Uma ação contra o crime ambiental no município de São Francisco de
Itabapoana, no norte fluminense, destruiu dezenas de fornos clandestinos
e resultou na prisão de três pessoas em blitz ecológica
deflagrada hoje (17) no entorno da Estação Ecológica Estadual de
Guaxindiba, pela Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes
Ambientais (Cicca).
Os fiscais apreenderam ainda 14 pássaros silvestres que estavam em
gaiolas, e que foram devolvidos à natureza. Um dos três presos
responderá também pelo crime de manter animais silvestres em cativeiro.
A ação teve a participação de 40 homens, entre fiscais do Instituto
Estadual do Ambiente (Inea) e policiais do Comando de Policiamento
Ambiental (CPAm). Ao percorrem o entorno da estação ecológica, as
equipes encontraram dezenas de fornos de carvão clandestinos, que foram
destruídos com o auxílio de uma retroescavadeira.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse que as
operações de combate aos crimes ambientais vão continuar na região.
“Estamos empenhados em combater os degradadores do meio ambiente. Não
vamos permitir que a Estação Ecológica de Guaxindiba continue a ser
carbonizada por fornos ilegais”, garantiu.
Segundo o coordenador da Cicca, José Maurício Padrone, nesse tipo de
atividade existe uma série de irregularidades, como poluição causada
pela queima da madeira; trabalho semelhante à escravidão, inclusive com a
presença de menores; corte ilegal de madeira; e ausência de licença
ambiental para o exercício do negócio.
“Quem for flagrado produzindo carvão em desacordo com as determinações
legais responderá por crime ambiental, com pena de reclusão de um a dois
anos e multa de R$ 500 por metro”, informou.
A Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba é o maior e último
remanescente de Mata Atlântica do norte do estado do Rio, sendo a
cobertura vegetal mais expressiva e importante da região. Antigamente, a
região era conhecida como Mata do Carvão, devido à grande quantidade de
fornos de carvão que existiam nas redondezas.
Atualmente, a produção de carvão é autorizada somente com licença do
Inea. Os critérios para licenciamento são rigorosos, não se permitindo
qualquer atividade do gênero próximo a áreas de proteção ambiental.
Douglas Corrêa/Davi Oliveira - Agência Brasil
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