Onça pintada |
A
cada ano, 400 milhões de animais silvestres são atropelados no mundo.
Só no Brasil são, anualmente, 750 mil atropelamentos, o que equivale a
2.055 vítimas diárias. Boa parte delas, em consequência do aumento do
espaço urbano e dos reservatórios de empreendimentos hidrelétricos. Os
números foram apresentados hoje (4) pelo presidente da Associação
Protetora dos Animais Silvestres (Apas), Agnaldo Marinho.
“Infelizmente,
em algumas localidades, a onça-parda virou gato de rua, e as pessoas
acabam achando que [todos animais] dentro da cidade são ou gato ou
cachorro”, disse ele, durante o programa de rádio Amazônia Brasileira, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Mas
não são apenas carros que estão ferindo ou matando animais silvestres
no Brasil. “Precisamos jogar menos lixo na natureza [o que também pode
causar problemas para a fauna silvestre] e ter menos animais de
estimação desse tipo. Em alguns estados, muitos adquirem papagaios
porque é bonito ver o bichinho falando. Mas, para cada louro dar o pé,
50 deram a vida ao ser transportados [pelos traficantes de animais
silvestres]”, afirmou Marinho.
Segundo ele, ao adquirir um animal
silvestre, as pessoas também não têm conhecimento de que podem estar
pondo a própria saúde em risco. “Esses animais costumam ter doenças
silvestres que afloram em situações de estresse, e podem até passá-las
aos seres humanos. Isso já foi comprovado. E é por isso que sempre digo:
precisamos prevenir agora para não ter de gastar dinheiro amanhã”,
acrescentou.
Outro fator que Marinho considera prejudicial ao
meio ambiente são os reservatórios das usinas hidrelétricas. Nas
proximidades de Assis, em São Paulo, onde ele criou a Apas após ficar
sensibilizado com o número de animais apresentando problemas de saúde
como queimaduras e feridas até por agressão, há três hidrelétricas
construídas a uma distância de 10 a 15 quilômetros, uma da outra.
Por
causa dos reservatórios construídos para as usinas, os animais
começaram a migrar para as cidades da região. “Quando começou a
implantação dessas hidrelétricas, havia na região animais endêmicos e
transitórios fazendo fluxo. Como a cidade sempre apresentou deficiência e
falta de um papel visível do Estado, eu acabava fazendo o resgate deles
e os levava [de forma intercalada] para uma clínica diferente a cada
dia [para evitar sobrecarregar alguma delas]”, lembra o ambientalista.
“Posteriormente,
como meu pai tinha uma chácara, comecei a usá-la [para ajudar no
tratamento dos animais]. Vi, então, que era necessário envolver o Poder
Público. A Apas virou referência e hoje conseguimos tanto reabilitar
animais silvestres como disponibilizar a eles um mantenedor
[empreendimento autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para criar e manter espécimes em
cativeiro, após terem sido apreendidos ou vítimas de maus-tratos]”,
acrescentou.
De acordo com Marinho, os reservatórios acabam
causando problemas para outros tipos de animais bem menos visíveis. “A
fauna aquática [da região] foi quase 70% dizimada. As concessionárias
[das usinas] têm plano de soltura, mas priorizam os peixes que servem
para pesca esportiva, que acabaram concorrendo com os da fauna nativa.
Com isso, vários peixes sumiram.”
O ambientalista considera
“excelente” a lei de crimes contra a fauna, embora classifique de falha a
prática da legislação. “São aplicadas multas de até R$ 200 mil, mas,
como a pessoa não tem condições de pagar, acaba prestando serviços à
comunidade. Em geral, para instituições como asilos, que nada têm a ver
com o meio ambiente”, destacou.
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A seguir, texto encaminhado ao blog pelo miracemense Dr. Raimundo Siqueira (Mundinho):
O mundo está passando por uma das maiores extinções de animais já vistas pela humanidade. Essa onda de extinções, chamada pelos cientistas de “defaunação”, foi tema de um artigo publicado na revista Science pelo brasileiro Dr. Mauro Galetti, da Unesp, junto com pesquisadores da Universidade de Stanford e da Califórnia, nos Estados Unidos.
Segundo a pesquisa, vivemos em meio a uma onda global de perda de biodiversidade impulsionada pela ação humana. Mas os cientistas alertam que, enquanto as imagens de satélite detectam o desmatamento, a perda da fauna é um evento que passa despercebido pelos órgãos de proteção ambiental.
Desde a última extinção de grandes mamíferos no final da Era do Gelo, há 10 mil anos, a sobrevivência dos grandes animais tem sido afetada. Desde o início das navegações, em 1500, o ser humano levou à extinção 322 espécies de vertebrados, principalmente de grandes animais em regiões tropicais. Se esse ritmo continuar, no futuro, apenas as espécies pequenas como camundongos, gambás e ratos sobreviverão na Terra.
abrcs MUNDINHO
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A seguir, texto encaminhado ao blog pelo miracemense Dr. Raimundo Siqueira (Mundinho):
O mundo está passando por uma das maiores extinções de animais já vistas pela humanidade. Essa onda de extinções, chamada pelos cientistas de “defaunação”, foi tema de um artigo publicado na revista Science pelo brasileiro Dr. Mauro Galetti, da Unesp, junto com pesquisadores da Universidade de Stanford e da Califórnia, nos Estados Unidos.
Segundo a pesquisa, vivemos em meio a uma onda global de perda de biodiversidade impulsionada pela ação humana. Mas os cientistas alertam que, enquanto as imagens de satélite detectam o desmatamento, a perda da fauna é um evento que passa despercebido pelos órgãos de proteção ambiental.
Desde a última extinção de grandes mamíferos no final da Era do Gelo, há 10 mil anos, a sobrevivência dos grandes animais tem sido afetada. Desde o início das navegações, em 1500, o ser humano levou à extinção 322 espécies de vertebrados, principalmente de grandes animais em regiões tropicais. Se esse ritmo continuar, no futuro, apenas as espécies pequenas como camundongos, gambás e ratos sobreviverão na Terra.
abrcs MUNDINHO
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