Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Edição: Aécio Amado
Cerca de um terço dos jovens entre 10 e 24 anos de todo o mundo
vive em situação de vulnerabilidade social. A conclusão do Fundo de
População das Nações Unidas (ONU) consta do relatório Situação da População Mundial em 2014, que a agência da ONU apresenta hoje (18).
De
acordo com o fundo, cerca de 1,8 bilhão dos mais de 7 bilhões de
habitantes do planeta tem entre 10 e 24 anos. Desses, mais de 500
milhões vivem abaixo da linha de pobreza, com menos de US$ 2 por dia.
“Em um mundo de questões de adultos, os jovens são muitas vezes
negligenciados. Tendência que requer correção urgente, uma vez que põe
em risco não só a juventude, mas as economias e sociedades em geral”.
O
Fundo de População indica que os países, especialmente aqueles em
desenvolvimento, podem alcançar avanços econômicos e sociais expressivos
se investirem no potencial produtivo de seus jovens, enxergando-os não
como um escoadouro de recursos públicos já escassos, mas como
“potenciais líderes e arquitetos de uma transformação histórica no
bem-estar humano”.
“Os países que não cuidarem das necessidades
de seus jovens provavelmente terão, a partir da segunda metade deste
século, taxas de fecundidade mais elevadas e uma grande parcela de
pessoas jovens e dependentes. Uma força de trabalho pouco qualificada
manterá as economias presas em atividades de baixo valor agregado e com
baixas taxas de crescimento”, diz o relatório.
Os pesquisadores
recomendam que, em um primeiro momento, os países com altas taxas de
mortalidade infantil e de fecundidade se empenhem para reduzir o número
de mortes, investindo em saneamento básico, tratamento d´água, campanhas
de vacinação infantil e na saúde primária. Com as taxas de mortalidade
em queda, será possível passar a priorizar outras ações, já que a
mudança na estrutura etária, com um maior percentual de pessoas em idade
ativa que em fase dependente, pode vir a surtir efeitos como a redução
da pobreza e a elevação dos padrões de vida.
O fundo reconhece
que “cada vez mais governos estão dedicando maior atenção aos jovens”,
mas aponta que milhões deles ainda enfrentam muitos obstáculos, como
acesso à instrução formal ou a baixa qualidade do ensino e falta de
empregos apropriados. O fundo calcula que, em regiões em
desenvolvimento, cerca de 60% dos jovens não estudam nem trabalham no
mercado formal. Há ainda uma grande lacuna digital a separar a juventude
de diversos países. Além disso, a ausência de informação e serviços
adequados para garantir o acesso dos adolescentes à orientação e aos
cuidados sobre a saúde sexual.
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