As
autoridades municipais das cidades que receberão a vacina vão se reunir
nesta quinta-feira (26), em Miracema (RJ), para discutir a estratégia
de imunização.
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
deu início hoje (24) à entrega de doses da vacina contra a febre amarela
a 16 prefeituras. Serão disponibilizadas 350 mil doses, 250 mil para
ação de bloqueio contra o vírus nas divisas com os estados de Minas
Gerais e Espírito Santo, onde há circulação do vírus da forma silvestre.
O restante servirá para reabastecer os estoques nas demais prefeituras.
As doses serão distribuídas aos poucos, de acordo com a capacidade de
armazenamento dos municípios, já que não se trata de uma vacina
universal.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Luiz
Antônio Teixeira Jr. não há registros da circulação do vírus da febre
amarela no território do Rio de Janeiro e por isso a vacinação não será
generalizada.
“O principal critério para definição da ação de
bloqueio é a proximidade com as áreas de surto em Minas Gerais. Estamos
recomendando a intensificação da imunização da população que vive na
divisa dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo”, explicou.
Campanha de vacinação
As
autoridades municipais das cidades que receberão a vacina vão se reunir
nesta quinta-feira (26), em Miracema (RJ), para discutir a estratégia
de imunização. A secretaria estadual recomenda que os municípios
realizem a campanha de vacinação entre os dias 28 de janeiro e 10 de
março, em etapas, dividindo a população por faixas etárias: de 9 meses a
9 anos; 10 anos a 19 anos; 20 a 29 anos; 30 a 39 anos e 40 a 59 anos.
Com
base na avaliação do cenário epidemiológico, dez municípios vão
oferecer a vacina em todo o território: Cantagalo, Carmo, Comendador
Levy Gasparian, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade,
Porciúncula, Santo Antônio de Pádua e Varre-Sai. Já os municípios de
Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana, Itaperuna, Sapucaia,
Três Rios e Paraíba do Sul terão localidades específicas para a
imunização, não sendo recomendada a vacinação de toda a população.
“O
objetivo é criar um bloqueio contra o vírus nas regiões mais
vulneráveis sob o ponto de vista geográfico, diante da proximidade das
áreas onde há surtos em Minas Gerais. O público-alvo serão os habitantes
com idades a partir de 9 meses até 60 anos, residentes nos municípios e
localidades definidas pela secretaria para a ação”, disse o
subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chiepp. “É essencial que
os postos de saúde observem as contraindicações específicas para esta
vacinação de bloqueio”, destacou.
Saiba Mais
A
vacina contra a febre amarela é contraindicada para gestantes, mães que
amamentam, crianças menores de 6 meses de idade, pessoas com alergia a
ovos e derivados, pessoas com doença febril aguda, com comprometimento
do estado geral de saúde e com doenças que causam alterações no sistema
de defesa. Também não deve tomar a vacina quem estiver passando por
terapias imunossupressoras (como quimioterapia e doses elevadas de
corticosteroides), portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou com
outras doenças autoimunes.
Pacientes com doenças neurológicas de
natureza desmielinizante (Síndrome de Guillan Barrè, ELA, entre outras)
no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina
também não devem tomar o imunizante nem pacientes transplantados de
medula óssea, com histórico de doença do Timo, além de pessoas com HIV.
Crianças
menores de 2 anos de idade que não tenham sido vacinadas contra febre
amarela não devem receber as vacinas tríplice viral ou tetra viral junto
com a vacina. O intervalo entre os imunizantes deve ser de 30 dias.
Nesta campanha de bloqueio no Rio, não serão vacinados bebês com menos
de 9 meses de idade.
Casos
Não houve
registro de casos autóctones (transmitidos dentro do estado) da doença
nas últimas décadas no Rio de Janeiro. O estado não é uma região
endêmica para febre amarela. A orientação é para que as pessoas que
planejam viajar para áreas onde há comprovação da circulação do vírus
procurem os postos de saúde para se vacinar com, pelo menos, dez dias de
antecedência.
A vacina está disponível durante todo o ano nos
postos e unidades básicas de saúde, pode ser administrada a partir dos 9
meses de idade, e vale por dez anos. Quem já se vacinou pela segunda
vez - respeitando o intervalo de 10 anos - não deve se vacinar
novamente, a imunidade já está garantida.
Na última quarta-feira
(18), a secretaria estadual de Saúde do Rio publicou nota técnica
orientando a intensificação das vigilâncias municipais para pacientes
com sintomas característicos da febre amarela.
Há dois tipos de
febre amarela: silvestre e urbana. A urbana é transmitida pelo Aedes
aegypti e, desde a década de 1940 não há registros no Brasil, acordo com
o Ministério da Saúde. Já a silvestre é transmitida pelos mosquitos dos
gêneros Haemagogus e Sabeths, insetos de hábitos estritamente
silvestres.
A febre amarela silvestre é endêmica em algumas áreas
do país, principalmente na Região Amazônica. Os sinais e sintomas mais
comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor
muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas
mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele
amarelados), insuficiências hepática e renal, manifestações hemorrágicas
e cansaço intenso. Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda,
transmitida exclusivamente pela picada de mosquitos infectados.
Edição: Luana Lourenço
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