Da Agência Brasil
Brasília – Vereadores de todo o país iniciaram hoje (27), em
Brasília, uma marcha em defesa de mais recursos para os municípios e
para as próprias câmaras, além de uma mudança constitucional destinada a
ampliar os poderes dos legisladores municipais. Para estimular a
participação de vereadores, os organizadores do evento vão sortear um
carro zero quilômetro.
De acordo com a União dos Vereadores do Brasil (UVB), que organiza o
evento, devem participar cerca de 1,3 mil vereadores, o que representa
pouco mais de 2% do total de vereadores do país. “É um bom número. Para
se ter uma ideia, quando fui eleito, no final de 2011, tínhamos 130
vereadores. Estamos em uma retomada de credibilidade perante o próprio
vereador”, explicou o presidente da UVB, Gilson Conzatti (PMDB).
Logo na abertura do evento, que durará três dias, os vereadores
reclamaram da falta de prestígio do legislativo municipal em comparação
com os demais poderes. “Fomos proibidos de entrar no Senado. Talvez a
segurança da Casa tenha achado que provocaríamos algum tumulto”,
reclamou Conzatti. Segundo ele, atualmente, os vereadores só têm sido
lembrados às vésperas das eleições.
“Vereador tem servido para os políticos como cabo eleitoral de luxo,
infelizmente. Para prefeito, deputado estadual, federal, governador e
presidente da República. Temos que mudar isso, mas só vamos mudar com
organização. Somos vistos com terceiro ou quarto plano na política,
quando na verdade somos a maior força política em número”, argumentou o
presidente da UVB.
Para valorizar o trabalho dos vereadores, a macha pretende propor uma
mudança no Artigo 61 da Constituição Federal para permitir que as
câmaras legislativas possam legislar sobre outros temas além da
concessão de servidos públicos, homenagens, nome de ruas e definição de
regras uso do solo.
“Vamos propor que o pessoal [Congresso] mude essa questão. Que a
gente tenha mais liberdade de fazer também. Porque a população vê o
vereador como aquele que fica no plenário fazendo discursos e daquilo
não sai nada, porque não temos a caneta na mão”, pontuou Conzatti.
“Precisamos aumentar as prerrogativas e competências dos vereadores
para que possamos interagir em todas as matérias, independentemente, da
natureza. A Constituição vai de encontro a nossa luta porque, da forma
como está, os vereadores não podem apresentar matérias sobre a maioria
dos assuntos”, acrescentou o presidente da União de Vereadores do Rio
Grande do Sul, Silomar Garcia.
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