terça-feira, 18 de setembro de 2012

Portal G1: com cota, número de donas de casa candidatas aumenta 131% no país


Dona de casa e quarta ocupação mais declarada por candidatos no país

Com a cota obrigatória de 30% para candidaturas de um dos sexos, o número de candidatas donas de casa mais que dobrou nestas eleições, segundo levantamento do G1 junto aos dados de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É a quarta ocupação mais declarada, passando de 9.869 candidaturas na última eleição para 22.789 em 2012 – aumento de 131%.

PROFISSÕES/ OCUPAÇÕES MAIS DECLARADAS E Nº DE CANDIDATOS
2008
2012
Agricultor (42.516)
Servidor público municipal (39.268)
Comerciante (35.976)
Agricultor (38.655)
Servidor público municipal (25.426)
Comerciante (35.160)
Vereador (19.232)
Dona de casa (22.789)
Empresário (13.047)
Vereador (20.787)
Professor de ensino fundamental (11.682)
Empresário (20.494)
Professor de ensino médio (11.224)
Aposentado (14.860)
Aposentado (10.916)
Professor de ensino fundamental (13.481)
Dona de casa (9.869)
Professor de ensino médio (11.509)
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral, divulgação de candidaturas - 2012

As donas de casa representam 4,8% do total de candidatos, atrás apenas dos servidores públicos municipais, agricultores e comerciantes. Em 2008, a ocupação aparecia em 9º lugar (veja quadro acima).
Os dados mostram que o aumento ocorre em razão do elevado número de candidatas a vereadora. São 22.536 inscritas, 98,9% do total. Em 2008, eram 9.546 candidatas.

Para prefeita e vice, no entanto, o número caiu. Neste ano, 81 donas de casa (0,35% do total de candidaturas nessa ocupação) concorrem ao cargo do Executivo. Nas últimas eleições, eram 102 candidatas com esta ocupação. Para vice, agora são 172 candidaturas (0,75% do total). Em 2008, havia 221 postulantes ao cargo.

'Laranjas'
 
Para o cientista político José Eustáquio Alves, a explicação mais provável para o aumento significativo e para a disparidade entre os cargos disputados é a obrigatoriedade da cota sexual nestas eleições.

Agora, a lei exige 30% dos candidatos de um dos sexos nos partidos e coligações na disputa para vereador. A regra provocou um aumento na participação feminina nas eleições O Tribunal Superior Eleitoral afirma que a coligação ou partido que não cumprir a cota obrigatória poderá ter a lista inteira de candidatos rejeitada.

“Esses partidos não investiram na formação de mulheres, não prepararam. Então, para preencher a cota, eles lançam a famosa candidata ‘laranja’. Lançam a mãe, a irmã, até a empregada doméstica, só para preencher”, afirma Eustáquio Alves.


Coincidentemente, a ocupação dona de casa dos candidatos a vereador em Miracema também foi a quarta mais declarada. Ver aqui a postagem PRINCIPAIS OCUPAÇÕES DOS CANDIDATOS A VEREADOR EM MIRACEMA

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