Com a
presença do Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia,
Indústria e Serviços, Julio Bueno, inicia hoje (5) no Clube XV, em Miracema, o
I Encontro Intermunicipal para o Desenvolvimento do Noroeste Fluminense. Também foi confirmada a presença do deputado federal Felipe
Bornier.
A seguir,
entrevista com secretário Julio Bueno sobre
o desenvolvimento do Noroeste Fluminense realizada pelo Noroeste em Revista, em
9 de janeiro de 2013:
"Guilherme Carvalhal
– 9 de janeiro de 2013
Em entrevista ao Noroeste em Revista, o secretário
fala sobre as oportunidades de desenvolvimento da região, a construção de um
gasoduto, os investimentos realizados, entre outros assunto.
No Noroeste Fluminense houve apenas 4 prefeitos
reeleitos, e 9 prefeitos que estarão iniciando seus mandatos. Como a secretaria
pretende trabalhar nestes municípios com estes novos prefeitos?
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento pretende
manter sua boa relação com as prefeituras e incrementar cada dia mais sua
atuação na região, incentivando a vinda de novos empreendimentos, apresentando
oportunidades a investidores e viabilizando novos negócios, contribuindo dessa
maneira para gerar novos empregos e melhorar a renda na região.
Recentemente o Governo do Estado realizou o Plano
de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro,
que foi idealizado para a formulação de uma carteira de investimentos públicos
e privados na região. Quais foram os pontos positivos alcançados até o momento?
Todos os projetos públicos e privados foram
incluídos no Plano Plurianual do Governo do estado e estão sendo executados
dentro dos seus devidos cronogramas. Entre recentes projetos estruturantes para
a região cabe destacar aqui o gasoduto que será construído interligando
Cabiúnas, distrito de Macaé (RJ), e Ipatinga (MG). O projeto, criado a partir
de convênio entre os estados do Rio e Minas, e suas concessionárias CEG e
GASMIG, tem custo estimado em US$ 400 milhões e deverá gerar benefícios
ambientais e econômicos para a região do Norte e Noroeste do Rio. O canal com
quase 400 quilômetros atravessará cidades como Cantagalo e Itaperuna, que
possui um excelente mercado para o gás natural que é a indústria cimenteira,
hoje dependente do coque do petróleo. Estimativas da CEG identificaram 18
indústrias localizadas em oito municípios, com consumo diário de cerca 1,3
milhão de metros cúbicos, que podem ser beneficiadas pelo gasoduto. Na rede
doméstica, o mapeamento indicou mais de 32 mil potenciais clientes, em 14
cidades. Há ainda a possibilidade de ampliar o uso de gás veicular na região.
O litoral fluminense, bem como o litoral capixaba,
está recebendo altos investimentos em logística, principalmente na área
portuária. O Noroeste Fluminense poderá sair beneficiado com estes
investimentos? O que é preciso fazer para conseguir se beneficiar desta
infraestrutura?
É preciso investir em mais logística para fazer a
conexão entre a região e os portos, como estradas, por exemplo, que estão sendo
viabilizadas. Dessa maneira, o empreendimento estará interligado à região.
O estado do Rio de Janeiro está vivendo um momento
singular, com investimentos de grande porte sendo realizados, como Comperj,
Porto do Açu, etc. Existem investimentos diretos que beneficiarão o Noroeste
Fluminense nos próximos anos?
A região Noroeste tem como vocação a agroindústria
e temos notícias de vários grupos chegando lá nesse segmento. Além disso, há
uma grande esperança de avanço econômico na área de mármore e granito. Com a
desoneração promovida recentemente pelo Governo do Estado sobre esse setor, é
de se esperar que haja um volume grande investimentos nessa área. Nós temos
sido procurados por players de grande porte que já demonstraram seu interesse e
acreditamos que isso deva se concretizar em breve.
Os investimentos de maior porte, como na área
siderúrgica, automotiva, etc, normalmente não se destinam a esta região do
Estado, com os principais investimentos sendo realizado em setores de origem
alimentícia, como laticínios, ou no comércio. O que falta para aumentar a
competitividade da região?
Cada região do Estado tem vocações específicas. É
natural que a siderurgia e automotiva tenham se concentrado próxima aos
complexos portuários por depender diretamente da exportação. A concentração de
empresas de laticínio ou a indústria alimentícia na região Noroeste aumenta a
competitividade desse polo nessa área específica, e atrai fornecedores para
essa região, aumentando a geração de empregos e contribuindo para elevar a
renda. Isso não descarta também a ida de grandes empreendimentos para lá no
futuro, sejam nessas áreas específicas ou em outras.
A Lei 4.533/05, chamada Lei Rosinha, previa redução
de ICMS de 19% para 2% especificamente para municípios do Norte e Noroeste
Fluminense, como forma de estimular o desenvolvimento econômico. Porém, em
2010, esta lei foi alterada e este benefício fiscal foi expandido para diversos
outros municípios do Estado, não sendo mais exclusivo para Norte e Noroeste.
Esta alteração da legislação de alguma forma reduziu os investimentos no
Noroeste Fluminense?
De maneira alguma. A Lei hoje que prevê benefícios,
a 5636 foi ampliada para outros municípios do Estado que demandavam um choque
de investimentos para melhorar sua renda per capita. Na região Norte, Campos
continua enquadrada na lei e teve pelo menos dois empreendimentos contemplados
no último ano. Já a região Noroeste, teve empreendimentos contemplados em Laje
de Muriaé e Itaperuna. Além disso, há incentivos setoriais que sempre são considerados
quando há novos investidores interessados em áreas no estado.
Os setores de confecções e pedras ornamentais
constituem os dois Arranjos Produtivos Locais da região. Quais as
possibilidades de expansão destes segmentos?
Os dois Arranjos Produtivos tem grande potencial de
crescimento. O de Pedras Ornamentais foi beneficiado pelo deferimento de ICMS,
pelo governo do Estado, e tem registrado aumento em suas encomendas. A
Secretaria obteve do BID apoio para o seu desenvolvimento. A modernização do setor,
através de máquinas mais atuais, modernizadas, é essencial. Para o setor de
confecção, temos grandes esperanças nas parcerias entre o setor privado e as
prefeituras, que agora começam um novo ciclo, seja com prefeitos reeleitos,
seja com os que foram empossados agora em janeiro.
Quais projetos do Noroeste Fluminense já foram
atendidos pelo AgeRio?
Temos pelo menos 16 empresas que receberam
financiamentos superiores a R$ 80 milhões, com 680 empregos diretos gerados nos
municípios de Bom Jesus de Itabapoana, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje de
Muriaé, Porciúncula e Santo Antônio de Pádua. Entre os empreendimentos mais
significativos podemos destacar a Fábrica de Laticínios Monte Azul, a Ipec
Indústria de Papel, a Laticínios Marília, a Água Mineral Natural Serra de
Flores, a Pedreira São Sebastião, do Grupo Mil, Indústria de Papéis Sudeste e
Inpel de Pádua Indústria de Papéis, entre outras."
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