sábado, 10 de março de 2012

Agricultores familiares de São José de Ubá ampliam comercialização

Associativismo incentivado pelo Rio Rural gera conquistas para os produtores

Os agricultores familiares da microbacia Santa Maria, em São José de Ubá, no Noroeste fluminense, se preparam para dar mais um grande passo: vender a produção de olericultura para o Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. Com o apoio do programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, o grupo já comemora várias conquistas, como o fortalecimento da Aprovisam, a associação de produtores locais, a comercialização de leite para a laticínios Marília e a venda de parte dos produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, do governo federal.

A venda de legumes para programas do Ministério do Desenvolvimento Agrário só foi possível através de convênio firmado entre a associação e a Unacoop - União das Associações e Cooperativas Usuárias do Pavilhão 30, sediada na Ceasa/RJ. Catorze produtores comercializaram hortaliças para o PAA no ano passado e, este ano, outros 15 estão aptos a ingressar no programa. Já a venda para o PNAE será feita através da Coopaferj - Cooperativa da Agricultura Familiar e Pesca do Estado do Rio de Janeiro, à qual cada produtor deverá se associar individualmente.

No dia 5 de março, data em que se comemora a Integração Cooperativista, a Aprovisam, Unacoop e Coopaferj promoveram reunião com os produtores rurais da microbacia de Santa Maria, para explicar as regras dos programas. De acordo com o presidente da Aprovisam, Cláudio Roberto Ferreira Cunha, o objetivo é obter com a olericultura os mesmos resultados alcançados com o leite.

- Considero que a missão da associação com a pecuária leiteira está cumprida. Conseguimos fechar um contrato importante, que garante a compra de todo o leite produzido pelos nossos associados. Agora, queremos fazer o mesmo com a olericultura, encaminhando a produção para uma venda certa - enfatizou ele.

Na avaliação do presidente da Coopaferj e vice-presidente da Unacoop, Bernardo Araújo Pereira, as cooperativas existem para dar suporte - operacional, logístico, contábil e tributário - ao agricultor familiar, viabilizando a comercialização, principalmente nos mercados institucionais.

- Elas viabilizam a relação dos associados com as organizações, poder público e setor privado. Não há atravessadores, o que agrega valor ao produto. O agricultor recebe o valor definido pela Fundação Getúlio Vargas para cada mercadoria.

Sem o apoio das cooperativas, os produtores não conseguiriam vender para estes programas do MDA, porque, entre outras exigências, é preciso emitir nota fiscal eletrônica. Esta primeira reunião esclareceu as dúvidas e, no dia 16 de março, um novo encontro vai formalizar a adesão dos produtores ao PNAE.

Diversificação da economia abriu o mercado

São José de Ubá tem tradição no plantio do tomate, mas a produção vem se diversificando com incentivo do Rio Rural. Hoje, os agricultores plantam aipim, quiabo, milho verde, pimentão, pepino, berinjela, abóbora, batata-doce e arroz, entre outros.

- Era preciso investir em outras culturas para que o produtor rural tivesse mais lucros e a economia local pudesse crescer. Não era mais viável que todos somente plantassem tomate - esclarece Norma Lúcia dos Santos, técnica da Emater-Rio e executora do Rio Rural na microbacia Santa Maria.

Fundada em abril de 2001, a Aprovisam se fortaleceu com a atuação do programa. Produção diversificada, documentação em dia e venda para os programas institucionais são apenas parte de muitas conquistas.

- No início, a gente não tinha nada. Hoje temos dois tanques de expansão, um adquirido com recursos próprios e outro através de subprojeto grupal do Rio Rural. Compramos o terreno, construímos nossa sede e mandamos 840 litros de leite diariamente para o laticínios Marília, em Itaperuna - disse o presidente da associação.

São muitos os subprojetos implantados na microbacia: adubação orgânica, cana forrageira, esterqueira, composteira, kit galinha, pastoreio rotacionado, plantio em nível, artesanato grupal e o tanque de expansão de uso coletivo. Na parte ambiental, onze nascentes já estão protegidas. Foram feitos, também canais de contenção, proteção de áreas de recarga e recuperação da mata ciliar.

Fonte: Imprensa RJ

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