Rio de Janeiro - O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc
avaliou hoje (5) que, apesar de o Rio de Janeiro ter acabado com os
lixões, o estado precisa avançar no que diz respeito à coleta seletiva. A
declaração foi feita durante a 1ª Conferência Municipal de Meio
Ambiente da capital fluminense, que reuniu governantes, autoridades,
empresários e membros da sociedade civil no Parque da Quinta da Boa
vista, na zona norte da cidade.
No encontro, o secretário anunciou que os aterros sanitários de
Itaboraí, São Gonçalo, Belford Roxo e Seropédica, na região
metropolitana do Rio, terão estações de tratamento de chorume. Segundo
Minc, a expectativa é que elas sejam construídas entre janeiro e março
do ano que vem.
Para o secretário, é preciso conscientizar a população sobre a
necessidade de maior envolvimento na questão ambiental. "Todos os
governantes são favoráveis à coleta seletiva. Então por que os nossos
níveis de coleta seletiva são tão fracos? Em todo estado, menos de 3% do
lixo são separados, no município estamos com menos de 2,5%. É preciso
estimular as pessoas levando os agentes sanitários as suas casas para
dar informações. Ao mesmo tempo, as companhias municipais têm que dar
uma resposta para esse cidadão que separa o seu lixo, as cooperativas
dos bairros têm que se articular para dar apoio a essas ações com
espaços para atender a essa demanda", disse Minc.
A primeira conferência municipal teve como principal objetivo
debater a ampliação da coleta seletiva, com a inclusão social de
catadores de materiais recicláveis, além de discutir o problema do
descarte de resíduos sólidos no Rio. Setenta e quatro cidades
fluminenses já haviam promovido conferências para discutir assuntos na
área de meio ambiente.
“Estamos apoiando os municípios fluminenses na implantação de
programas de coleta seletiva que já chegaram a 60 cidades. Além disso,
por meio do nosso Programa Catadores e Catadoras em Redes Solidárias,
estamos apoiando a inclusão socioeconômica dessas pessoas em 41
municípios do estado do Rio de Janeiro. Somando essas duas iniciativas,
nós vamos estimular a cadeia de reciclagem de resíduos sólidos no
estado. Queremos alcançar a meta de chegar a 10% dos índices de
reciclagem de lixo até o final de 2014”, ressaltou o secretário.
A conferência foi dividida nos seguintes temas de discussão:
produção e consumo sustentáveis, redução dos impactos ambientais,
geração de emprego e renda e educação ambiental. Para o secretário
municipal do Ambiente, Carlos Alberto Muniz, os avanços na área requerem
a participação efetiva de todas os segmentos sociais.
"O lixo precisa entrar em uma escala produtiva, e retornar em forma
de benefício para a sociedade. Esse trabalho só irá adiante quando todos
os envolvidos nesse processo conseguirem entender esse pensamento. Não
adianta discutir um modelo de vida mais sustentável e, na hora de pôr em
prática, não ter o apoio de uma ou de outra parte."
Paralelamente à Conferência Municipal de Meio Ambiente,
manifestantes fizeram um protesto na Quinta da Boa vista contra as
remoções de moradores de várias comunidades do Rio de Janeiro, em
especial das famílias que vivem no Horto, área do Jardim Botânico, na
zona sul da cidade.
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