quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Aspectos econômicos e financeiros do pretenso aterro sanitário regional em Miracema, desta vez de porte pequeno (300 ton/dia)

A quantidade de resíduos sólidos urbanos (RSU) per capita dos municípios do Noroeste Fluminense (NOF) prevista no Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Rio de Janeiro (PERSRJ - 2013), que é utilizada pela grande maioria de estudos de universidades, também será utilizada nesta projeção para determinar os custos do pretenso aterro regional a ser construído em Miracema, 


Conforme a Tabela I, os RSU previstos no referido plano aumenta a quantidade mensal no NOF para 7.281 toneladas (calculado com base na estimativa populacional feita pelo IBGE para vigorar a partir de 01/07/2021), o que seria quase 13 vezes a quantidade de RSU produzidos em Miracema. Em 2042 (em hipótese para efeito deste estudo), ano em que o pretenso aterro em Miracema estaria completando 20 anos, foi calculado por este estudo que os RSU da região chegaria a 8.295 toneladas por mês (projeção de população para os anos seguintes até 2042 calculada com base na média da variação das estimativas feitas pelo IBGE para cada município da região nos anos 2011 a 2021) Neste ano o pretenso aterro estaria com sua capacidade próxima de aterro de pequeno porte (9.000 tonelas/mês). 

Com este  quantitativo de RSU, o pretenso aterro a ser construído em Miracema passaria para o de porte pequeno (300 tonelas/dia), conforme previsto no estudo da Fipe, cuja Tabela II a seguir descreve as etapas e custos:


Na Tabela III, a seguir, foi calculado o preço a ser cobrado dos municípios por depositarem RSU no pretenso aterro, que vem a ser os custos e despesas totais da Tabela II, acrescido de 10% como lucro do empresário dono de tal pretenso aterro, dividido pelos 240 meses correspondentes aos 20 anos que o aterro receberia RSU e em seguida multiplicado pela quantidade de RSU mensal de cada município, que foi projetada conforme descrito no segundo parágrafo deste texto.

Os valores mensais são vultosos, portanto resta saber se os municípios da região, cuja maioria está entre os municípios mais carentes de recursos do Estado Rio, vão estar de acordo. 



Estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) afirma que o gás metano produzido por aterro sanitário fica ativo por 80 anos. O gás tem o seu pico de produção um ano após o fechamento do aterro, e continua sendo produzido por um período de até 80 anos após o encerramento das atividades.

Entenda o gás metano (link aqui)

Outra afirmativa no mesmo estudo da UFF sotre o Aterro MTR em Santa Maria Madalena, RJ: 

Esse aterro não tem nenhuma estrutura para mitigação da liberação de metano e recebe resíduos, através de consórcio municipal, de 11 municípios do interior do estado: Bom Jardim, Cantagalo, Carapebus, Conceição de Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Quissamã, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e Trajano de Morais. Esses municípios são considerados de pequeno porte, pois possuem populações variando de 5.000 a 25.000 habitantes.

Os resíduos de cidades do interior são altamente orgânicos, o que favorece a produção de metano; no estado do Rio de Janeiro, a proporção de orgânicos das cidades pequenas compreende 56,72% do total de resíduos (Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Estado do Rio de Janeiro, 2013).

Tabela 1. Gravimetria de resíduos de cidades de pequeno porte (até 100 mil habitantes), do interior do estado do Rio de Janeiro, Brasil

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ASPECTOS TÉCNICOS / ECONÔMICOS-FINANCEIROS DA IMPLANTAÇÃO, MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E ENCERRAMENTO DE ATERROS SANITÁRIOS - Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), do Estado de São Paulo, cujo link disponibilizamos aqui .

- Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Rio de Janeiro - 2013 (link aqui)


Um comentário:

AngelMira disse...

Como sempre, suas pesquisas são de grande contribuição para refletir sobre a realidade que cerca e assombra a nossa cidade.