O que mais dói é ouvir as pessoas que você conhece pedindo socorro e não poder fazer nada”, desabafou o operador de serra Edson Ferraz da Silva.
Sem poder trabalhar a terra, que está muito encharcada e teve a camada de solo mais fértil levada pela chuva forte, muitos agricultores estão dependendo de doações para sobreviver. “Ainda bem que eu ganhei essas coisinhas hoje, senão, ia faltar comida lá em casa”, mostrava o agricultor Fábio Rocha dos Santos, que carregava dois pacotes de fraldas e equilibrava no ombro uma caixa com 12 litros de leite, enquanto seguia a pé, abrindo caminho na lama.
Agência Brasil – repórter Vladimir Platonow
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