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sábado, 28 de maio de 2011

VILÕES DA DEVASTAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DO NOROESTE
A macrorregião onde a cobertura vegetal encontra-se mais devastada no Estado do Rio é a Noroeste Fluminense. Segundo indicador calculado por estudo da Fiocruz, que varia de zero a 1 (onde 1 é o ponto máximo de cobertura vegetal), o indicador do Noroeste ficou em 0,02, enquanto o da macrorregião em penúltimo lugar (Baixada Litotânea) ficou em 0,29 . Ver postagem sobre os indicadores aqui.

O café trouxe muita riqueza para o Noroeste, mas contribuiu, em muito, para a devastação da cobertura vegetal da região.

O cafeeiro rapidamente esgota o solo sobre o qual se assenta caso não haja o devido manejo. Na medida em que os cafezais diminuíam de rendimento com o passar dos anos, eram abandonados e novas faixas de mata nativa abatidas para implantação de novos cafezais. Humberto Machado observa a cultura extensiva do lado ocidental do vale do Paraíba; no entanto, suas constatações também se aplicam à faixa oriental, o Noroeste Fluminense (TÂNIA DE VASCONCELLOS, 2005):

Ao fazendeiro não interessava a sua manutenção ou o seu reaproveitamento, enquanto existissem terras para serem devastadas. A reprodução dessa estrutura agrária era feita, conseqüentemente, pela incorporação de mais terras, além da força de trabalho. A disponibilidade de matas virgens e a baixa densidade demográfica da região, assim como a facilidade para obtenção de mão-de-obra, dificultavam as melhorias técnicas. A baixa relação homem-terra influenciou a forma de produção agrícola desenvolvida no Vale do Paraíba (MACHADO, 1993, p. 47).

Por muitos anos entre os séculos XIX/XX a produção de café impulsionou o desenvolvimento da região. A pá de cal nos cafezais do Noroeste foi jogada por uma ação do Estado que, na década de 1960, através do Instituto Brasileiro do Café (IBC), patrocinou um grande programa de erradicação de cafezais que eram considerados esgotados e de baixa produtividade (Mizubuti, 1978). Essa erradicação se deu mediante indenização atrativa paga aos fazendeiros em espécie por pé de café erradicado. Pelos termos contratuais o café erradicado deveria ser substituído por outros cultivos, dentro de uma proposta de diversificação das lavouras com o objetivo de instituir-se uma agricultura comercial de mercado interno. Porém, essa diversificação não aconteceu ou perdurou.

1950/70 - Esse período é coincidente ao de substituição da cafeicultura pela pecuária na região. A pecuária veio acentuar ainda mais o caráter predatório na relação com o ambiente, pois,

[...] a substituição da lavoura do café pela criação de gado não liberou áreas para reflorestamento ou recomposição da capoeira. Pelo contrário, a pecuária favoreceu a retirada das últimas reservas” (SECPLAN/CIDE, 1988, p. 24)

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