quarta-feira, 5 de junho de 2024

O que os candidatos de Miracema tem a oferecer além de projetos de suas zonas de conforto? O que pensam a respeito de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas?

Parece que até o momento nada. Seria bom se os candidatos de Miracema divulgassem suas intenções para mitigação dos efeitos das mudanças climática e não somente futuros projetos de suas zonas de conforto, como estão fazendo alguns candidatos. Poderiam aproveitar o dia de hoje, DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE, para pelo menos manifestarem suas preocupações relativas ao novo normal imposto pelas mudanças climáticas que podem afetar seriamente o município, tendo em vista o que vem ocorrendo no país e no mundo, como seca na Amazonia e enchentes no Sul.

Por exemplo, na última enchente ocorrida em Miracema a disponibilidade de água potável se restringiu e uma das principais fontes disponíveis foi na região do Conde, que foi responsável pelo abastecimento de muitas comunidades que ficaram sem acesso a água potável. No entanto, foi pensado para o local um aterro sanitário regional privado para atender sete municípios da região, inclusive os maiores (Itaperuna e Santo Antônio de Pádua). Geralmente, a poluição da água está relacionada à ação humana, e, por sua vez, gera graves prejuízos ao meio ambiente e à saúde da população. 

Infelizmente, políticos tendem a adiar projetos de mitigação climática até a hora que acontece e quem mais sofre as consequência é a população. Exemplo: Pressão de bolsonaristas faz Senado adiar projeto que prevê plano para conter mudança climática. Espero que não seja o caso dos políticos de Miracema, pois a cidade é vulnerável visto a localização dentro de vale.

Os políticos de Miracema poderiam seguir o exemplo dado pelo CBH Baía de Guanabara, que está investindo em ações para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na Região Hidrográfica V, que compreende 17 municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro. Os destaques vão para ações de plano de gerenciamento de riscos, plano de manejo de Unidades de Conservação (UCs), monitoramento da qualidade da água, drenagem urbana, enquadramento dos corpos hídricos e Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) que visam a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

O sistema concebido pelo arquiteto paisagista Kongjiam Yu, denominado "Cidades-esponja", é interessante e de custo mais baixo, suportável para cidades com poucos recursos como Miracema. O sistema parte do princípio que é mais eficaz desacelerar a velocidade das águas com o aumento de superfícies que as absorvam, preferencialmente vegetação, e, também, com concreto poroso. Vale a pena conferir na postagem Cidades-esponja

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Release do CBH:

CBH Baía de Guanabara investe em ações para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas 

Durante o ano de 2024 estão sendo desembolsados cerca de R$ 43 milhões em projetos que visam a redução de danos ambientais 
 

Rio Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu. Foto: Luiza Bragança/Prefácio Comunicação

 

Dados da pesquisa “Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil”, realizada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), revelam que está prevista uma perda de 40% de disponibilidade de água em todo o país até 2040, devido à crise climática. O relatório também alerta para a intensificação de eventos extremos e para a redução de disponibilidade hídrica na região Sudeste. De acordo com o estudo, as projeções são mais contundentes para regiões populosas, a exemplo da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara, que concentra 17 municípios da área metropolitana do Rio de Janeiro, com cerca de 11 milhões de habitantes.

 

Tendo em vista a preservação da água em meio à crise climática, o Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara) está investindo recursos em projetos ambientais na bacia hidrográfica. Ao todo, estão sendo desembolsados cerca de R$ 43 milhões para a realização de projetos na região. Os destaques vão para ações de plano de gerenciamento de riscos, plano de manejo de Unidades de Conservação (UCs), monitoramento da qualidade da água, drenagem urbana, enquadramento dos corpos hídricos e Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) que visam a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

 

O diretor-administrativo do CBH Baía de Guanabara, João Flávio Werneck, ressalta a importância de planos de ação voltados para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. “É importante que o poder público e os Comitês de Bacia Hidrográfica (CBHs), em conjunto com as empresas e sociedade civil, invistam e elaborem projetos visando a preservação dos recursos hídricos de acordo com a nossa nova realidade climática. As ações devem estar voltadas para a preservação ambiental, estrutura verde e geração de dados sobre a situação da água nas diversas regiões.”
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Entre os investimentos previstos pelo CBH Baía de Guanabara no território, estão:

  • Programa de monitoramento da qualidade das águas – R$ 12,3 milhões. 
  • Elaboração do Plano de Manejo das Unidades de Conservação REVIS Campos de Sernambetiba e APA do Sertão Carioca no Rio de Janeiro – R$ 420 mil; 
  • Plano de Gerenciamento de Risco para regiões vulneráveis a eventos extremos e mudanças climáticas na Região Hidrográfica V e Plano de Drenagem Urbana e Mitigação dos impactos causados por lixões e aterros - R$ 3,1 milhões 
  • Projeto de renovação do sistema de comporta da Rua General Garzon na Lagoa Rodrigo de Freitas – R$ 6 milhões; 
  • Definição de trechos prioritários para enquadramento – R$ 1,5 milhão 
  • Pagamento por Serviços Ambientais para bacia do rio Guapi-Macacu – R$ 600 mil  
  • Plano de comunicação – R$ 430 mil 
  • Projetos de Educação Ambiental – R$ 1,7 milhões 
  • Projeto de saneamento em áreas não contempladas nos contratos de concessão da Região Hidrográfica – R$ 14,8 milhões; 
  • Auxílio à pesquisa e extensão na RH-V – R$ 2,8 milhões; 

Total dos investimentos: R$ 43.650.000
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Sobre o Comitê 

 

O Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara) promove a gestão dos recursos hídricos na Região Hidrográfica V (RH-V), que abrange 17 municípios que circundam a Baía de Guanabara, de forma democrática e participativa, entre representantes do Poder Público, dos Usuários – instituições que promovem atividades que fazem uso da água – e da Sociedade Civil.  

 

A sua organização teve início a partir de iniciativas da sociedade civil e dos usuários da água, sob o apoio do poder público, em diferentes bacias na região metropolitana do Rio de Janeiro. A criação dos Conselhos Gestores das Lagoas de Itaipu e Piratininga, da Lagoa Rodrigo de Freitas e da Baia de Guanabara nos anos 2000 sedimentaram o caminho para a criação dos comitês de bacia no estado.  Nos anos seguintes, foram formadas duas Comissões, uma para cada lado da Baía de Guanabara, sendo elas: Comissão Pró-Comitê do Leste da Guanabara e a Comissão Pró-Comitê do Oeste da Guanabara.  E a soma de todos esses esforços, levou a criação do Comite da Baia de Guanabara em 2005 (Decreto nº 38.260 16/09/2005).   

 

Em 2005, o Governo do Estado do Rio de Janeiro instituiu oficialmente, por meio do Decreto Estadual nº 38.260 de 16 de setembro de 2005, o Comitê da Baía de Guanabara. Em seguida, o comitê se organizou em subcomitês para aproximar a gestão hídrica dos territórios das 6 Sub-regiões Hidrográficas: Oeste, Leste e dos Sistemas Lagunares Maricá-Guarapina, Itaipu/Piratininga, da Lagoa Rodrigo de Freitas e de Jacarepaguá. Visite o site para conhecer o nosso trabalho.

Um comentário:

Angeline disse...

Excelente reflexão!