quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Queimadas mudam rotina de animais silvestres e podem até sacrificar suas vidas, diz biólogo

Queimadas mudam rotina de animais silvestres e podem até sacrificar suas vidas, diz biólogo

Da Agência Brasil

As queimadas que se espalham pelo país afetam diretamente a vida dos animais silvestres. Nos últimos dias, especialistas da Floresta Nacional de Brasília (Flona) e agentes da Polícia Ambiental resgataram várias espécies, de pássaros raros a tatus e tamanduás. O biólogo Léo Gondi, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), alertou que os impactos a médio e longo prazo são assustadores.

“Há um impacto terrível. [Antes das queimadas] os animais tinham um território, agora eles se veem obrigados a buscar outro local que está ocupado por animais, na maioria das vezes predadores”, disse o biólogo. “É um problema gravíssimo, pois os animais que mudam de habitat são expulsos do seu [ambiente] natural e enfrentam a escassez de comida”.

Apenas nos últimos dias, o ICMBio contabilizou 56 animais silvestres que tentavam escapar das queimadas na região da Flona. Foram recolhidos lobos-guará, tamanduás-bandeira, veados campestres e papagaios. Também foram acolhidos, machucados, um veado e um tamanduá-bandeira. Foram encontradas três cobras mortas.

Segundo Gondi, o animal silvestre, quando tem seu território destruído, sai em busca de outro local para viver. Quando o encontra e o local está sob domínio de espécies distintas ou até mesmo de animais da sua espécie, surge uma disputa por espaço. De acordo com ele, os animais passam a se enfrentar e sobrevive o mais forte. “A média de uma queimada a cada dois anos é ruim para manter a sobrevivência das espécies”, advertiu.

O especialista disse que as queimadas geram a extinção de espécies ou sua drástica redução, além da adaptação forçada a um novo habitat. O biólogo acrescentou que os efeitos das queimadas também pesam sobre os recursos hídricos e a vegetação como um todo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Por falar em queimadas, a lavoura de cana-de-açucar, matéria prima para fabricação de bebidas alcoolicas, continua sendo queimada. E bebida faz milagres.
Não acredita ???
Clique em http://vindodospampas.blogspot.com/e comprove.

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Amigo Hélcio

É impressionante como os incêndios florestais se tornaram rotina, não só em todo Brasil, como no exterior.

Será uma novidade ou apenas por que hoje é notícia?

O problema não é novo e inclusive é natrual em muitas partes. É como chover ou fazer sol.

Evidentemente que existem os crimonosos, assim como os acidentais, mas serão estes na maioria dos casos?

É um assunto que carece de melhores esclarecimentos científicos e tecnológicos.

Cremos que erros humanos estejam contribuindo, como por exemplo, reflorestamentos de eucalipedo, que fornece excelente combustível.

Não esqueçamos que para haver fogo é preciso combustível, oxigênio e ignição.

Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.

Hélcio Granato Menezes disse...

Luiz Carlos,

Grande parte das queimadas podem ser evitadas. Os pequenos agricultores da região têm a prática de promover queimadas para limpar a área de cultivo. Já está enraizado na cultura deles. O que acaba provocando incêndios de grandes proporções.

Abraços,
Helcio