terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Estado confirma aumento de casos de microcefalia no Rio de Janeiro

A Secretaria de Saúde informa que aumentou o registro de número de casos de bebês com microcefalia. Já foram registrados, até a manhã desta segunda-feira, 30 de novembro, 21 casos da malformação genética em todo o estado, superando a média de 12,8 registrada nos últimos 10 anos. Em 2014, foram registrados 10 casos de microcefalia no RJ. Desde 18 de novembro, quando se tornou obrigatório no estado a notificação de gestantes com manchas vermelhas na pele, já foram notificados 75 casos de grávidas nessa situação. Até o momento, uma teve a confirmação de Zika Vírus, mas ainda não há confirmação se o feto apresenta microcefalia.

Os números foram consolidados após cruzamento de dados de informações extraídas de janeiro a novembro do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do relatorio do Plano de Resposta de Emergência em Saúde Pública (Resp), todos do Ministério da Saúde.
Considerando o cenário atual, esta Secretaria passará a divulgar boletins epidemiológicos semanais tanto para notificações de microcefalia em bebês, quanto para gestantes que apresentarem manchas vermelhas, além dos casos se grávidas que forem confirmadas com o Zika vírus, sempre às quartas-feiras.

Ao longo deste ano, a Secretaria já investiu cerca de R$ 12 milhões em ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Além de centros de hidratação para municípios com surtos ou epidemias de dengue, a campanha 10 Minutos Contra Dengue será convertida na campanha 10 Minutos Salvam Vidas, considerando que o mosquito representa ainda um perigo também por causa da disseminação de doença como a Zika e o Chikungunya. Ao longo deste mês, a Secretaria vai ainda doar carros para reforçar as frotas dos 92 municípios do estado no combate às endemias.

Importante salientar que as medidas de controle do vetor, assim como a determinação de notificações obrigatórias, não alteram o manejo clínico da Zika nem da microcefalia. Ou seja, o tratamento dos pacientes continua seguindo o protocolo que já era preconizado anteriormente pelo Ministério da Saúde.

Como notificar - A notificação deve ser feita por profissionais de saúde em até 24 horas após identificação de gestantes que tenham apresentado relato de manchas vermelhas pelo corpo, independente da idade gestacional. Para notificar basta enviar um email para o endereço notifica@saude.rj.gov.br , ligar para os telefones (21) 2333-3993, (21) 2333-3996, (21) 98596-6553.


O que é o zika vírus - O Zika vírus foi descoberto na década de 1940 e Uganda e identificado nas Américas apenas no ano passado. A doença é transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, e causa febre, manchas pelo corpo, coceira, além de dor de cabeça, muscular e nas articulações. O tratamento é hidratação, medicamentos para os sintomas e geralmente o paciente fica curado entre quatro e cinco dias. No entanto, por ser uma doença nova, sem muitos registros na literatura médica, não há até o momento evidências científicas que comprovem a relação entre o vírus em gestantes e o nascimento de crianças com microcefalia. Por isso, fundamental, por precaução, que mulheres grávidas reforcem medidas de proteção individual, como o uso de repelentes e evitar exposição em locais e períodos de maior atividade do mosquito.

O que é microcefalia -
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio menor que o tamanho normal. Na maioria dos casos, é resultado de alguma infecção adquirida pela mãe durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus, além de abuso de álcool, drogas e em síndromes genéticas como a síndrome de down. Em 90% dos casos, a microcefalia está associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. Não há como reverter a microcefalia, mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança.

Formas de prevenção - O Zika virus é transmitido pelo mesmo mosquito que transmite a dengue e a Chikungunya. Portanto, a forma mais eficaz de se prevenir é combatendo o Aedes aegypti, diminuindo ao máximo o número de focos. Medidas como armazenar lixo em sacos plásticos fechados; manter a caixa d’água completamente vedada; não deixar água acumulada em calhas e coletores de águas pluviais; recolher recipientes que possam ser reservatórios de água parada, como garrafas, galões, baldes e pneus, conservando-os guardados e ou tampados; encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar água de piscinas e espelhos d’água com cloro são ações importantes que ajudam a evitar a disseminação do vírus transmissor da doença. Outro cuidado fundamental é a proteção individual de gestantes, com o uso de repelentes, de roupas que previnam o contato com o mosquito e de evitar exposição durante a manhã e final da tarde, períodos em que o Aedes aegypti costuma atacar as vítimas.

Imprensa RJ

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