G1 CAMPINAS E REGIÃO
Fã das aves, jovem observador destaca flagrantes da natureza
Aos 16 anos, Natan Périco mantém acervo com
registros de quase 400 espécies.
04/06/2019
Endêmico do Cerrado, capacetinho-do-oco-do-pau tem distribuiçãox escassa e local — Foto: Natan Périco/VC no TG |
“Enquanto
outras pessoas se empolgam para ir a um show e conhecer seu cantor favorito, eu
fico com o coração a mil quando vejo alguma ave pela primeira vez”.
É assim
que Natan Périco define o amor pela observação de aves, prática antiga na vida
do jovem passarinheiro. “Desde pequeno gostava dos animais e da natureza, mas
sempre tive afeto pelas aves. Aos 8 anos ganhei meu primeiro guia de campo e,
desde então, busco por informações sobre as espécies”, conta.
Hoje, com 16 anos, o estudante organiza saídas
mensais no intervalo dos estudos. “Costumo passarinhar no sítio onde moro, em
Porciúncula (RJ), mas já fui em vários lugares como a Serra do Caparaó e a
Serra dos órgãos, por exemplo”, comenta Natan.
Plumagem azul é característica única dos machos de azulinho; fêmea e jovens são pardos — Foto: Natan Périco/VC no TG |
XFoi em
expedições assim que o jovem registrou algumas das “queridinhas” do acervo de
fotografias de natureza. “Algumas das aves que mais emocionaram foram o
mutum-de-bico-vermelho, a jacutinga, o chibante, o azulinho e o
bico-chato-grande”, diz.
Flagrante do bico-chato-grande está na "lista de favoritos" do observador — Foto: Natan Périco/VC no TG |
Na lista consta também o
capacetinho-do-oco-do-pau, registrado em bando na cidade de Caputira (MG).
“Essa ave está muito ameaçada, pois sofre com o desmatamento, queimadas e
pecuária”, explica.
Dedicado
à observação e registro de novas espécies, Natan sonha em registrar a
choquinha-chumbo, ave classificada como “Vulnerável” na lista de espécies
ameaçadas de extinção. “Ela é endêmica da Mata Atlântica e permaneceu
desaparecida por quase 20 anos no Rio de Janeiro, até meus amigos Elindomar
Fernandes e Thiago Lyra encontrarem um indivíduo na cidade onde moro”, conta,
com orgulho, da conquista dos amigos passarinheiros, outro grande presente da
observação de aves.
“A
observação de aves significa tudo para mim. Passei a dar mais valor às belezas
naturais, tive chance de conhecer lugares que nunca imaginei visitar e fiz
amizades especiais”, diz.
Além de
ser saudável, é uma prática boa para o psicológico. Acalma quem está
passarinhando e permite que o observador mantenha contato com a natureza - Natan
Périco
Jovem observa aves desde os oito anos de idade — Foto: Natan Périco/VC no TG |
Acompanhado do avô desde a primeira passarinhada, o observador comemora o interesse dos jovens pela prática. “Há poucos anos dava pra contar nos dedos os jovens que passarinhavam. Mesmo ainda hoje não tendo tantos interessados, o número está crescendo e eu acredito que daqui alguns anos terão muito mais jovens que se importam com a natureza”, afirma.
Para quem
pretende alçar voos no mundo das aves, Natan indica alguns passos básicos.
“Você pode começar pelo seu quintal ou pelo bairro onde você mora. Comece
fazendo listas das aves que aparecem nas redondezas. Assim, já irá começar a
identificar algumas espécies e sons que elas emitem”, sugere o observador, que
hoje é capaz de reconhecer as aves pela vocalização.
Para
observar aves não são necessários equipamentos caros. Basta ter um guia de
campo ou consultar em sites de observação - Natan
Périco
Link para a publicação no G1
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