De olho na preservação da Mata Atlântica

1. Dia Nacional da Mata Atlântica

2. Mata Atlântica é o bioma com o maior risco em extinção

3. Acompanhamento do desmatamento monitorado por SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nos Municípios do Noroeste Fluminense

4. Acompanhamento do desmatamento monitorado por MapBiomas nos Municípios do Noroeste Fluminense

5. Unidades de Conservação Ambiental no Noroeste Fluminense

6. Acompanhamento do desmatamento monitorado por MapBiomas em toda extensão da Mata Atlântica

7. Acompanhamento do desmatamento monitorado por SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em toda extensão da Mata Atlântica

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1. Dia Nacional da Mata Atlântica
APA Miracema
27 de Maio - Dia Nacional da Data instituída por Decreto Federal, de 21 de setembro de 1999, que tem por objetivo apresentar e divulgar medidas para a preservação de um dos Biomas mais ameaçados do Planeta.

A Mata Atlântica é a formação florestal mais antiga do Brasil, estabelecida há pelo menos 70 milhões de anos. Atualmente, possui apenas pequenos fragmentos remanescentes. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, a cobertura atual ocupa apenas 12,4% (em 27/05/2020) da área original. O bioma é considerado de importância prioritária para conservação biológica, devido ao seu grau de ameaça e às altas taxas de endemismo e diversidade, tanto da flora quanto da fauna. Segundo o Ministério do Meio Ambiente a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes. Tais características contribuem para que a Floresta Atlântica esteja em quinto lugar entre as 25 áreas consideradas como de atenção prioritária – os hotspots mundiais.

A Mata Atlântica é a fisionomia vegetal que caracteriza o estado do Rio de Janeiro. Esta floresta apresenta uma variedade de formações que constituem um diversificado conjunto de ecossistemas associados. Na região das Serras do Mar e da Mantiqueira forma uma grande cobertura vegetal que constitui o primeiro degrau dos planaltos do interior. Próximas ao oceano, estão as planícies de restinga, dunas, mangues e lagunas. Esses são alguns dos fatores que explicam as razões pelas quais a Floresta Atlântica é tão rica em sua biodiversidade.
 
 
2. Mata Atlântica é o bioma com o maior risco em extinção
 
Rádio Agência Nacional, 5/11/2020, por Ligia Souto 

A maior parte da fauna e flora brasileiras, com risco de extinção, está na Mata Atlântica. O bioma concentra 1.989 espécies de animais e plantas ameaçadas, segundo dados da pesquisa "Contas de Ecossistemas", divulgada nesta quinta-feira (05) pelo IBGE.

As conclusões do estudo levaram em conta as listas oficiais de espécies de 2014 e avaliações de conservação publicadas por instituições como o ICMbio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

De acordo com o IBGE, são reconhecidas no Brasil 49.168 espécies de plantas e pouco mais de 117.000 de animais. A pesquisa analisou um total de 16.879 espécies da fauna e flora e concluiu que, desse universo, quase 3.300 estão ameaçadas. O mais preocupante é que ao menos 10 espécies de animais já não existem na natureza, entre aves e peixes marinhos.

O gerente de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE, Leonardo Bergamini, detalha a situação da fauna e flora da Mata Atlântica, que lidera o ranking dos biomas mais ameaçadas.

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado concentra a maior quantidade de espécies ameaçadas, seguido pela Caatinga e Pampa, este último com um número menor, mas ainda assim em proporção semelhante aos demais. Já o Pantanal e a Amazônia têm o percentual menor.

O levantamento também analisou a fauna e flora brasileiras, de acordo com sua ocorrência nos diferentes tipos de ambiente: terrestre, de água doce e marinho. Considerando a fauna no ambiente terrestre, a maior proporção de espécies ameaçadas se encontra nas ilhas oceânicas.


3. Acompanhamento do desmatamento monitorado por SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nos Municípios do Noroeste Fluminense

3.1 Decremento de vegetação nativa no Noroeste Fluminense ano a ano no período 2013-2022


3.2 Decremento de vegetação nativa no Noroeste Fluminense no período 2013-2022, segundo os municípios


3.3 Remanescentes da Mata Atlântica nos Municípios do Noroeste Fluminense ano a ano no período 2013-2022



4. Acompanhamento do desmatamento monitorado por MapBiomas nos Municípios do Noroeste Fluminense

4.1  Sistema de alerta do MapBiomas emite 43 alertas de desmatamento no Noroeste Fluminense no período 01/2019 a 06/2023

Relatório do MAPBiomas indica que de 01/2019 a 06/2023 emitiu 43 alertas de desmatamento no Noroeste Fluminense, e que foi desmatada área de 143,5 ha, numa média de 0,2 ha por dia.

4.2 Desmatamento (em ha):


4.3 Evolução do total de alertas:

4.4 Maior desmatamento: 13,6 ha, em Porciúncula.

4.5 Maior velocidade: 167 ha/dia, em Cambuci.

4.6 Ranking dos Municípios que desmataram no período 01/2019 a 06/2023 na região (em ha):


4.7 Autorizações/Tipo da Área Desmatada


4.8 De janeiro a agosto de 2023, MapBiomas Alerta registrou decremento de 51,81 hectares de vegetação nativa da Mata Atlãntica em oito Municípios do Noroeste Fluminense


4.9 De janeiro a setembro de 2023, MapBiomas Alerta registrou decremento de 53,7 hectares de vegetação nativa da Mata Atlãntica em 9 Municípios do Noroeste Fluminense

Somente neste ano corrente, no período janeiro a setembro, o MapBiomas Alerta registrou 53,7 hectares de desmatamento de vegetação nativa em 9 dos 13 municípios da região. O desmatamento mais recente ocorreu em São José de Ubá; dos 10,11 hectares desmatados no período janeiro a setembro neste município, 6,59 hectares foram desflorestados somente em setembro.

Nos demais municípios dos 9 que promoveram desmatamento, a medição no período janeiro a setembro coincide com o registro do período janeiro a agosto.



5. Unidades de Conservação Ambiental no Noroeste Fluminense




6. Acompanhamento do desmatamento monitorado por MapBiomas em toda extensão da Mata Atlântica, no período 2019 a 07/2023

Relatório do MapBiomas indica que de 2019 a 31/07/2023 emitiu 19.836 alertas de desmatamento no Noroeste Fluminense, e que foi desmatada área de 103.542,6 ha, numa média de 63,1 ha por dia.

6.1 Desmatamento (em ha):

6.2 Evolução do total de alertas

6.3 Maior desmatamento: 456,0 ha, em São João do Paraiso/MG.

6.4 Maior velocidade: 1.367,0 ha/dia, em Porto Seguro/BA.

6.5 Ranking dos Estados que desmataram no período 2019 a 07/2023 (em ha):



7. Acompanhamento do desmatamento monitorado por SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em toda extensão da Mata Atlântica, no período 1985 a 2022

Total de desflorestamento na Mata Atlântica identificados pelo estudo SOS Mata Atlântica/INPE em cada período (em hectares):
 
7.1 Atualização em 27/05/2011

De 2008 a 2010, o Estado do Rio desmatou 247 hectares da mata atlântica, o equivalente a 247 campos de futebol. A informação consta no Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Fundação SOS Mata Atlântica. Nos 16 estados avaliados, os números chegam à marca de 31.195 hectares, o equivalente a 311,95 quilômetros quadrados de vegetação nativa desmatada. A destruição do bioma – um dos mais ameaçados do mundo – em ritmo acelerado lança alerta ao País com a aprovação do novo Código Florestal.

Os índices são divulgados à véspera do Dia Nacional da Mata Atlântica, nesta sexta-feira (27). No País, do total de quilômetros devastados, 30.944 correspondem a desflorestamentos, 234 à supressão de vegetação de restinga e 17 à supressão de vegetação de mangue.

Estados que mais desmataram entre 2008 e 2010 (em hectares):

Minas Gerais – 12.467
Bahia – 7.725
Santa Catarina – 3.701
Paraná – 3.248
Rio Grande do Sul – 1.864.
São Paulo – 579
Goiás – 320
Rio de Janeiro – 247
Espírito Santo – 237
Mato Grosso do Sul - 117 

 
7.2 Atualização em 29/05/2012

13.312 hectares de Mata Atlântica foram desmatados no Brasil no período de maio de 2010 a maio de 2011, segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado hoje (29) pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na pesquisa anterior (2008–2010), a área desmatada correspondia a 15.597 hectares, na média anual. Atualmente, restam apenas 7,9% da cobertura de vegetação no bioma.

Estados que mais desmataram entre maio de 2010 e maio de 2011 (em hectares): 
 
 
 
Cambuci, no Noroeste fluminense, desponta entre os municípios que mais desmataram no estado do Rio entre maio de 2010 e maio de 2011 (em hectares):
São João da Barra - 31
Nova Iguaçu - 14
Cambuci - 12
Queimados - 8
Vassouras - 7
Obs.: não há nenhum município fluminense entre os 50 primeiros do Brasil.

 
7.3 Atualização em 04/06/2013

O desmatamento na Mata Atlântica aumentou 29% de 2011 para 2012, de acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica apresentado hoje (4) pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o atlas, houve supressão de vegetação nativa de 23.548 hectares (ha), o equivalente a 235 quilômetros quadrados. Destes 21.977 ha correspondem a desflorestamentos, 1.554 ha a eliminação de vegetação de restinga e 17 ha a vegetação de mangue. É a maior área atingida desde 2008.

Foram avaliados os 17 estados do bioma, sendo 81% de áreas sem cobertura de nuvens. O levantamento abrange, pela primeira vez, o estado do Piauí, cujos remanescentes florestais totalizam 34% da área original protegida pela Lei da Mata Atlântica. Com a inclusão do Piauí no mapeamento da área de aplicação da lei, a área original restante de Mata Atlântica, segundo a ONG, é 8,5%. Sem o Piauí ficaria em 7,9%. Quando considerados os pequenos fragmentos de mata acima de 3 hectares o bioma chega a 12,5%.

Os estados que perderam mais mata nativa de 2011 a 2012 (em hectares):
Minas Gerais - 10.752
Bahia - 4.516
Piauí - 2.658
Paraná - 2.011
Sergipe - 839
Santa Catarina - 499
São Paulo - 190
Alagoas - 138
Pernambuco - 128
Rio Grande do Sul - 99

A tabela a seguir (elaborada por SOS Mata Atlântica) indica os desflorestamentos/decrementos (dec.), em hectares, somente das florestas nativas (sem contar mangue e restinga), observados nos períodos de 2012, 2011-2012 e os comparativos com os desmatamentos observados em 2011 e 2010-2011:
 

Tabela com os municípios que mais perderam cobertura nativa no período 2011-2012:


 
7.4 Atualização em 27/05/2014
 
A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram hoje, Dia da Mata Atlântica, em entrevista coletiva, os novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2012 a 2013. 

O estudo aponta desmatamento de 23.948 hectares (ha), ou 239 Km², de remanescentes florestais nos 17 Estados da Mata Atlântica no período de 2012 a 2013, um aumento de 9% em relação ao período anterior (2011-2012), que registrou 21.977 ha.
A taxa anual de desmatamento é a maior desde 2008, cujo registro foi de 34.313 ha. No período 2008 a 2010, a taxa média anual foi de 15.183 hectares. No levantamento de 2010 a 2011, ficou em 14.090 ha. 

Ao todo, 17 Estados são abrangidos oficialmente pela Mata Atlântica, e, pelo quinto ano seguido, Minas Gerais foi um dos estados que mais destruíram o bioma, com perda de 84,3 km² de floresta. “Nas edições anteriores, Minas Gerais ocupou o segundo lugar, então o estado sempre esteve no topo do desmatamento da Mata Atlântica. Desde os últimos anos temos feito alertas tanto ao governo do Estado quanto aos diferentes setores para que possamos tirar Minas Gerais do topo da lista, porque é o estado que possui maior área de floresta preservada”.

O Piauí aparece em seguida no ranking do desmatamento no período, com menos 66,3 km² de floresta. A Bahia foi o terceiro estado que mais desmatou, com 47,7 km² a menos de vegetação no intervalo avaliado. Em São Paulo, houve queda de 51% no desmate na comparação com o último período. Mesmo assim, o estudo mostra que quase 1 km² de floresta desapareceu entre 2012 e 2013. Nesse período, o Rio de Janeiro registrou perda de 0,1 km².

A tabela a seguir indica os desflorestamentos, em hectares, somente das florestas nativas (sem contar mangue e restinga), observados no período 2012-2013, com comparativo e variação em relação ao período anterior (2011-2012):
 

Mangue e Restinga 

No período de 2012 a 2013 não foi identificada, pela escala adotada, supressão da vegetação de mangue. Na Mata Atlântica as áreas de manguezais correspondem a 231.051 ha. Bahia (62.638 ha), Paraná (33.403 ha), São Paulo (25.891 ha) e Sergipe (22.959 ha) são os Estados que possuem as maiores extensões de mangue.

Já a supressão de vegetação de restinga foi de 806 ha, uma redução de 48% em relação aos 1.544 ha identificados no período anterior. O maior desmatamento ocorreu no Ceará, com 494 ha, principalmente nos municípios de Trairi, Amontoada e Aquiraz, com 259 ha, 71 ha e 57 ha de supressão respectivamente. No Rio de Janeiro foram identificados 106 ha e no Paraná 94 ha.

A vegetação de restinga na Mata Atlântica equivale a 641.284 ha. São Paulo possui a maior extensão (206.698 ha), seguido do Paraná (99.876 ha) e Santa Catarina (76.016 ha). 

 
7.5 Atualização em 30/05/2015

Estudo da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, divulgados nesta quarta-feira, 27 (Dia Nacional da Mata Atlântica), aponta desmatamento de 18.267 hectares (ha), ou 183 Km², de remanescentes florestais nos 17 Estados da Mata Atlântica no período de 2013 a 2014, o que equivale a 18 mil campos de futebol, constituindo, porém, uma queda de 24% em relação ao período anterior (2012-2013), que registrou 23.948 ha.

Ranking dos Estados
  
É o segundo ano consecutivo que o Atlas observa padrão de desmatamento nos municípios ao sul do Piauí, onde se concentra a produção de grãos. No período anterior, entre 2012 e 2013, foram desmatados 6.633 ha em municípios da mesma região, com destaque para Manoel Emídio (3.164 ha) e Alvorada do Gurguéia (2.460 ha).

A tabela a seguir indica os desflorestamentos, em hectares, somente das florestas nativas (sem contar outras classes, como vegetação de mangue e restinga), observados no período 2013-2014, com comparativo e variação em relação ao período anterior (2012-2013):
 


Obs.: na última coluna, em azul, Estados que reduziram o desmatamento. Em vermelho, indicação de aumento comparado com o período anterior.

Confira o total de desflorestamento na Mata Atlântica identificados pelo estudo em cada período (em hectares):
 

 

7.6 Atualização em junho de 2016

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram os novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2014 a 2015, na semana em que se comemora o Dia Nacional da Mata Atlântica (27 de maio). A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da empresa de geotecnologia Arcplan.

O estudo aponta desmatamento de 18.433 hectares (ha), ou 184 Km², de remanescentes florestais nos 17 Estados da Mata Atlântica no período de 2014 a 2015, um aumento de apenas 1% em relação ao período anterior (2013-2014), que registrou 18.267 ha.

Minas Gerais, que vinha de dois anos de queda nos níveis de desmatamento, voltou a liderar o desmatamento no país, com decréscimo de 7.702 ha (alta de 37% na perda da floresta). A vice-liderança fica com a Bahia, com 3.997 ha desmatados, 14% a menos do que o período anterior. Já o Piauí, campeão de desmatamento entre 2013 e 2014, ocupa agora o terceiro lugar, após reduzir o desmatamento em 48%, caindo de 5.626 ha para 2.926 ha.

A exemplo dos últimos anos, os três estados se destacam no ranking por conta do desmatamento identificado nos limites do Cerrado. O Piauí abriga o município Alvorada do Gurguéia, responsável pela maior área desmatada entre todas as cidades do Brasil. Entre 2014 e 2015, foi identificado decremento florestal de 1.972 hectares no local. Os municípios baianos de Baianópolis (824 ha) e Brejolândia (498 ha) vêm logo atrás, seguidos pelas cidades mineiras de Curral de Dentro (492 ha) e Jequitinhonha (370 ha), localizadas na região conhecida como triângulo do desmatamento, que abriga ainda Águas Vermelhas (338 ha), Ponto dos Volantes (208 ha) e Pedra Azul (73).

Além de Minas Gerais, Piauí e Bahia, o Paraná também se encontra em estado de atenção. Enquanto os três primeiros lideram a lista geral, o Paraná foi o que apresentou o aumento mais brusco, saltando 116%, de 921 ha de florestas nativas entre 2013-2014 para 1.988 ha no último período. O retorno do desmatamento nas florestas com araucária é o principal ponto de alerta, responsável por 89% (1.777 ha) do total de desflorestamento no estado paranaense no período 2014-2015. Restam somente 3% das florestas que abrigam a Araucaria angustifolia, espécie ameaçada de extinção conhecida também como pinheiro brasileiro. 
 

7.7 Atualização em 2017

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram o desmatamento ocorrido em 2016. O estudo aponta o desmatamento de 29.075 hectares (ha), ou 290 Km2, nos 17 Estados do bioma Mata Atlântica – representando aumento de 57,7% em relação ao período anterior (2014-2015), referente a 18.433 ha.

Marcia Hirota, diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, observa que há 10 anos não era registrado no bioma um desmatamento nessas proporções. “O que mais impressionou foi o enorme aumento no desmatamento no último período. Tivemos um retrocesso muito grande, com índices comparáveis aos de 2005”, disse. No período de 2005 a 2008 a destruição foi de 102.938 ha, ou seja, média anual de 34.313 ha.
Desflorestamentos entre 2015-2016, em hectares*

UF
Área UF
Lei Mata Atlântica
% Bioma
Mata 2016
% mata
Desmatamento 2015-2016
Desmatamento 2014-2015
Variação
BA
 56.473.404
 17.988.595
32%
 2.014.528
11,20%
 12.288
 3.997
207%
MG
 58.651.979
 27.622.623
47%
 2.836.004
10,30%
 7.410
 7.702
-4%
PR
 19.930.768
 19.637.895
99%
 2.283.731
11,60%
 3.453
 1.988
74%
PI
 25.157.775
 2.661.841
11%
 905.268
34,00%
 3.125
 2.926
7%
SC
 9.573.618
 9.573.618
100%
 2.204.983
23,00%
 846
 598
41%
SP
 24.822.624
 17.072.755
69%
 2.346.481
13,70%
 698
 45
1462%
ES
 4.609.503
 4.609.503
100%
 483.541
10,50%
 330
 153
116%
MS
 35.714.473
 6.386.441
18%
 706.841
11,10%
 265
 263
1%
RS
 26.876.641
 13.857.127
52%
 1.093.302
7,90%
 245
 160
53%
10º
SE
 2.191.508
 1.019.753
47%
 70.166
6,90%
 160
 363
-56%
11º
GO
 34.011.087
 1.190.184
3%
 30.386
2,60%
 149
 34
345%
12º
RJ
 4.377.783
 4.377.783
100%
 819.584
18,70%
 37
 27
37%
13º
PB
 5.646.963
 599.487
11%
 54.924
9,20%
 32
 11
206%
14º
PE
 9.815.022
 1.690.563
17%
 197.181
11,70%
 16
 136
-88%
*A tabela indica os desflorestamentos, em hectares, somente das florestas nativas (sem contar outras classes, como vegetação de mangue e restinga), observados no período 2015-2016, com comparativo e variação em relação ao período anterior (2014-2015).
Mangue e Restinga
No período de 2015 a 2016 foi identificada supressão da vegetação de restinga em 9 dos 17 estados do bioma: Ceará (788 ha), Piauí (244 ha), Santa Catarina (199 ha), Bahia (64 ha), Sergipe (50 ha), São Paulo (32 ha), Rio de Janeiro (29 ha), Paraná (14 ha) e Rio Grande do Norte (6 ha).
Já o desmatamento em mangues aconteceu apenas na Bahia, em uma área de 68 ha.
 

7.8 Atualização em 27/05/2018

Do site SOS Mata Atlântica
Desmatamento da Mata Atlântica é o menor registrado desde 1985

25/05/2018
O desmatamento da Mata Atlântica entre 2016 e 2017 teve queda de 56,8% em relação ao período anterior (2015-2016). No último ano, foram destruídos 12.562 hectares (ha), ou 125 Km², nos 17 estados do bioma. Entre 2015 e 2016, o desmatamento foi de 29.075 ha. Este é o menor valor total de desmatamento da série histórica do monitoramento, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O levantamento começou identificando as alterações no período de 1985 a 1990 e a divulgação dos dados ocorreu a partir de 1992.
Sete estados beiram o desmatamento zero, com desflorestamento em torno de 100 hectares (1 Km²). O Ceará e Espírito Santo, com 5 hectares (ha), são os estados com o menor total de desmatamento no período. São Paulo (90 ha) e Espírito Santo ganharam destaque pela maior redução do desmatamento em relação ao período anterior. Foram 87% e 99% de queda, respectivamente. Os demais estados no nível do desmatamento zero foram: Mato Grosso do Sul (116 ha), Paraíba (63 ha), Rio de Janeiro (49 ha) e Rio Grande do Norte (23 ha).

UF Área UF Lei Mata Atlântica % Bioma Mata 2017 % mata Desmatamento   2016-17 Desmatamento   2015-16 Variação
BA 56.473.404 17.988.595 32% 2.005.710 11,10% 4.050 12.288 -67%
MG 58.651.979 27.622.623 47% 2.828.890 10,20% 3.128 7.410 -58%
PR 19.930.768 19.637.895 99% 2.323.735 11,80% 1.643 3.453 -52%
PI 25.157.775 2.661.841 11% 903.734 34,00% 1.478 3.125 -53%
SC 9.573.618 9.573.618 100% 2.192.282 22,90% 595 846 -30%
PE 9.815.022 1.690.563 17% 196.079 11,60% 354 16 2121%
SE 2.191.508 1.019.753 47% 69.626 6,80% 340 160 112%
AL 2.777.724 1.524.618 55% 142.846 9,40% 259 11 2243%
RS 26.876.641 13.857.127 52% 1.092.365 7,90% 201 245 -18%
10º GO 34.011.087 1.190.184 3% 30.125 2,50% 165 149 11%
11º MS 35.714.473 6.386.441 18% 706.875 11,10% 116 265 -56%
12º SP 24.822.624 17.072.755 69% 2.345.765 13,70% 90 698 -87%
13º PB 5.646.963 599.487 11% 54.807 9,10% 63 32 94%
14º RJ 4.377.783 4.377.783 100% 820.307 18,70% 49 37 34%
15º RN 5.281.123 350.994 7% 12.175 3,50% 23 - -
16º ES 4.609.503 4.609.503 100% 483.172 10,50% 5 330 -99%
17º CE 14.892.047 866.120 6% 64.020 7,40% 5 9 -47%
TOTAL 12.562 29.075 56,80%
*A tabela indica os desflorestamentos, em hectares, somente das florestas nativas (sem contar outras classes, como vegetação de mangue e restinga), observados no período 2016-2017, com comparativo e variação em relação ao período anterior (2015-2016).

 
7.9 Atualização em 23/05/2019
Relatório registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 Km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 Km²).
Dos 17 estados, nove estão no nível do desmatamento zero, com desflorestamentos abaixo de 100 hectares, ou 1 Km². São eles: Ceará (7 ha), Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Rio de Janeiro (18 ha), Espírito Santo (19 ha), Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe (98 ha). Outros três estados estão a caminho desse índice: Mato Grosso do Sul (140 ha), Rio Grande do Sul (171 ha) e Goiás (289 ha).
Desflorestamento entre 2017-2018, em hectares:
UF
Área UF
UF na Lei
% na Lei
Mata 2018
% Mata 2018
Desmatamento 2017-2018
Variação
Desmatamento 2016-2017
MG
58.651.979
27.622.623
47%
2.829.026
10,20%
3.379
8%
3.128
PI
25.157.775
2.661.841
11%
901.787
33,90%
2.100
42%
1.478
PR
19.930.768
19.637.895
99%
2.322.682
11,80%
2.049
25%
1.643
BA
56.473.404
17.988.595
32%
2.004.746
11,10%
1.985
-51%
4.050
SC
9.573.618
9.573.618
100%
2.189.122
22,90%
905
52%
595
GO
34.011.087
1.190.184
3%
30.172
2,50%
289
75%
165
RS
26.876.641
13.857.127
52%
1.092.336
7,90%
171
-15%
201
MS
35.714.473
6.386.441
18%
712.374
11,20%
140
21%
116
SE
2.191.508
1.019.753
47%
69.901
6,90%
98
-71%
340
SP
24.822.624
17.072.755
69%
2.344.483
13,70%
96
6%
90
PE
9.815.022
1.690.563
17%
198.346
11,70%
90
-75%
354
PB
5.646.963
599.487
11%
54.982
9,20%
33
-47%
63
ES
4.609.503
4.609.503
100%
483.087
10,50%
19
280%
5
RJ
4.377.783
4.377.783
100%
820.164
18,70%
18
-64%
49
RN
5.281.123
350.994
7%
12.041
3,40%
13
-44%
23
AL
2.777.724
1.524.618
55%
140.659
9,20%
8
-97%
259
CE
14.892.047
866.120
6%
64.064
7,40%
5
40%
5
TOTAL
16.269.972
12,40%
11.399
-9,30%
12.562

*A tabela indica os desflorestamentos, em hectares, somente das florestas nativas (sem contar outras classes, como vegetação de mangue e restinga), observados no período 2017-2018, com comparativo e variação em relação ao período anterior (2016-2017).


7.10 Atualização em 27/05/2020

Desmatamento na Mata Atlântica cresce quase 30%

A boa notícia é que Alagoas e Rio Grande do Norte conseguiram zerar desflorestamento; outros sete estados estão próximos de zero
27 de maio de 2020

Após dois períodos consecutivos de queda, aumentou o desmatamento na Mata Atlântica. Foram desflorestados entre 2018-2019 um total de 14.502 hectares – um crescimento de 27,2% comparado com o período anterior (2017-2018), que foi de 11.399 hectares. As informações são do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realizada desde 1989. O estudo teve execução técnica da Arcplan e patrocínio de Bradesco Cartões.

Mais uma vez o estado campeão de desmatamento foi Minas Gerais, que teve uma perda de quase 5.000 hectares de floresta nativa. A Bahia ficou em segundo lugar, com 3.532 hectares, seguido pelo Paraná, com 2.767 hectares. Os três líderes do ranking tiveram aumento de desflorestamento de 47%, 78% e 35% respectivamente, ao comparar com o período anterior. Já o quarto e quinto lugares da lista, Piauí e Santa Catarina, tiveram redução do desflorestamento em relação ao período 2017-1018 de 26% e 22%. Piauí somou 1.558 hectares desmatados e Santa Catarina 710 hectares.

Desflorestamentos da Mata Atlântica identificados no período 2018-2019 em comparação ao período anterior (em hectare):

UF Área UF UF na Lei MA %UF na LMA Mata 2019 % mata dec. mata 18-19 variação do anterior dec. mata 17-18
AL 2.777.724 1.524.618 55%  142.876 9,40%  0 -100%  8
BA 56.473.404 17.988.595 32%  2.002.297 11,10%  3.532 78%  1.985
CE 14.892.047 866.120 6%  64.044 7,40%  25 259%  7
ES 4.609.503 4.609.503 100%  482.966 10,50%  13 -31%  19
GO 34.011.087 1.190.184 3%  41.558 3,50%  5 -98%  289
MG 58.651.979 27.622.623 47%  2.826.441 10,20%  4.972 47%  3.379
MS 35.714.473 6.386.441 18%  711.692 11,10%  381 173%  140
PB 5.646.963 599.487 11%  54.690 9,10%  85 157%  33
PE 9.815.022 1.690.563 17%  195.659 11,60%  79 -12%  90
PI 25.157.775 2.661.841 11%  900.394 33,80%  1.558 -26%  2.100
PR 19.930.768 19.637.895 99%  2.318.034 11,80%  2.767 35%  2.049
RJ 4.377.783 4.377.783 100%  820.062 18,70%  44 148%  18
RN 5.281.123 350.994 7%  12.172 3,50%  0 -100%  13
RS 26.876.641 13.857.127 52%  1.091.485 7,90%  146 -15%  171
SC 9.573.618 9.573.618 100%  2.186.316 22,80%  710 -22%  905
SE 2.191.508 1.019.753 47%  69.710 6,80%  139 42%  98
SP 24.822.624 17.072.755 69%  2.344.276 13,70%  43 -55%  96
Total 340.804.043 131.029.898 38% 16.264.674 12,40%  14.502  27,20%  11.399 

“A ampliação do desmatamento da Mata Atlântica observada mostra que a destruição do meio ambiente não tem ocorrido apenas na Amazônia. E o fato é preocupante, já que restam apenas 12,4% da Mata Atlântica – o bioma é o que mais perdeu floresta no país até hoje”, afirma Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica.

“Ficamos decepcionados, pois os desmatamentos seguem nas mesmas regiões. Observamos vários desmatamentos em áreas interioranas e nos limites da Mata Atlântica com o Cerrado em Minas Gerais, na Bahia e no Piauí, além de regiões com araucárias no Paraná. Como são áreas já mapeadas anteriormente, os desmatamentos poderiam ter sido evitados com maior ação do poder público. É lamentável que sigam destruindo nossas florestas naturais, ano após ano”, afirma Marcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica e coordenadora geral do Atlas.

Os estados com desmatamento zero são Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo. Marcia ressalta outra boa notícia: “Pela primeira vez dois estados conseguiram zerar os desmatamentos acima de 3 hectares: Alagoas e Rio Grande do Norte. Entre 2017-2018, Alagoas havia registrado 8 hectares de desmatamento, enquanto o Rio Grande do Norte teve 13 hectares”, afirma. O Atlas mede desflorestamentos maiores que 3 hectares. “Em muitos estados que chegaram ao nível do desmatamento zero pode ocorrer o chamado efeito formiga, os desmatamentos pequenos que continuam acontecendo em várias regiões e o satélite não enxerga. É a floresta nativa sendo derrubada aos poucos, principalmente pelo avanço de moradias e expansão urbana”, diz ela.


7.11 Atualização em 28/05/2021

Do site SOS Mata Atlântica

Desmatamento da Mata Atlântica cresce em dez estados

Aumento em um ano ultrapassa 400% em São Paulo e no Espírito Santo, e mais do que dobra no Rio de Janeiro e em Mato Grosso do Sul

26 de maio de 2021

Além de zerar o desmatamento, Atlas da Mata Atlântica aponta a necessidade de que a restauração do bioma se torne uma prioridade na agenda ambiental e climática

Entre 2019 e 2020, o desmatamento da Mata Atlântica se intensificou em dez dos 17 estados que compreendem o bioma: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo. Nos quatro últimos (RJ, MS, SP e ES), o aumento foi de mais de 100% em relação ao período anterior – sendo que em São Paulo e no Espírito Santo este ultrapassou 400%. A manutenção do alto patamar de perda da vegetação nativa, com o crescimento do desmatamento em diversos estados, ameaça intensamente o bioma e reforça a necessidade de ações de preservação e restauração florestal. 

Desflorestamento (dec) da Mata Atlântica identificados no período 2019-2020 em comparação ao período anterior (em hectare):



7.12 Atualização em 27/05/2022

Do site SOS Mata Atlãntica

DESMATAMENTO NA MATA ATLÂNTICA CRESCE 66% EM UM ANO

Total de desflorestamento observado foi de 21.642 hectares, o correspondente a mais de 20 mil campos de futebol

25 de maio de 2022

Entre 2020 e 2021 foram desmatados 21.642 hectares (ha) da Mata Atlântica, um crescimento de 66% em relação ao registrado entre 2019 e 2020 (13.053 ha) e 90% maior que entre 2017 e 2018, quando se atingiu o menor valor de desflorestamento da série histórica (11.399 ha). A perda de florestas naturais, área em que caberiam mais de 20 mil campos de futebol, corresponde a 59 hectares por dia ou 2,5 hectares por hora, além de representar a emissão de 10,3 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera. 

As informações são do Atlas da Mata Atlântica, estudo realizado desde 1989 pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), lançado na quarta-feira, 25 de maio, dois dias antes da data em que é celebrado o Dia Nacional da Mata Atlântica (27/5).

Em relação ao período anterior, apenas dois estados apresentaram queda no desflorestamento. Cinco acumulam 89% do desflorestamento verificado: Minas Gerais (9.209 ha), Bahia (4.968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha). O aumento foi registrado inclusive em estados que estavam se aproximando do fim definitivo do desmatamento, como São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco, revertendo uma trajetória de alguns anos. Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte tiveram desflorestamento menor que 50 hectares, porém, por serem regiões constantemente cobertas por nuvens, o que restringe a observação via satélite, não se pode afirmar categoricamente que estão em situação de desmatamento zero.

Diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica e coordenador do Atlas, Luis Fernando Guedes Pinto explica que o aumento do desmatamento sobre um patamar já inaceitável de perda da vegetação nativa da Mata Atlântica mantém o bioma em um alto grau de ameaça e risco. “É um problema que afeta todo o país e impacta diretamente a sociedade, pois 70% da população e 80% da economia brasileira se concentram na região. Se as derrubadas persistirem, vai faltar água, vai faltar alimento, vai faltar energia elétrica É uma ameaça à vida, um desastre não só para o Brasil como para o mundo, pois importantes referências internacionais apontam a Mata Atlântica como um dos biomas que precisam ser restaurados com mais urgência para atingirmos a meta de redução de 1,5°C de aquecimento global estabelecida no Acordo de Paris. Mas estamos percorrendo o caminho oposto, em direção a sua destruição.

Embora o Atlas não tenha o propósito de investigar a legalidade dos desmatamentos detectados, é importante ressaltar que a vegetação nativa do bioma é protegida pela Lei da Mata Atlântica. Segundo Guedes Pinto, é possível dizer que o bioma vem sendo devastado atualmente, acima de tudo, para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas. A pressão da expansão urbana e da especulação imobiliária, principalmente em torno de grandes cidades e no litoral, também pode ser apontada como uma das causas.

A verificação da confirmação da ilegalidade é comprometida pela pouca transparência e pequena disponibilidade de dados dos governos estaduais a respeito das autorizações de desmatamento. A disponibilização desses dados é fundamental para que se possa avançar para o desmatamento zero na Mata Atlântica com a velocidade necessária para contribuirmos para a urgência da emergência climática e garantirmos a provisão dos serviços ecossistêmicos”, afirma o diretor. Ele reforça que as informações levantadas pelo Atlas são oferecidas às autoridades públicas para que verifiquem a legalidade dos desmatamentos detectados e tomem as devidas medidas de fiscalização e punição. “O respeito à Lei da Mata Atlântica e ao Código Florestal são os primeiros passos para começarmos a reverter essa situação crítica”, completa. 



7.13 Atualização em 29/05/2023


Do site SOS Mata Atlântica


Entre os meses de outubro de 2021 e de 2022, a Fundação SOS Mata Atlântica e o INPE observaram o desflorestamento de 20.075 hectares (ha) do bioma, o correspondente a mais de 20 mil campos de futebol de futebol em um ano ou um Parque Ibirapuera (SP) desmatados a cada três dias. Como resultado, foram lançados 9,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera.

Embora esse número represente uma redução de 7% em relação ao detectado em 2020-2021 (21.642 hectares), a área desmatada é a segunda maior dos últimos 6 anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica – de 11.399 hectares, entre 2017 e 2018. 

Desmatamento nos estados e municípios

Cinco estados acumulam 91% do desflorestamento: Minas Gerais (7.456 ha), Bahia (5.719 ha), Paraná (2.883 ha), Mato Grosso do Sul (1.115 ha) e Santa Catarina (1.041 ha). Enquanto oito registraram aumento (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe), nove mostraram redução (Ceará, Goiânia, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí,  Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo).

No que se refere aos municípios, dez concentram 30% do desmatamento total no período. Desses, cinco estão situados em Minas Gerais, um no Mato Grosso do Sul e quatro na Bahia. Três cidades baianas encabeçam a lista: Wanderlei (com 1.254 hectares desmatados), Cotegipe (907 ha) e Baianópolis (848 ha). Em seguida vêm São João do Paraíso (MG, 544 ha), Araçuaí (MG, 470 ha), Porto Murtinho (MS, 424 ha), Francisco Sá (MG, 402 ha), Capitão Enéas (MG, 302 ha) e Gameleiras (MG, 296 ha). 

Apenas 0,9% das perdas se deram em áreas protegidas, enquanto 73% ocorreram em terras privadas – reforçando que as florestas vêm sendo destruídas sobretudo para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas. A especulação imobiliária, acima de tudo nas proximidades das grandes cidades e no litoral, também é apontada como outra das causas principais. O respeito à Lei da Mata Atlântica e ao Código Florestal, portanto, deveria ser o primeiro passo para reverter essa situação. Mas esses mecanismos legais também estão em risco.










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