Filho de pai fazendeiro, Joãozinho
foi criado na roça e depois de adulto e de maior parte da vida em centro
urbano se mantém fiel à sua origem como acreditar em lendas que os velhos caboclos da roça lhe contaram quando
criança. Já Marquinhos, além de amigo de Joãozinho e entusiasta da natureza,
sempre demonstrou interesse por lendas, principalmente por aquelas que envolvem
a fauna e flora.
Dias destes, Joãozinho, em suas
andanças pelas roças de Miracema, ora de bicicleta ora de moto, observou no
alto de um angico-vermelho uma casa de joão-de-barro com a entrada fechada. Não
perdeu tempo, deu meia volta e foi comentar o achado com Marquinhos:
- Marquinhos, Marquinhos, Marquinhos,
...
- Mas o que foi Joãozinho?, escutei
da primeira vez que você chamou. Eu estava nos fundos da casa. Que tanta ansiedade é esta
que o traz aqui?
- Você acredita que joão-de-barro fecha na casa a fêmea que o trai, matando-a sufocada?
- Acredito que é lenda!
- Você está com tempo agora?
- Sim.
- Então me aguarde um pouco, que
vou até em casa pegar a camionete e uma escada grande que tenho. Vou te levar
pra ver uma casa de joão-de-barro com a entrada fechada. Vamos quebrar a casa para ver se tem
um esqueleto de pássaro dentro e comprovar, ou não, se é lenda mesmo.
E foram Joãozinho e Marquinhos
averiguar a tal casa de joão-de-barro. Chegando ao local, Joãozinho
colocou a escada encostada na árvore e à medida que subia a amarrava com corda
no tronco, para dar mais segurança. Desta forma, ele subiu até o último degrau da enorme escada para averiguar bem de perto a lacração da entrada da casa: olhou, olhou e deu
seu veredicto lá de cima:
- O material empregado no
fechamento da casa é mais claro que barro, mas o danado pode ter utilizado
barro branco. Tem uma fenda, portanto a danada, se tá aí dentro, não morreu
asfixiada, não. Vou descer e suba você pra ver.
Ao observar de perto, Marquinhos
concluiu que marimbondo havia feito caixa na entrada da casa do jõao-de-barro, com
o que acabou concordando Joãozinho:
- Você
tem razão, é caixa de marimbondo mesmo. Ainda não foi desta vez que tiramos a
limpo esta história!
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