Da Agência Brasil
Pela terceira vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros
básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária
(Copom) aumentou hoje (21) a taxa Selic em 0,5 ponto percentual,
passando para 12,25% ao ano. O órgão manteve o ritmo do aperto
monetário. Na reunião anterior, no início de dezembro, a taxa também
tinha sido reajustada em 0,5 ponto.
Com o reajuste, a Selic chega
ao maior percentual desde agosto de 2011, quando estava em 12,5% ao
ano. A taxa é o principal instrumento do BC para manter a inflação
oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com
o Conselho Monetário Nacional, o centro da meta de inflação corresponde
a 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, podendo
variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).
Em
comunicado, o Copom informou que a decisão levou em conta o cenário
macroeconômico e as perspectivas para a inflação. A reunião durou cerca
de três horas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) , o IPCA somou 6,41% em 2014. De acordo com o boletim Focus,
pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, o IPCA
encerrará 2015 em 6,67%, acima do teto da meta. A projeção deve subir
nas próximas semanas por causa dos aumentos da energia, dos combustíveis
e da alta de tributos sobre produtos importados anunciados recentemente pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Embora
ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica o
reaquecimento da economia, que ainda está sob efeito de estímulos do
governo, como desonerações e crédito barato. De acordo com o boletim Focus,
analistas econômicos projetam crescimento de apenas 0,38% do Produto
Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos pelo
país) neste ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos
públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve
como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao
reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os
preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e
incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a
inflação.
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