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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Cotas e programas sociais melhoraram a vida de negros no Brasil, diz ONU

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil      Edição: Helena Martins

O sistema de cotas em universidades e os programas sociais melhoraram a vida da população negra no Brasil, mas ainda há muito o que fazer até que a sociedade seja igualitária. A avaliação é do diretor do Centro de Informação da Organização das Nações Unidas (ONU), Giancarlo Summa, que participou da inauguração da exposição Forever Free – Livres para Sempre, hoje (14), no Museu da Justiça do Rio de Janeiro.

“Os indicadores estão vagarosamente melhorando, mas ainda há muito a ser feito. É importante que haja um consenso na sociedade brasileira sobre a importância de ter políticas ativas para diminuir o peso desse passado”, disse. Summa destacou a necessidade de políticas que garantam maior acesso dessa população ao mercado de trabalho.

O diretor da ONU afirmou que os programas de transferência de renda e a melhoria dos níveis de escolaridade provocaram impacto. “Como eles representam uma parcela muito grande do estágio mais baixo da pirâmide social, tudo que foi feito acabou tendo um impacto bom para os negros. Aumentou a escolaridade e o analfabetismo, entre os mais jovens, foi praticamente eliminado no país. Isso fez com que, pela primeira vez, a faixa dos jovens da população afrodescendente esteja escolarizada no Brasil”, analisou, pontuando que há  “uma dívida com os mais velhos”.

A exposição Forever Free – Livres para Sempre trata da história do tráfico de escravos no mundo e apresenta documentos históricos, como processos em que ex-escravos pedem a reparação de seus antigos donos; documentos referentes à libertação de escravos no Brasil, entre 1838 e 1886; e objetos do século XIX pertencentes ao Museu do Negro, da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.

Durante a abertura da exposição, Giancarlo Summa citou que o tráfego transatlântico de escravos foi um dos grandes crimes cometidos contra a humanidade, cujas consequências são sentidas ainda hoje. “A população afrodescendente, não só nas Américas, sofre de preconceitos e condições de vida piores, com discriminação, racismo e violência”, disse.

Uma parceria da ONU com o Museu da Justiça, órgão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,  a mostra, gratuita, faz parte das atividades de lançamento, pelas Nações Unidas, da Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), e poderá ser visitada até dezembro.

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