SOS Mata Atlântica e INPE registram aumento de 7 ha nos fragmentos do bioma no Noroeste Fluminense em 2023

Em 2023, a região registrou aumento de 7 ha de vegetação nativa da Mata Atlântica na comparação com o ano anterior, o que vem a ser o resultado do somatório da medição nos municípios: -4 ha em Porciúncula, -4 ha em Santo Antônio de Pádua, mas teve aumento de 2 ha em São José de Ubá, 1 ha em cada um dos municípios de Laje do Muriaé e Varre-Sai e 11 ha em Natividade. Os demais municípios permaneceram estabilizados.

No período 2013 a 2023, a região perdeu 950 ha de mata nativa 

A preservação de remanescentes da Mata Atlântica que sobraram no Noroeste Fluminense, que conta com apenas 5,78% do território (2023), dos quais dependem os fluxos dos mananciais de águas, são fundamentais pois prestam serviços ambientais importantes como a proteção de mananciais hídricos, a contenção de encostas, a temperatura do solo e a regulação do clima, já que regiões arborizadas podem reduzir a temperatura em até 2º C. 

De acordo com levantamento realizado por SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), disponibilizado no Atlas Municípios, e no Gráfico I abaixo, os remanescentes da Mata Atlântica no Noroeste Fluminense recuaram 950 hectares no período 2013 a 2023, o que equivale a cerca de mil  campos de futebol. 

A maior perda ocorreu em 2015 (-657 ha), em seguida 2014 (-439 ha) e 2017 (-129 ha). Nos anos 2016 e 2018 tiveram ganhos de 129 e 11 ha, respectivamente, em 2019 e 2020 ficaram estáveis, e em 2021 2022 voltou a ter ganho de 36 e 92 ha, respectivamente, e em 2023 registrou aumento de 7 ha.

Gráfico I

De acordo com o Gráfico II, o bioma na região cresceu em apenas dois municípios neste período (2013 a 2023): Varre-Sai (231 ha) e São José de Ubá (58 ha). 

Perdas de vegetação nativa nos demais municípios: Italva (-257), Natividade (-156 ha), Porciúncula (-134 ha), Miracema (-133 ha), Laje do Muriaé (-134 ha cada um), Itaocara (-75), Santo Antônio de Pádua (-72 ha), Bom Jesus do Itabapoana e Aperibé (-66 ha cada um), Itaperuna (-55 ha) e Cambuci (-46 ha).

Gráfico II

Ranking de reserva relativa de fragmentos da Mata Atlântica na região em 2023

1 - Varre-Sai detém a maior reserva relativa do bioma na região (11,46%), em seguida 2 - Laje do Muriaé (10,25%), 3 - Miracema (9,81%), 4 - Cambuci (9,15%), 5 - Porciúncula (7,09%), 6 - Bom Jesus do Itabapoana (6,57%), 7 - Natividade (5,86%), 8 - São José de Ubá (5,03%), 9 - Santo Antônio de Pádua (4,06%), 10 - Itaperuna (4,01%), 11 - Itaocara (2,76%), 12 - Italva (2,18%) e 13 - Aperibé (0,76%).

Obs.: o levantamento efetuado por SOS Mata Atlântica e INPE leva em consideração somente a vegetação nativa acima de 3 ha.