Com a adesão de 35 dos 92 municípios do estado do Rio de
Janeiro, até hoje (24) à tarde, a paralisação dos serviços públicos não
essenciais por 24 horas está programada para a próxima segunda-feira
(28), o que inclui escolas, postos saúde com atendimento ambulatorial,
coleta de lixo em algumas localidades e a parte administrativa das
atividades municipais.
O movimento é um protesto contra o
“arrocho a que os municípios estão sendo submetidos, devido à redução
dos repasses de recursos, principalmente federais”, segundo o presidente
da Associação Estadual de Municípios (Aemerj), Anderson Zanon, que
comanda o movimento e alega que a queda no Fundo de Participação dos
Municípios, este ano, está quase inviabilizando a administração
municipal.
A queda de arrecadação média nas cidades do estado,
segundo a Aemerj, chega a cerca de 15%. Zanon adverte que nos municípios
que têm direito a royalties do petróleo (valores pagos aos governos
pelas empresas produtoras pelo direito de explorar o produto naquele
território), a perda é maior porque os royalties também diminuíram.
Segundo
o presidente da Aemerj, os prefeitos já fizeram os cortes pontuais que
podiam, incluindo horas extras e combustível, redução do salário próprio
e do secretariado: “Só que isso não está sendo suficiente. Nós estamos
ficando em uma situação insustentável na administração municipal”.
Na
terça-feira (29), um grupo de prefeitos tem encontro marcado com o
presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, que receberá uma pauta de
reivindicações para encaminhamento ao governo federal. Zanon afirma que
não adianta “ir com o pires na mão pedir dinheiro ao governo federal,
porque a gente sabe que o governo também, por causa desses cortes todos,
não está com dinheiro disponível para repassar imediatamente”.
Os
prefeitos vão pleitear, por exemplo, que a iluminação pública fique
fora do critério de bandeiras tarifárias. A medida foi adotada pelo
governo para estimular a economia de energia elétrica, devido à escassez
de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas que levou ao maior
uso de energia térmica no país.
Anderson Zanon argumenta que,
para o consumidor residencial, é mais fácil reduzir o consumo e pagar
menos na conta de energia, “mas na iluminação pública, não tem como
economizar. Só se apagar as luzes da cidade. Aí, entra a questão da
segurança”. Outra reivindicação é que o governo reduza um pouco os juros
da dívida dos municípios: “Não é deixar de pagar a dívida. Não é
calote; é negociar para dar um pouco de folga aos municípios nesse
momento de dificuldades”.
Na segunda-feira, serão discutidas e
elaboradas outras reivindicações para serem levadas ao governo. Por ter
uma realidade diferente, mais completa, e estar voltado para os
preparativos dos Jogos Olímpicos de 2016, o município do Rio de Janeiro,
apesar de pertencer à Aemerj, não participará do movimento, informou
Zanon.
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