sábado, 21 de abril de 2012


Aragem de morro abaixo e em período impróprio provoca erosão no distrito de Raposo, em Itaperuna

Área improdutiva prejudica produtor e compromete a paisagem

O Programa Rio Rural, da Secretaria de Agricultura, vem trabalhando para a recuperação do solo em uma grande área degradada no distrito de Raposo, em Itaperuna. O local, uma encosta com 7,3 hectares, anteriormente coberta por pastagem, hoje está em avançado estágio de erosão e apresenta voçorocas com mais de dois metros de profundidade, provocadas pela aragem de morro abaixo e em períodos impróprios.

- Tentei fazer alguma coisa por conta própria, mas não deu certo. É muito caro, muito difícil. Com assistência técnica é bem melhor, os resultados já começaram a aparecer. Sem apoio, seria impossível - afirmou Leandro Sommer,  que administra o sítio e integra o Cogem (Comitê Gestor da Microbacia).

O projeto de recuperação da área começou a ser executado no final de 2011. Um estudo técnico, através da análise do solo, declividade do terreno e clima predominante, foi realizado para definir as ações mais eficazes.

- Esta área hoje é improdutiva porque a camada fértil do solo foi levada pela enxurrada. Do jeito que está, não tem utilidade. E o produtor necessita dela para sobreviver, precisa fazer pasto e criar gado - explicou o técnico Luis Gustavo.

O terreno foi dividido em quatro sub-áreas para execução de projetos específicos, visando menor custo na recuperação. Em toda a encosta foram feitos canais de contenção em curva de nível. Nas voçorocas foram colocadas paliçadas de bambu, que servem para contenção das paredes verticais e redução da velocidade de escoamento da enxurrada. E no topo está sendo feita área de recarga hídrica, com recomposição florestal, através do plantio de mudas e de capim brachiaria, que vai funcionar como cobertura do solo. O projeto é uma exemplo de integração de boas práticas apoiadas pelo Rio Rural.

Durante cinco anos a área ficará isolada, para que as ações desenvolvidas tenham resultado. Passado este tempo, o produtor poderá utilizá-la como pastagem. Mas a recuperação total da região degradada deve demorar entre 10 e 15 anos.

Para o secretário de Agricultura, Christino Áureo, harmonizar a produção rural com a conservação ambiental é um dos principais pilares do Rio Rural.

- Projetos como este contribuem para gestão sustentável da paisagem, retomando áreas para o processo produtivo com mais alimentos e renda no campo - acrescentou.

Para demonstrar a importância do uso adequado do solo e dos recursos naturais, a Emater-Rio promoveu um evento de educação ambiental na propriedade. Os alunos da Escola Estadual Dr. José Bastos França participaram do plantio de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, realizado em janeiro passado.

- O ideal é prevenir para não deixar chegar a este ponto. Por isso, apostamos na educação ambiental - afirmou Clóvis da Fonseca, assessor técnico regional da Emater-Rio, que auxilia Gustavo na execução deste projeto.

Localizada na microbacia Córrego do Campinho, a área destoa da paisagem ao redor. O distrito de Raposo é um importante pólo turístico da região, estância hidromineral e pólo de turismo rural. Além do prejuízo ao produtor e do dano ao meio ambiente, a degradação também causa transtornos à população: sempre que chove, a terra invade a pista da RJ 214, interditando a rodovia e impedindo o acesso ao distrito.

Fonte: Imprensa RJ

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