quinta-feira, 24 de março de 2022

Altura do maciço do pretenso aterro sanitário regional, em Miracema, equivaleria a um edifício de 28 andares

Após verificarmos, anteriormente, dois quadros estatísticos com dados defasados ou incorretos (aqui) e diferenças de custos na comparação com Estudo da Fipe (aqui), constatamos mais um quadro com dados subestimados, no estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), contratado ao custo de R$ 500.000,00 pela empresa que irá construir e operar o pretenso aterro sanitário regional em Miracema (CTR Miracema). Na página 803 do EIA é apresentado o referido quadro, reproduzido a seguir, com informações sobre o total de RSU - Resíduos Sólidos Urbanos (lixo) em toneladas e em M³, para os sete municípios (Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua e Varre-Sai) que irão descartar 166 ton/dia de lixo no referido aterro sanitário de Miracema.

Estes dados estão subestimados se comparados com quadro semelhante elaborado pelo Blog, disponível abaixo, com base em informações estatísticas sobre a população, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, também, com base em informações sobre a quantidade de resíduos sólidos gerados por habitante nesses sete municípios, no PERSRJ (Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Rio de Janeiro).

No mínimo, há uma incoerência em relação ao propósito do EIA ­- documento que se propõe a detalhar informações sobre impacto ambiental, presumidamente elaborado por técnicos e cientistas qualificados em diferentes áreas do conhecimento humano. O EIA em questão não apresenta, juntamente com os quadros estatísticos mostrando resultados de cálculos elaborados pelos referidos técnicos, nenhuma memória de cálculo e, tampouco, cita a fonte dos dados que foram trabalhados.

A partir dos dados apresentados pelo Blog, as afirmações feitas no quadro da página 803, elaborado pelo EIA estão, portanto, subestimadas. A real dimensão calculada da altura do maciço do aterro passaria de 63m para 75m (equivalente a um edifício de 28 andares), já acrescentada a mesma tolerância de folga, obtida por Regra de Três, de acordo com o quadro do EIA. A geração total de ton/25 anos passaria, na verdade, de 1.378.752,8 para 1.722.735,1 e a geração em M³ passaria de 1.969.646,8 para 2.352.275,3.

Dados obtidos pelo Blog:

Conclusão:

Comparando-se os dados apresentados, verifica-se mais uma discrepância de dados do EIA-RIMA, que não se justifica por falta de memória de cálculo e fonte dos dados originais, o que foge aos propósitos de um documento que tem por objetivo prestar esclarecimentos sobre o projeto do aterro.

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