Polêmico, Ipea não vê falta de qualificação no país
Valor Econômico - 29/04/2011O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) introduziu ontem uma tese polêmica no debate sobre a qualificação profissional como entrave no crescimento econômico - este ano terminará com um contingente pouco superior a 1 milhão de pessoas desempregadas com qualificação. Segundo o economista Marcio Pochmann, presidente do Ipea e especialista em mercado de trabalho pela Unicamp, o excedente de pessoas qualificadas não é aproveitado porque elas estão "na região errada". Isto é, o déficit de 2,8 mil trabalhadores qualificados na construção civil em Alagoas, estimado pelos técnicos do Ipea para este ano, poderia ser suprido pelo saldo de três mil trabalhadores qualificados no setor que serão gerados no Acre ao longo de 2011.
No estudo, divulgado ontem em São Paulo, os técnicos do Ipea estimam que 19,3 milhões de pessoas serão demitidas ao longo do ano, número superior aos 17,8 milhões que perderam emprego em 2010. O órgão de estudos federais avalia que todos eles são qualificados para trabalhar em suas respectivas funções. De acordo com Pochmann, as empresas demitem "porque é fácil demitir", e as razões por detrás dessas demissões se concentram nos altos salários. "Quando o trabalhador atinge seu pico de produtividade e seu salário já está alto, a empresa demite e contrata outro, com salário maior. O demitido, no entanto, tem qualificação para trabalhar em qualquer outra companhia de seu setor", avalia.
Para chegar no saldo de 1,048 milhão de trabalhadores qualificados que terminarão o ano sem emprego, o Ipea levou em conta que 762 mil dos 1,5 milhão de trabalhadores que ingressarão na população economicamente ativa (PEA) neste ano tem qualificação para trabalhar. E por qualificação, o Ipea entende aquele trabalhador que frequentou um curso de especialização ou já trabalhou na área.
Apenas a indústria registrará déficit de vagas no país, avalia o Ipea - enquanto os Estados do Norte e Nordeste contarão com um contingente de 36,6 mil operários qualificados sem emprego, apenas a região Sul contará com déficit de 51,5 mil trabalhadores com especialização industrial. Segundo Pochmann, o sistema público de emprego, coordenado pelo Ministério do Trabalho, deve ser aprimorado de forma a dinamizar a mobilidade regional de trabalhadores. Quer dizer, metalúrgicos sem emprego no polo de Camaçari (BA), onde o Ipea estima excedente de mão de obra qualificada, poderiam ocupar vagas abertas nas metalúrgicas de Jaraguá do Sul (SC).
"O sistema público tem de fazer sua parte, seja ampliando cursos profissionalizantes, seja ampliando a coordenação entre as informações sobre desemprego e o despacho de trabalhadores qualificados ociosos para regiões onde há demanda por sua mão de obra", diz Pochmann.
No estudo, divulgado ontem em São Paulo, os técnicos do Ipea estimam que 19,3 milhões de pessoas serão demitidas ao longo do ano, número superior aos 17,8 milhões que perderam emprego em 2010. O órgão de estudos federais avalia que todos eles são qualificados para trabalhar em suas respectivas funções. De acordo com Pochmann, as empresas demitem "porque é fácil demitir", e as razões por detrás dessas demissões se concentram nos altos salários. "Quando o trabalhador atinge seu pico de produtividade e seu salário já está alto, a empresa demite e contrata outro, com salário maior. O demitido, no entanto, tem qualificação para trabalhar em qualquer outra companhia de seu setor", avalia.
Para chegar no saldo de 1,048 milhão de trabalhadores qualificados que terminarão o ano sem emprego, o Ipea levou em conta que 762 mil dos 1,5 milhão de trabalhadores que ingressarão na população economicamente ativa (PEA) neste ano tem qualificação para trabalhar. E por qualificação, o Ipea entende aquele trabalhador que frequentou um curso de especialização ou já trabalhou na área.
Apenas a indústria registrará déficit de vagas no país, avalia o Ipea - enquanto os Estados do Norte e Nordeste contarão com um contingente de 36,6 mil operários qualificados sem emprego, apenas a região Sul contará com déficit de 51,5 mil trabalhadores com especialização industrial. Segundo Pochmann, o sistema público de emprego, coordenado pelo Ministério do Trabalho, deve ser aprimorado de forma a dinamizar a mobilidade regional de trabalhadores. Quer dizer, metalúrgicos sem emprego no polo de Camaçari (BA), onde o Ipea estima excedente de mão de obra qualificada, poderiam ocupar vagas abertas nas metalúrgicas de Jaraguá do Sul (SC).
"O sistema público tem de fazer sua parte, seja ampliando cursos profissionalizantes, seja ampliando a coordenação entre as informações sobre desemprego e o despacho de trabalhadores qualificados ociosos para regiões onde há demanda por sua mão de obra", diz Pochmann.
Um comentário:
Caro Hélcio
Não é facil demitir não, não somemente pelos custos para isto, como, principalmente pela falta de mão-de-obra à substituição.
Assim mesmo não muito satisfeito com o empregado o empregador prefere mantê-lo sempre que possível.
As dispensas atuais são muito mais por interesse do empregado, por problemas comportamentais do mesmo ou por redução da atividade produtora.
É muito comum o empregado pleitear sua demissão, para receber seguro desemprego e levantar o FGTS. Por vezes até continua trabalhando.
Por mais modesta que seja a função há que se ensinar e treinar o empregado o que demanda tempo e resulta em produtividade insatisfatória, muitas vezes para se chegar a conclusão que não servirá.
Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.
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