Terminou em agosto de 2012 o
esvaziamento controlado para o Rio Pomba das duas barragens de lignina localizadas
em Cataguases (MG). Mas o Estado do Rio continua ameaçado por outras 12
barragens de rejeitos de Minas Gerais, que estão próximas a rios da bacia do
Paraíba do Sul. O governo mineiro garante que não há riscos de novos acidentes,
mas o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio teme novos desastres
ambientais.
Em 29 de março de 2003, uma destas
duas barragens extintas de rejeitos industriais se rompeu, espalhando lignina —
produto resultante da fabricação de celulose — no Rio Pomba e, por conseguinte,
em 200 quilômetros do Rio Paraíba do Sul, impedindo a população fluminense de
utilizar a água. Este lastimoso episódio, que foi um dos maiores acidentes ambientais do país, continua presente na mente da maioria
dos miracemenses, pois, para quem não sabe, é no Rio Pomba que a Cedae faz captação para suprir o abastecimento de água potável na cidade de Miracema.
Em 2009, as barragens de lignina de Cataguases
quase romperam novamente, o que poderia ter jogado de uma vez 1,4 bilhão de
litros de rejeitos no Pomba e Paraíba do Sul. Na época, em decisão polêmica, a
ANA (Agência Nacional de Águas), em concordância com os órgãos ambientais do Rio e de Minas Gerais,
permitiu então a liberação gradual de rejeitos sem tratamento do Rio Pomba, entre
2009 e agosto do ano passado. Mas essa liberação foi de forma “paulatina”: no
período da seca, só eram liberados 10 litros por segundo, quando o Rio Pomba
estava com vazão de 70 mil litros por segundo. Mesmo assim, ele fica escuro por
um trecho de 300 metros.
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