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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Ações integradas da Agricultura fortalecem produção orgânica no Noroeste

União de técnicos e agricultores, parcerias e capacitação do Rio Rural favorecem adoção de práticas agroecológicas

Cerca de 200 agricultores familiares do Noroeste Fluminense estão em processo de transição do modo produtivo convencional para o agroecológico. Destes, 84 vão obter a certificação de produtores orgânicos, junto ao Ministério da Agricultura, através do sistema OCS (Organização de Controle Social). A certificação, sem custos para o agricultor, é resultado das ações desenvolvidas pela Rede de Pesquisa, Inovações, Tecnologias e Serviços Sustentáveis em Microbacias Hidrográficas, criada pela Secretaria de Agricultura, através de trabalho conjunto do Rio Rural, Pesagro-Rio, Emater-Rio, Embrapa, Sebrae-RJ e outros parceiros.

A expectativa dos técnicos que integram a Rede de Pesquisa é que a certificação seja emitida ainda nos primeiros meses de 2014. O objetivo é expandir o número de agricultores certificados como orgânicos no Noroeste do estado, que hoje é de apenas cinco produtores. Um grupo de trabalho específico para resolver os gargalos nesta cadeia produtiva foi formado em abril de 2013, e os resultados já estão aparecendo.


Os agricultores se reuniram com os técnicos das instituições parceiras, apontaram as principais demandas e buscaram soluções, construindo um Plano de Desenvolvimento da Cadeia de Orgânicos. O plano é a base para as ações da rede, como o curso de formação em Agroecologia, que está sendo ministrado em etapas, para suprir a demanda de acesso a informação sobre práticas sustentáveis de manejo e assistência técnica. Ao longo de um ano, serão realizadas dez oficinas sobre vida do solo, destacando a importância do manejo agroecológico, e práticas de compostagem, caldas e biofertilizantes. Duas oficinas já aconteceram e reuniram, em média, 100 agricultores.


Nilo Roque Vieira Silva, agricultor de São José de Ubá, foi um dos participantes.


- Precisamos de instrução e apoio para produzir melhor e ficar no campo - disse.


Produtor de olerícolas, Nilo praticou a agricultura convencional até o ano de 2006, quando ele e a família foram gravemente intoxicados com o uso de produtos fitossanitários no cultivo da couve.


- Fiquei famoso por isso, saiu em todos os jornais. Foi um susto, eu vi que era preciso mudar. O começo foi difícil, não tínhamos informação. Mas valeu a pena, agora minha família está saudável e estamos felizes - afirmou.


Nilo já produz olerícolas pelo projeto PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), do Sebrae. Há seis anos, protegeu a nascente da propriedade com recursos próprios. Agora está na expectativa da implantação de uma estufa para produção de mudas e cultivo das hortaliças, através de subprojeto do Rio Rural.


União fortalece o grupo

Nas reuniões promovidas pela Rede de Pesquisa, a união dos agricultores se sobressai durante a troca de experiências. Nas oficinas de compostagem, é comum ver os agricultores oferecendo aos demais o material utilizado para o manejo dos orgânicos em suas propriedades (palhas, cascas, farelos, etc).

- Estou muito feliz com essa iniciativa, é muito bom saber que não estamos sozinhos - disse Joselmo Lourenço, agricultor da microbacia Marimbondo, em Italva.


Joselmo já é certificado como produtor orgânico, conhece as dificuldades e vê um caminho promissor para a atividade.


- Antes, era tudo muito difícil. Agora temos apoio, não podemos desanimar. Vamos trabalhar juntos, fortalecer a agricultura orgânica e conquistar espaço no mercado - projeta o agricultor.


Imprensa RJ

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