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sábado, 1 de agosto de 2015

Na APA Miracema tem em abundância o principal alimento do Lobo-Guará

Guará sendo conduzido para ser solto na APA Miracema
Foto feita de vídeo circulado na internet
Em passeio pelos campos de Miracema em junho de 2010 (link aqui), estivemos em uma fazenda que fica localizada acima uns quatro quilômetros da Usina Santa Rosa. Naquela ocasião, o fazendeiro, amigo nosso de longos anos, comentou que, por diversas vezes, avistou Lobo-Guará na propriedade.  Em outro passeio (em agosto de 2013), dessa vez lá pelas bandas da fazenda Santa Cruz, que fica também localizada acima da Usina, a uns 14 quilômetros, ouvimos de moradores  do local relatos de presença de Guará na área.

E nesta quarta-feira, 29, foi feita a captura de um Lobo-Guará dentro da residência de morador do bairro Jardim Bervely, que fica próximo da Usina Santa Rosa e no limiar da fronteira da zona urbana com a rural, em Miracema (link aqui). O animal foi imediatamente solto na APA Miracema, que fica relativamente próxima do local da captura, o que pode ter vindo a ser muito importante para a sobrevivência da fêmea, caso o capturado seja macho, pois o Guará tem seus filhotes somente em junho e quando nascem a fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho. Sendo assim, podemos justificar a presença do Guará na zona urbana de Miracema em busca de alimentos, pois passaram a ser duas bocas para serem alimentadas. 

Os Lobos-Guarás vivem em pares familiares que precisam de uma área que vai de 30 a 110 km² para sobreviver. Caso ele não possa percorrer uma área grande como essa para andar, correr e caçar, os músculos atrofiam, já que a espécie possui longas pernas.

Em relação a sua dieta vegetariana, seu principal alimento é o Solanum lycocarpum, comumente chamado de lobeira ou fruta do lobo. Essa fruta, não estacional, é um componente importante na dieta do lobo guará por todo o ano. A lobeira parece um tomate grande de cor amarelada quando maduro e, de acordo com Matera (1968), desempenha um papel importante no tratamento do verme gigante do rim- Dioctofimose (Dioctophyma renale), um parasita comum em lobos guarás, embora a evidencia científica ainda não é 100% comprovada; cerca de 58% da dieta dos Lobos-Guarás é com lobeira, 28% com pequenos mamíferos, 2,3% com aves e 11,7% nos restantes de alimentos pertencentes a dieta do animal, como répteis, gastrópodes e demais alimentos não classificados. A presença de sementes de lobeira são encontradas em 74% das amostras de suas fezes.
Flor do lobeiro. Foto feita na APA Miracema por Helcio Menezes

Na APA Miracema tem muita lobeira, inclusive já mostramos a flor, que é muito bonita, desta árvore aqui no blog em 05/03/2013 (link aqui – a 6ª foto) e 07/02/2014 (link aqui – a 1ª flor do quadro 2/5 e a 3ª do 5/5), o que pode justificar a presença destes belíssimos animais em Miracema.

Os Lobos-Guarás costumam ser noturnos ou crepusculares em relação a suas atividades. Geralmente um casal, monogâmico por toda a vida, divide a mesma área, mas raramente são vistos juntos exceto durante a estação de reprodução. Os territórios são marcados por locais específicos de defecação e demarcações que representam barreiras físicas, como rios e em alguns casos estradas. Essas marcações por defecação geralmente são feitas em superfícies elevadas, como morros.  

Os filhotinhos do Lobo-Guará nascem pretos, com a ponta da cauda branca, geralmente são apenas dois a cada gestação, mas podem ser até quatro.

Com informações do Caliandra do Cerrado

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