quarta-feira, 12 de março de 2025

Pesquisa da UENF/UFF indica que a maioria dos remanescentes da Mata Atlântica no Norte e Noroeste Fluminense se encontra com área inferior a 5 hectares

Artigo publicado na revista científica "Ambiente & Sociedade", em 22/04/2024, de autoria de Patrícia Marques Santos (UENF/Campos dos Goytacazes), Claudio Belmonte de Athayde Bohrer (UFF/Niterói) e Marcelo Trindade Nascimento (UENF/Campos dos Goytacazes)  L I N K :


"Conclusões

Embora a Mata Atlântica possua um histórico de fragmentação em toda sua extensão, foi evidenciado pela análise temporal (1985 a 2020) que nas regiões Norte e Noroeste fluminense existem fitofisionomias mais intensamente afetadas que outras, sendo a FES das Terras Baixas a mais afetada. Do ponto de vista estrutural, esta fisionomia possui maior número de fragmentos pequenos; áreas sob efeito de borda, e maior distância entre fragmentos. Este resultado confirma nossa hipótese central de que as fisionomias da região seriam impactadas de forma diferente, a depender da intensidade de uso e formas de ocupação do solo.

As regiões Norte e Noroeste fluminense compreendem grandes extensões de áreas prioritárias para conservação e restauração. A criação de novas UCs para proteção da biodiversidade da região é uma questão urgente, tendo em vista as grandes perdas florestais ao longo do tempo, principalmente para a FES Submontana, fitofisionomia predominante na região.

É importante considerar que a região possui um enorme passivo ambiental que pode ser convertido em melhorias nas condições dos fragmentos remanescentes e promoção da conectividade da paisagem. Conforme foi mencionado anteriormente, somente a implementação de políticas públicas visando a restauração de áreas de APP e RL, principalmente nas fitofisionomias de terras baixas, representaria um ganho de 5% na cobertura vegetal, promovendo a maior conectividade da paisagem.

A qualidade dos remanescentes encontra-se comprometida, tendo em vista que a maioria se encontra com área inferior a cinco hectares. Além disso, os processos de regeneração em vegetação secundária não se completam, o que compromete a restauração destes fragmentos na região.

Assim, a manutenção dos fragmentos florestais da Mata Atlântica no Norte e Noroeste fluminense deve constituir um esforço em três frentes: a manutenção da floresta madura em pé; a restauração das áreas degradadas, e a conservação dos fragmentos de floresta secundária em regeneração, até atingir o status para proteção, segundo o que prevê a Lei da Mata Atlântica."

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