Vi uma excelente e refrescante notícia no sítio oficial do município de Miracema: a represa da ex-Usina Santa Rosa está sendo reformada, pela Prefeitura. Com o calor que faz no verão em Miracema, a população bem que merece um “piscinão” para se refrescar. E de graça.
Tal notícia fez com que eu "viajasse" nos verões do meu tempo de moleque na "Terrinha". Eram várias as opções de banho de rio em Miracema. Acima da cidade, no seguimento do ribeirão Santo Antônio, existiam mais dois poços, além da represa da Usina. Os moleques achavam mais interessante o último desses poços, por causa do barranco que ali existia em uma das margens, na beira da estrada, com cerca de 4 metros de altura. Desse barranco os moleques mergulhavam no ribeirão. Com a construção da estrada Itaboraí-Itaperuna tais poços desapareceram.
O poço do Nensinho localizava-se onde hoje é a ponte em frente ao “Brizolão”, ao lado do parque de Exposições. Era o poço mais próximo, porém mais poluído que os demais, embora, naquela época, a cidade não estivesse tão desenvolvida naquela área quanto está hoje. Quando chovia muito na cabeceira da nascente do Santo Antônio, na serra de Flores, uns moleques mais "corajosos" desciam, pelas fortes correntezas que se formavam, da represa da Usina até o poço do Nenzinho apoiados em troncos de bananeira.
No Conde, havia, creio que ainda há, uma belíssima formação de lajeados com pequenas cachoeiras, que ficava localizada ao lado da linha férrea - hoje estrada Miracema-Campelo -, na altura da primeira ponte depois das olarias – onde hoje é o Segundo Pólo Industrial de Miracema. Mais adiante, dois poços do Seu José Arão, também com pequenas cachoeiras. Estes poços e o Conde eram habitados por jacarés, por isso e por serem localizados em zona de maior poluição, apesar do reforço de água limpa da afluência do ribeirão Sombreiro, eram poucos frequentados.
Fora do seguimento do ribeirão Santo Antônio, existiam, creio que ainda existem, os poços banhados pelo ribeirão Sombreiro, cerca de três poços localizados no Moura e o poço do Sombreiro, com uma pedra enorme que ocupava toda extensão de uma das margens.
Outro bom local de banho era na lagoa Preta. Uma linda e enorme lagoa artificial, que ficava na fazenda do pai do meu saudoso amigo Romário, seu Zeca Dono. Apesar da lagoa ser de propriedade privada, o banho lá funcionava como se fosse público. O dono da fazenda não se incomodava com a frequência dos banhistas. O banho na lagoa se tornava perigoso, devido a grande extensão de águas profundas. Outra característica de açude é a água morna por até cerca de 1m de profundidade e extremamente fria abaixo disso.
Na fazenda da Liberdade, os moleques, com a permissão dos seus donos, frequentavam seu imenso açude, que era rodeado por uma linda mata e tinha um bote para passear. Naquele lugar, mais passeávamos de bote do que tomávamos banho, pois tínhamos medo do silêncio daquelas águas profundas, parada e escura, rodeadas por matas nas margens, e também por medo de jacarés. Durante o passeio de bote, a molecada gostava de brincar com o eco que ressoava alto naquele lugar. O caminho para chegar ao píer do açude, onde ficava ancorado o bote, era rodeado por pomar. A molecada não resistia e quase sempre subtraía umas frutas. Na volta para casa acostumávamos cortar bambu de fazer vara de pescar para levar, que ali havia em abundância.
O rio Pomba, que banha o vilarejo de Paraoquena, a 14 Km de Miracema, a molecada frequentava pouco devido ao perigo que ofereciam os rios, com muitas pedras imprevistas encobertas por águas turvas que as fortes correntezas poderiam nos arremessar. Lá, normalmente, tomávamos banho em duas ou três praiazinhas, mas alguns moleques "corajosos" se aventuravam em descer nadando as correntezas fortes daquele rio.
Normalmente os banhos no ribeirão eram escondidos da minha mãe. Quando não havia condições de secar o calção, eu tomava banho pelado para não molha-lo e a minha mãe não descobrir. Certa vez, eu tirei o calção e deixei em cima da grama, na beirada do poço, e fui para o banho. Quando voltei para pegá-lo não o encontrei. Comecei a procurar e o vi na boca de um boi que o estava mastigando. Tomei o calção da boca do boi e o lavei, porém ele ficou muito rasgado pelas mastigadas do boi. Nesse dia tive que explicar essa história para minha mãe e, consequentemente, o pau comeu.
Depois que foi inaugurada a piscina do Clube XV de Novembro, os meus banhos de rio se tornaram menos frequentes.
Tal notícia fez com que eu "viajasse" nos verões do meu tempo de moleque na "Terrinha". Eram várias as opções de banho de rio em Miracema. Acima da cidade, no seguimento do ribeirão Santo Antônio, existiam mais dois poços, além da represa da Usina. Os moleques achavam mais interessante o último desses poços, por causa do barranco que ali existia em uma das margens, na beira da estrada, com cerca de 4 metros de altura. Desse barranco os moleques mergulhavam no ribeirão. Com a construção da estrada Itaboraí-Itaperuna tais poços desapareceram.
O poço do Nensinho localizava-se onde hoje é a ponte em frente ao “Brizolão”, ao lado do parque de Exposições. Era o poço mais próximo, porém mais poluído que os demais, embora, naquela época, a cidade não estivesse tão desenvolvida naquela área quanto está hoje. Quando chovia muito na cabeceira da nascente do Santo Antônio, na serra de Flores, uns moleques mais "corajosos" desciam, pelas fortes correntezas que se formavam, da represa da Usina até o poço do Nenzinho apoiados em troncos de bananeira.
No Conde, havia, creio que ainda há, uma belíssima formação de lajeados com pequenas cachoeiras, que ficava localizada ao lado da linha férrea - hoje estrada Miracema-Campelo -, na altura da primeira ponte depois das olarias – onde hoje é o Segundo Pólo Industrial de Miracema. Mais adiante, dois poços do Seu José Arão, também com pequenas cachoeiras. Estes poços e o Conde eram habitados por jacarés, por isso e por serem localizados em zona de maior poluição, apesar do reforço de água limpa da afluência do ribeirão Sombreiro, eram poucos frequentados.
Fora do seguimento do ribeirão Santo Antônio, existiam, creio que ainda existem, os poços banhados pelo ribeirão Sombreiro, cerca de três poços localizados no Moura e o poço do Sombreiro, com uma pedra enorme que ocupava toda extensão de uma das margens.
Outro bom local de banho era na lagoa Preta. Uma linda e enorme lagoa artificial, que ficava na fazenda do pai do meu saudoso amigo Romário, seu Zeca Dono. Apesar da lagoa ser de propriedade privada, o banho lá funcionava como se fosse público. O dono da fazenda não se incomodava com a frequência dos banhistas. O banho na lagoa se tornava perigoso, devido a grande extensão de águas profundas. Outra característica de açude é a água morna por até cerca de 1m de profundidade e extremamente fria abaixo disso.
Na fazenda da Liberdade, os moleques, com a permissão dos seus donos, frequentavam seu imenso açude, que era rodeado por uma linda mata e tinha um bote para passear. Naquele lugar, mais passeávamos de bote do que tomávamos banho, pois tínhamos medo do silêncio daquelas águas profundas, parada e escura, rodeadas por matas nas margens, e também por medo de jacarés. Durante o passeio de bote, a molecada gostava de brincar com o eco que ressoava alto naquele lugar. O caminho para chegar ao píer do açude, onde ficava ancorado o bote, era rodeado por pomar. A molecada não resistia e quase sempre subtraía umas frutas. Na volta para casa acostumávamos cortar bambu de fazer vara de pescar para levar, que ali havia em abundância.
O rio Pomba, que banha o vilarejo de Paraoquena, a 14 Km de Miracema, a molecada frequentava pouco devido ao perigo que ofereciam os rios, com muitas pedras imprevistas encobertas por águas turvas que as fortes correntezas poderiam nos arremessar. Lá, normalmente, tomávamos banho em duas ou três praiazinhas, mas alguns moleques "corajosos" se aventuravam em descer nadando as correntezas fortes daquele rio.
Normalmente os banhos no ribeirão eram escondidos da minha mãe. Quando não havia condições de secar o calção, eu tomava banho pelado para não molha-lo e a minha mãe não descobrir. Certa vez, eu tirei o calção e deixei em cima da grama, na beirada do poço, e fui para o banho. Quando voltei para pegá-lo não o encontrei. Comecei a procurar e o vi na boca de um boi que o estava mastigando. Tomei o calção da boca do boi e o lavei, porém ele ficou muito rasgado pelas mastigadas do boi. Nesse dia tive que explicar essa história para minha mãe e, consequentemente, o pau comeu.
Depois que foi inaugurada a piscina do Clube XV de Novembro, os meus banhos de rio se tornaram menos frequentes.
Foto: obtida no sítio oficial do município de Miracema
2 comentários:
Morei perto da usina quando ainda funcionava. O Sr. Edgar era o dono e meu pai José Gomes da Silva dirigia a Cooperativa espécie de mercado, próxima da usina. Isso foi nos anos de 58 e 59. Lembro de alguns amigos Zenon, Zaíra e Zulemar. Tomava banho e pescava na represa. Ótimas lembranças. Fico triste de ver as fotos das ruínas da usina que produzia toneladas de açúcar. Hoje moro em Brasília. Meu e-mail ginaldo.silva@terra.com.br
Meu avô Antônio Ovídio da Silva trabalhou de encarregado de turma na lavoura de cana nos anos 60 nesta usina, pena que nao tenho nenhuma foto
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