Brasília – Em 2014, o Brasil deve registrar 576.580 mil novos
casos de câncer, conforme estimativa divulgada pelo Ministério da Saúde
hoje (27), quando é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer. Do
total, a previsão é que 52% dos casos sejam registrados entre homens.
"A incidência em homens deve ser maior por eles estarem mais expostos
a fatores de risco como tabagismo, má alimentação e consumo de bebidas
alcoólicas", aponta Cláudio Noronha, coordenador de Prevenção e
Vigilância do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O câncer de pele não melanoma será o de maior incidência em ambos os sexos, devendo afetar 182 mil pessoas.
Desconsiderando o câncer de pele não melanoma, estima-se que o maior
número de casos de câncer nas mulheres será de mama, com 57.120
notificações. Já entre os homens, 68.800 serão relacionados à próstata.
Conforme
o levantamento, os casos no cólon e reto devem acometer 15.070 homens e
17.530 mulheres, ficando em terceiro lugar entre eles e segundo entre
elas. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, existe a
possibilidade da criação de uma política específica para esse tipo de
câncer.“Com essa estimativa, decidimos criar um comitê de especialistas
para discutir se não está na hora de adotar medidas de rastreamento mais
precoce de intestino baixo”, explicou o ministro.
Já as estimativas para os cânceres de pulmão e estômago são 27 mil e
20 mil novos casos, respectivamente. De acordo com a pesquisa, há
tendência de queda dos casos de pulmão nos homens e de colo de útero,
nas mulheres. Em 2010, os cálculos apontavam 17.800 novos casos de
câncer de pulmão em homens, enquanto a nova previsão é 16.400, para
2014. A previsão para colo de útero era 18.430 novos casos em 2010,
sendo a atual é 15.590.
"Em relação ao câncer de pulmão que tivemos uma tendência de queda
está diretamente ligada às campanhas contra o tabaco, o que mostra a
importância da prevenção. Em relação ao colo de útero, tem a ver
diretamente com a expansão do exame de papanicolau, e do tratamento
depois do exame que evita o desenvolvimento do câncer", avaliou Padilha.
A maioria dos casos deve ser registrada no Sudeste (299.730),
seguida pelo Sul (116.330). No Nordeste, a estimativa é 99.060 novos
casos; no Centro-Oeste, 41.440 casos; e no Norte, pouco mais de 20 mil.
O surgimento do câncer, segundo o Ministério da Saúde, está
diretamente relacionado ao envelhecimento da população, às mudanças na
alimentação, à pouca prática de exercícios físicos e ao hábito de fumar.
O câncer é a segunda causa de morte no país e no mundo, atrás apenas
das doenças cardiovasculares. “O câncer hoje já mata no Brasil três
vezes mais que as doenças parasitárias, e quatro vezes mais que
acidentes de trânsito. Tem que passar a ser uma grande prioridade do
conjunto dos serviços públicos e privados de saúde”, frisou o ministro.
A publicação lista os 19 tipos de cânceres mais comuns no Brasil. O
estudo é feito pelo Inca com base nos registros de casos e mortes por
câncer entre 2002 e 2011. A estimativa é divulgada a cada dois anos, com
o objetivo de ajustar as políticas públicas na área de oncologia. No
último estudo, divulgado em 2010, a estimativa era 520 mil novos casos,
mas os dados do período ainda não foram consolidados.
Em 2012, o Ministério da Saúde aplicou mais de R$ 2 bilhões na
assistência aos pacientes com câncer, crescimento de 26% em relação à
2010.
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