sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Retificação do custo de construção de aterro sanitário da postagem anterior

Postagem anterior: Números e cifras do negócio do pretenso aterro sanitário a ser construído em Miracema

Considerando que tomei por base valor de operação de aterro com capacidade de receber 2 mil toneladas por dia de estudo da FGV, e que quanto menor o aterro sanitário mais elevado são seus custos por tonelada de lixo, retificamos a quarta coluna da tabela da postagem anterior conforme a seguir, visto que o aterro que pretendem construir em Miracema teria capacidade de receber no máximo 200 toneladas por dia.  Quantidade de resíduos sólidos gerados no Noroeste Fluminense: 5.687,7 toneladas por mês.

Tendo em vista que um aterro sanitário recebe lixo somente do 3º ao 20º ano de sua existência, e depois disso continua requerendo investimento e manutenção por parte do concessionário do serviço até os 40 anos, chegamos a conclusão que o valor a ser cobrado por tonelada de lixo dos municípios do Noroeste Fluminense com base no que foi fixado pela Justiça para o município de Marituba/PA não seria suficiente para cobrir os custos do pretenso aterro sanitário em Miracema.

Chegamos a estas conclusões por meio da pesquisa ASPECTOS TÉCNICOS / ECONÔMICOS-FINANCEIROS DA IMPLANTAÇÃO, MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E ENCERRAMENTO DE ATERROS SANITÁRIOS realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) do Estado de São Paulo, cujo link disponibilizamos aqui .

Tabela retirada da referida pesquisa:

Como a pesquisa determina os custos de aterros de apenas quatro portes:

  • Grande empreendimento (capacidade de recebimento de 2.000 toneladas por dia);
  • Médio empreendimento (capacidade de recebimento de 800 toneladas por dia);
  • Pequeno empreendimento (capacidade de recebimento de 300 toneladas por dia); e
  • Micro empreendimento (capacidade de recebimento de 100 toneladas por dia). 

E nenhum deles se encaixa no porte do que seria o do pretenso em Miracema, fizemos uma média dos aterros de portes Micro e Pequeno da pesquisa da Fipe, conforme a tabela 10 acima, para chegar a um valor aproximado do que seria os custos do pretenso em Miracema:

Podemos observar na tabela acima que o valor Pós-fechamento, após o 20º ano de funcionamento do aterro, representa 50% do subtotal dos valores referentes a Pré-implantação, Implantação e de Operação.

Então, o valor total da quarta coluna da tabela da postagem anterior (aqui) passaria a ser o valor aproximado dos Custos e despesas totais: R$ 223.686.742,00. Valor bem superior a receita que seria obtida caso fosse com base no valor determinado pela Justiça para Marituba/PA, que seria R$ 555.972,68 por mês vezes o período que receberia lixo dos municípios, que vem a ser a partir da operação do aterro, ou seja, do terceiro ano até o vigésimo: 555.972,68 x 204 meses = 122.803.662,28

Vale lembrar que depois de 20 anos de existência de cada aterro novos aterros vão surgir em Miracema porque a concessionária do serviço só fatura quando os aterros estão aptos a receber lixo dentro deste período.

Obs.: postagem alterada em 1º/01/2022.


Números e cifras do negócio do pretenso aterro sanitário a ser construído em Miracema

O prefeito de Miracema anunciou que está de pleno acordo que seja construído um aterro sanitário regional no município de Miracema, e que vendeu para o empresário que vai construir tal aterro o sítio Recreio, localizado na região do Conde, para tal obra. Também foi vendido pelo prefeito para o mesmo empresário outro sítio que foi parte da fazenda Prosperidade, localizado no distrito de Paraíso do Tobias, o qual consta como segunda opção no projeto do aterro, assim como terceira opção outro sítio de propriedade do prefeito, denominado Morro Azul, localizado na estrada para Palma/MG. 

Pelo visto até o momemento, a Câmara de Vereadores não se manifesta contrária a tal iniciativa. Na teoria o poder legislativo é a casa do povo, o que vem a ser elemento essencial na equação da separação de poderes. Ela existe para que um poder anule o outro, como forma de equilibrar o poder. Se o poder legislativo se une num mesmo corpo do executivo não há liberdade e nem democracia.

A previsão de despejo de lixo dos 13 municípios da região no aterro a ser construído em Miracema será de aproximadamente 5.687,7 toneladas por mês, segundo estimativa da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), o que necessitaria de uma média aproximada de 47 caminhões carregados de lixo trafegando diariamente por Miracema, inclusive em estradas vicinais.

O custo de construção do aterro em Miracema foi estimado em R$ 49.843.211,00, com base em dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de 2013.

A estimativa de receita mensal a ser arrecadada pela empresa responsável pelo aterro sanitário das prefeituras dos municípios da região seria de R$ 555.972,68, segundo cálculo por tonelada de lixo baseado no preço determinado pela Justiça em Marituba/PA (108.246 habitantes), em 2020. A propósito, o caso de Marituba serve muito bem de exemplo para nós no que se refere a o que pode acontecer por aqui, 

Matéria do G1


Entenda o caso

Em março de 2017, moradores de comunidades próximas ao Aterro Sanitário de Marituba realizaram um protesto. Eles reclamavam do constante mau cheiro e que a população estava tendo doenças respiratórias por causa do forte odor. Eles interditaram a via de acesso ao aterro por três dias.


A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pará, o Ministério Público do Pará, o Governo do Pará, e as Secretarias Municipais de Meio Ambiente de Belém, Ananindeua e Marituba realizaram uma vistoria no local, onde foi constatado indícios de crimes ambientais.


Em julho daquele ano, o Governo do Estado anunciou que o aterro seria desativado, mas não revelou a data. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) apontou que a Guamá Resíduos Sólidos estava infringindo acordos e licenças ambientais.


Em agosto, o MPPA entrou com ações nas áreas civil e criminal contra as empresas responsáveis pelo gerenciamento do aterro, pedindo o ressarcimento à população de Marituba pelos crimes ambientais e a condenação das empresas com pagamentos de multas e prisão dos responsáveis.


Em dezembro de 2017, três diretores da empresa foram presos durante uma operação do MPPA e da Polícia Civil, que investigava os crimes ambientais na área. Transcrições de conversas gravadas entre funcionários da empresa indicava a intenção de enganar a Semas sobre o tratamento do chorume excedente no aterro. Todos os presos já foram soltos. 


Em dezembro de 2018, a Empresa Guamá Tratamento de Resíduos anunciou o eminente fechamento do local devido, principalmente, a inadimplência das prefeituras que deviam cerca de R$ 12,5 milhões de reais.


Em maio de 2019, a Justiça negou o pedido da Prefeitura de Belém para manter o Aterro de Marituba funcionando. Com a decisão, o lixo produzido por 2,5 milhões de moradores de Belém, Ananindeua e Marituba, não tinha destino definido e a prefeitura cogitou a voltar a utilizar o "lixão do Aurá".






domingo, 26 de dezembro de 2021

Previsão de movimentação diária de caminhões de lixo em Miracema se o aterro sanitário regional for implantado no município

Será que Miracema tem estrutura rodoviária para receber em média cerca de 47 caminhões de lixo por dia, principalmente nas estradas vicinais que dão acesso aos possíveis locais nos quais pretendem implantar o aterro sanitário regional, com a anuência do sr. prefeito municipal? Muitos miracemenses acham que não.

Opções dos locais:

1 - sítio Recreio, na região do Conde;

2 - sítio desmembrado da fazenda Prosperidade, em Paraíso do Tobias (2º distrito); e

3 - sítio Morro Azul, na estrada para Palma.

A quantidade de lixo gerado mensalmente na região (5.687 t) representa mais de 10 vezes o lixo produzido em Miracema (528 t). Isso sem entrar em detalhes sobre os malefícios ao meio ambiente que a presença de aterro sanitário traria para o município.

Hoje, 26, a partir das 10 h, na Praça D. Ermelinda, voluntários estarão colhendo assinaturas de quem é contra esta terrível ameaça ao nosso município. Não deixem de comparecer a este ato em prol de uma Miracema melhor e mais saudável.



quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Noroeste Fluminense abre 269 postos de emprego formal em novembro e 2.844 no acumulado do ano

 


Em novembro, o Noroeste Fluminense criou 269 vagas com carteira assinada (+217 na microrregião Itaperuna e +52 na microrregião Santo Antônio de Pádua).

O município de Itaperuna liderou na abertura de vagas (149), em seguida Bom Jesus do Itabapoana (32), Cambuci (29), Italva (26), Itaocara (25), Santo Antônio de Pádua (24), Porciúncula (13), Aperibé (9) e São José de Ubá e Varre-Sai (3 cada um). Laje do Muriaé abriu o mesmo número de vagas que fechou e Miracema e  Natividade fecharam postos de trabalho, -38 e -06, respectivamente..

O setor comércio se destacou com o maior número de vagas, 110 (+64 na microrregião Itaperuna e +46 na microrregião Santo Antônio de Pádua). Em seguida serviços, com 104 (+75 microrregião Itaperuna e +29 na microrregião Santo Antônio de Pádua).

No acumulado do ano, de janeiro a novembro, a região registrou abertura de 2.844 vagas (+1.937 na microrregião Itaperuna e +907 na microrregião Santo Antônio de Pádua). 

O município de Itaperuna liderou novamente, com abertura de 1.455 vagas. Em seguida Santo Antônio de Pádua (257), Miracema (240), Bom Jesus do Itabapoana (205), Itaocara (204), Aperibé (198), Porciúncula (149), Italva (912, Lage do Muriaé (41), Varre-Sai (10), São José de Ubá (5) e Cambuci (3). Natividade registrou perda de  15 postos de rabalho.

O setor serviços acumulou o maior número de abertura de empregos, 895 (+566 na microrregião Itaperuna e +329 na microrregião Santo Antônio de Pádua), em seguida comércio, com 886 (+500 na microrregião Itaperuna e +386 na microrregião Santo Antônio de Pádua).

Municípios compreendidos na microrregião Itaperuna: Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Itaperuna, Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula e Varre-Sai; e na microrregião Santo Antônio de Pádua: Aperibé, Cambuci, Itaocara, Miracema, Santo Antônio de Pádua e São José de Ubá.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

O macaco e o papagaio não vão deixar que o aterro sanitário seja instalado em Miracema

Fotos feitas por Helcio Granato Menezes nas matas do Conde

Os protocolos do Inea preconizam que em áreas de habitat de animais ameaçados de extinção não podem ser instalados aterros sanitários. Confiando nisso, acreditamos que a pretensa construção de aterro sanitário na região do Conde não vai se concretizar, haja vista que nas matas nos arredores do local do projeto existem dois animais ameaçados de extinção; o papagaio chauá (Amazona rhodocorytha) e o sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita). O chauá está classificado na categoria Em Perigo de Extinção da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) das espécies ameaçadas, também conhecida como Lista Vermelha da IUCN ou, em inglês, IUCN Red List ou Red Data (fonte: WikiAves). O sagui-da-serra-escuro também está na mesma categoria de ameaça de extinção do chauá (fonte: ICMBio).

O aterro sanitário não elimina o impacto do lixo no meio ambiente como querem fazer crer os interessados neste projeto em Miracema; apenas reduz estes impactos ambientais como vazamentos de líquidos e gases; contaminação dos lençóis freáticos e aquíferos; riscos aos animais selvagens; tem limite de quantidade de camadas de lixo; há presença de ratos, moscas e transmissão de doenças; e tem alto custo econômico na implantação e na manutenção, que se não for muito bem fiscalizado acaba sendo negligenciado, haja vista as multas que são aplicadas aos concessionários que vemos nos jornais. Miracema é um dos poucos municípios da região que apresenta condições ambientais melhores. A vinda deste aterro pra cá certamente vai piorar em muito a qualidade do meio ambiente do município e da comunidade. Temos que deter isso de alguma forma. Vamos todos para a mobilização programada para o dia 24.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Arrecadação do ICMS nos Municípios do Noroeste Fluminense recua -16,21% em novembro, mas aumenta 10,84% no acumulado do ano

 


Em novembro, a arrecadação do ICMS pelo Estado do Rio nos Municípios do Noroeste Fluminense caiu -16,21% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na comparação com o mês anterior (outubro) também diminuiu -12,22%. Em todo Estado aumentou 13% na comparação com o mesmo mês do ano passado e 0,14% na comparação com o mês anterior deste ano.

Entre os 13 municípios da região houve aumento na arrecadação de apenas quatro, que variou entre 9,75% e 44,92%, exceto Itaocara que teve um aumento atípico de 144,92%. Nos outros nove municípios a arrecadação caiu entre -2,11% e -40,89%.

No acumulado do ano até novembro, a arrecadação no Noroeste Fluminense aumentou 10,84% na comparação com o mesmo período do ano anterior (janeiro a novembro). Em todo Estado aumentou 21,60%. Vale lembrar que está incluso na comparação dos mesmos períodos 11 meses de pandemia deste ano com sete do ano anterior (março a setembro).

Entre os 13 municípios da região houve aumento na arrecadação de 12, que variou entre 3,07% e 31,78%, exceto Itaocara que teve aumento atípico de 147,51%. Cambuci registrou queda de -60,21%.

Três municípios concentraram 79,40% da arrecadação na região: Itaperuna (55,35%), Santo Antônio de Pádua (15,24%) e Miracema (8,82%).

A Constituição Federal 1988 estabelece que 25% da receita do ICMS serão distribuídos aos municípios (Inciso IV do Artigo 158). Segundo os critérios estaduais (Leis nºs 2.664/1966 e 5.100/2007), estes 25% devem ser compostos da seguinte forma: 33% (cota mínima); 26% (área geográfica); 23% (população); 10% (conservação ambiental); e 7% (ajuste fiscal).




quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Arrecadação dos royalties do petróleo nos Municípios no Noroeste Fluminense aumenta 84,7% em novembro e 51,1% no acumulado do ano

Em novembro, a arrecadação dos royalties do petróleo nos Municípios do Noroeste Fluminense aumentou  84,7% na comparação com novembro de 2020, o que elevou o valor absoluto distribuído aos Municípios da região, conforme a tabela abaixo, para R$ 20,855 milhões. Na comparação com o mês anterior (outubro/21) aumentou 5,9%.

Resumo de análise do DRM-RJ para estas receitas creditadas referentes a novembro de 2021: Por fim, a combinação da valorização dos preços dos derivados de petróleo, do aumento da produção (boe) referente ao ERJ (+2,4%) e da elevação da taxa de câmbio (+0,5%) resultou no incremento dos royalties pagos ao ERJ (+13,3%).

No acumulado do ano até novembro, aumentou 51,1%. Em valor absoluto são R$ 190,174 milhões distribuídos aos Municípios da região, conforme a tabela abaixo.

Em janeiro e fevereiro, a arrecadação dos royalties pelos Municípios do Noroeste Fluminense caiu 18% e 16%, respectivamente, na comparação com estes mesmos meses do ano anterior. Tais quedas são atribuídas a diminuição das taxas de câmbio e retração da produção.

A partir de março (mesmo mês de início da pandemia em 2020) a arrecadação dos royalties começou a subir timidamente (1,9%) na comparação com março de 2020 e atingiu o ápice em junho (238,5%).

Os royalties são uma compensação financeira devida à União pelas empresas que produzem petróleo e gás natural no território brasileiro, as quais efetuam o pagamento à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Economia, que é responsável por repassar aos Estados e Municípios os recursos recebidos provenientes dos royalties conforme critérios definidos nas Leis 9.478/1997 e 7.990/1989.  




sábado, 11 de dezembro de 2021

"Desafios à gestão, ao desenvolvimento sustentável em Miracema (RJ)"

Desafios à gestão, ao desenvolvimento sustentável em Miracema (RJ) - Challenges to management, to sustainable development in Miracema (RJ) -, Paulo José de Mendonça Ribeiro. 2019,

link para o artigo

"1. RESUMO 

O presente estudo é resultado da criação UC - Unidade de Conservação no município de Miracema, em 2010, baseado no projeto de pesquisa “Uma proposta de Gestão do Marketing no Município de Miracema-RJ, como estratégia para promoção de um município saudável e sustentável”. O resultado, pela metodologia utilizada, sugere que a problemática socioambiental incorpora as questões sobre a qualidade de vida e bem-estar dos indivíduos e coletividades e na lógica de reprodução, articulam-se ao crescimento econômico e ao consumo. Há porém mais custos que benefícios particularmente no que se refere à sustentabilidade socioambiental. Os problemas socioambientais representam um grande desafio para as políticas públicas e sua gestão; quando identificados, padecem em efetividade, dada a tabulação dos dados primários e secundários, inclusive no aspecto documental. 

5. Conclusão 

Existe hoje no Brasil um consenso em relação à necessidade de a administração pública melhorar substancialmente seu Sistema de Gestão. As diferenças sociais do país exigem dos governos um nível de resultados bem superior aos apresentados atualmente. A administração pública pode e deve se calcar no modelo de gestão privada, mas nunca perder a perspectiva quanto à realização de sua função social, uma vez que o objetivo principal da iniciativa privada é o lucro. Logo, justifica-se pela incompetência na aplicação da legislação, na ausência de controle social da política socioambiental e no excessivo uso de instrumento de comando e controle na gestão à sustentabilidade do desenvolvimento. 

Para os resultados ao desenvolvimento sustentável enfrentam-se dificuldades em diversos fatores, entre eles a inexistência de um processo de planejamento integrado de longo prazo que articule os órgãos federais, estaduais e municipais e crie espaço de participação das diferentes organizações da sociedade na tomada de decisão. Aumentar a capacidade de processar as demandas da sociedade e de articulá-las com os processos públicos e privados de tomada de decisão. Busca-se um equilíbrio dinâmico entre a eficiência dos mecanismos burocráticos de gestão e a eficácia da participação dos setores da sociedade civil interessados na sustentabilidade do desenvolvimento. 

A gestão ao desenvolvimento sustentável pressupõe a integração de esforços de setores e a ampliação dos horizontes de projetos de desenvolvimento para além do nível local e imediato. Uma das dificuldades encontradas nessa gestão é a carência de instrumentos que permitam essa integração. 

Visa deste modo, estabelecer a gestão socioambiental através da visão ecossistêmica do território, no qual seja, atender a demandas que exigem um grau diferente de trabalho integrado e transdisciplinar. Sustenta-se em questões científicas, porém não exclui as questões políticas e sociais conexas. A importância dos fatores sociais e dos valores humanos e culturais é fundamental para sua aplicação (Waltner-Toews, 2008 apud LAWINSKY, 2010) em três eixos fundamentais, ou seja, Conservação e Preservação dos Remanescentes de Mata Atlântica, Recursos Hídricos e Densidade demográfica. 

A densidade demográfica no Município de Miracema, baseada no censo da população 2010 (IBGE) representa 88,15 hab/Km2 (habitantes por quilômetro quadrado) que está concentrada, principalmente, em poucos distritos ao longo de dois rios: Ribeirão Santo Antônio e do Bonito. A riqueza cultural proveniente das diversas etnias e das várias correntes migratórias inclui o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar os recursos da floresta e esgotá-los, destruindo o habitat natural. 

Miracema apresenta índices socioeconômicos muito baixos e enfrenta dificuldades decorrentes da falta de infraestrutura urbana e de serviços públicos como transporte, água tratada e esgoto, energia, comunicação, escolas, bem como de tecnologia. Tais deficiências se traduzem em baixa qualidade de vida e falta de oportunidades para a população, ao mesmo tempo em que elevam o custo da produção, dificultam a agregação de valor e o escoamento e, por isso, reduzem a rentabilidade econômica. Nos últimos 70 anos surgiram novas ameaças, como a escassez de recursos na zona rural, as consequências de desmatamento (principalmente devido a queimadas, conversão de terras para a agricultura), a ocupação desordenada da terra e o uso inadequado do solo, sem que tenham sido tomados os cuidados prévios para minimizar esse impacto. 

Realidade em que se insere e determina o fato político brasileiro é composto não somente pelas instituições, mas interferências individuais ou por redes de interesse em troca de apoios eleitorais. Este modelo cultural explica mudanças dos rumos políticos em todas as esferas de governo, com a viciosa descontinuidade político-administrativa de uma “gestão à outra” e no curso destas mesmas. 

Entretanto reforça-se, que a função social deve ser alcançada com maior qualidade na prestação de serviços e com maior eficiência. Não se pode, ainda, ignorar as questões relacionadas à eficácia e à efetividade."

"Uma proposta de Gestão do marketing no Município de Miracema-RJ como estratégia para promoção do município saudável e sustentável"

"Uma proposta de Gestão do marketing no Município de Miracema-RJ como estratégia para promoção do município saudável e sustentável"

“Uma proposta de Gestão do marketing no Município de Miracema-RJ como estratégia para promoção do município saudável e sustentável”, por Paulo José de Mendonça Ribeiro. Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre em Ciências na área de Saúde Pública. 2009.

Link para a dissertação

"Considerações finais 

A dissertação “Uma proposta de Gestão do Marketing no Município de Miracema/RJ como estratégia para promoção do município saudável e sustentável” oferece a continuidade à série de estudos relativos ao tema, e almeja a efetiva construção de políticas públicas. Manteve-se, assim, o objetivo geral – Identificar e caracterizar a relação da gestão do marketing no Município de Miracema, com a estratégia para promoção do município saudável e sustentável. O cerne, os referenciais e a vinculação sócio-histórica com o tema permaneceram inalterados. Apresenta modificações pontuais e criticas no sentido de aprimorar o conteúdo, porém de redação fácil ao entendimento e divulgação, em especial com o acréscimo de um conjunto de indicadores na investigação qualitativa no âmbito das ciências humanas. 

Porque indicadores? Dentre os diversos problemas que preocupam os agricultores em especial, o agricultor rural acredita-se os que impactam mais fortemente na vida da população rural fluminense, especialmente nas regiões Norte e Noroeste, são os seguintes: a) empobrecimento crescente das famílias de agricultores e agricultoras rurais; b) migração intensa da população rural para as cidades mais dinâmicas; c) fragilidade das organizações da agricultura familiar; d) falta de assistência e capacitação técnica eficientes; e) problemas de saúde decorrentes da contaminação da água e dos alimentos. 

Constitui-se deste modo importante ferramenta a construção de indicadores e avaliação da utilização de Grandezas e Unidades como subindicadores, que permitam perceber as mudanças ocorridas nas comunidades. Esses indicadores, para serem efetivos, necessitam ser discutidos e acompanhados pelas equipes técnicas e agentes sociais que realizarão as atividades junto aos agricultores e agricultoras familiares. Devem ser flexíveis e revistos periodicamente, quando necessário. Como exemplo, os indicadores propostos referem-se à aferição socioambiental, portanto os índices de degradação ambiental e renda ao início e ao final das ações e na implementação de projeto; níveis de migração das áreas rurais para áreas urbanas; capacidade organizacional; nível de apoio técnico; e, situação de saúde. Diagnosticados antes e depois da realização das ações e na implementação de projetos. 

Busca-se este referencial, por a agricultura familiar ser responsável em garantir boa parte da segurança alimentar do País. Como importante fornecedora de alimentos para o mercado interno, apesar de cultivar uma área menor com lavouras e pastagens - 17,7 e 36,4 milhões de hectares, respectivamente. A estrutura agrária ainda concentrada no País: os estabelecimentos não familiares, apesar de representarem 15,6% do total dos estabelecimentos, ocupavam 75,7% da área ocupada. A área média dos estabelecimentos familiares era de 18,37 hectares, e a dos não familiares, de 309,18 hectares (IBGE, 2006). 

Assim, vale destaque para a Educação Ambiental – Lei 9795 de 25 de abril de 1999. Ao promover a organização social e o avanço da participação popular, deve, antes de tudo, priorizar a qualificação dos grupos sociais para que se apropriem dos instrumentos de gestão ambiental pública, capacitando-os para uma atuação cidadã em prol da melhoria da qualidade socioambiental dos municípios, do estado e do nosso país. Nesta perspectiva torna-se estratégico o controle social da gestão ambiental pública. Agrava-se ao fato de os países em desenvolvimento, como o Brasil, confrontam-se com padrões do século 21, antes mesmo de haverem superado os problemas do século 19. 

O marketing sustentável como visto no capítulo 4, visa integrar as atividades econômicas a sustentabilidade socioambiental. Deve-se ter consciência de que a finalidade de todos os projetos propostos requer normas legais, medidas de fiscalização, programas e inovação tecnológicas a atingir uma mudança de paradigma do modelo de exploração econômica no Município. Entre as ações econômicas, está em incentivos para o manejo sustentável na Área Rural, conforme artigo 14 da Lei 6938 de 31 de agosto de 1981 em seu caput e incisos II e III. Expansão da base florestal; manejo de florestas nativas em áreas privadas; Monitoramento e controle; Educação, ciência e tecnologias florestais; serviços ambientais das florestas; fortalecimento institucional e de extensão florestal; instalação e modernização de indústria de base florestal; mercado e comércio de produtos florestais. 

O Marketing Sustentável, na sua gestão, requer a integração de sistemas territoriais. Onde o território é percebido como um espaço cognitivo, no qual valores comuns e outros ativos intangíveis contribuem para o sucesso dos processos de aprendizado interativo. E tendem a minimizar os custos de transação entre os serviços, na troca. População e organização. O diferencial, no sucesso desta relação está na educação em que as organizações dispõem ao indivíduo na utilização deste serviço. De modo, como retorno a organização, é quantificada a percepção, para investimento futuro na qualidade. A operação continua e sistêmica que insere a gestão é condicionada a excelência deste relacionamento. 

Enfim, o estudo constitui-se um ponto de partida. Lança-se para debate com objetivo de provocar o intercâmbio de idéias, buscando alcançar especial comunicação com o público não especializado. Por conseguinte não tem o caráter definitivo, pelo contrário sugere o detalhamento como em futura tese de doutorado."

"Desafios à gestão, ao desenvolvimento sustentável em Miracema (RJ)"

Secretaria do Ambiente de Itaperuna inicia programa de monitoramento em unidade de conservação

DECON - Itaperuna
Em Itaperuna, RJ, a Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA) iniciou o programa de monitoramento na Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) Monte Alegre.
As atividades de monitoramento da fauna silvestre consistem em visitas bimestrais, com busca ativa por vestígios (pegadas, fezes, penas, carcaças etc) e por visualização direta, além da disposição de armadilhas fotográficas (câmeras trap), disparadas por sensor de movimento.
De acordo com o professor Marcos Paulo M. Thomé, consultor de Biodiversidade da SEMA, os resultados da primeira campanha já estão sendo processados.
“Animais comuns como o gambá e o teiú ocorreram em todos os pontos de instalação das câmeras. Porém nos chamou atenção a presença do inhambú-chororó e da cuica rabo de rato, animais mais raros e furtivos, pouco conhecidos e que não são avistados pelas pessoas que residem ou trabalham na zona rural do entorno do REVIS. Um casal de mutum, que apareceu na região mais alta da mata, nos dá os primeiros sinais da existência de uma população desse animal residente no REVIS”, explica o consultor.
Sérgio Zampiér, secretário da SEMA, explica que o prefeito Alfredo Paulo Marques Rodrigues, Alfredão, vem empenhando todos os esforços na busca por uma cidade que privilegia o ambiente.
“O prefeito Alfredão vem lutando por uma cidade que valoriza e preserva seu ambiente, cuidando da flora e fauna; trabalhando para deixar um legado verde para as futuras gerações. Nós temos uma equipe formada por profissionais competentes, que entenderam essa nova filosofia de trabalho e vem se esforçando para alcançar os objetivos propostos. Vamos trabalhar por uma Itaperuna cada vez mais verde”, reforça o secretário.
Frank Arcanjo, subsecretário da SEMA, observou que as instalações das armadilhas foram em locais estratégicos, contribuindo significativamente com os resultados.
“Nós escolhemos pontos estratégicos para instalar as armadilhas fotográficas, a fim de monitorar as espécies que transitam naquela região; e a escolha desses lugares contribuíram significativamente com os resultados obtidos. Além disso, é importante frisar que esse é um trabalho minucioso e terá outros desdobramentos, como a realização de um inventário da fauna dentro da unidade”, finaliza o subsecretário.
 

FOTOS
01: Da esquerda para direita, Marcos Paulo M. Thomé, Sérgio Zampiér e Frank Arcanjo
02: teiú - Salvator merianae
03: Gambá - Didelphis aurita
04: Cuica rabo de rato - Metachirus nudicaudatus
05: Inhambu-chororó - Crypturellus parvirostris

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Noroeste Fluminense abre 69 postos de trabalho formal em outubro e 2.550 no acumulado do ano

Em outubro, o Noroeste Fluminense criou 69 vagas com carteira assinada (+97 na microrregião Itaperuna e -28 na microrregião Santo Antônio de Pádua).

O município de Itaperuna liderou na abertura de vagas (66), em seguida Itaocara (10), Italva (9), Porciúncula (8), Laje do Muriaé e Miracema (6 cada um), Aperibé (5), Bom Jesus do Itabapoana (4), Natividade (3) e Varre-Sai (1). Os outros três municípios da região tiveram saldo negativo: Cambuci (-2), Santo Antônio de Pádua (-45) e São José de Ubá (-2).

O setor serviços se destacou com o maior número de vagas, 70 (+54 na microrregião Itaperuna e +16 na microrregião Santo Antônio de Pádua). Em seguida comércio, com 66 (+56 microrregião Itaperuna e +10 na microrregião Santo Antônio de Pádua).

No acumulado do ano, de janeiro a outubro, a região registrou abertura de 2.550 vagas (+1.704 na microrregião Itaperuna e +846 na microrregião Santo Antônio de Pádua). 


O município de Itaperuna liderou novamente, com abertura de 1.294 vagas. Em seguida Miracema (281), Santo Antônio de Pádua (225), Aperibé (189), Itaocara (181), Bom Jesus do Itabapoana (175), Porciúncula (136), Italva (67), Lage do Muriaé (41) e Varre-Sai (2). Os outros três municípios da região tiveram saldo negativo: Cambuci (-27), Natividade (-11) e São José de Ubá (-3).

O setor serviços acumulou o maior número de abertura de empregos, 783 (+436 na microrregião Itaperuna e +346 na microrregião Santo Antônio de Pádua), em seguida comércio, com 782 (+490 na microrregião Itaperuna e +293 na microrregião Santo Antônio de Pádua).

A região tem 44.995 empregos formais de estoque, sendo 39,80% no setor serviços, 29,86% no setor comércio, 20,92% no setor indústria, 4,94,% no setor construção e 4,48% no setor agropecuário.

Municípios compreendidos na microrregião Itaperuna: Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Itaperuna, Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula e Varre-Sai; e na microrregião Santo Antônio de Pádua: Aperibé, Cambuci, Itaocara, Miracema, Santo Antônio de Pádua e São José de Ubá.