Está autorizada, no Brasil, a perseguição, a
captura e o abate de javalis-europeus, da espécie Sus scrofa. A
decisão, publicada no Diário
Oficial da União de hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), permitirá uma tentativa de
controle desses animais que têm forte presença em algumas regiões do país,
onde, em grande volume, vêm destruíndo lavouras e deixando a população em
alerta.
Só será permitido o uso de armadilhas que
capturem e mantenham o animal vivo. Laços e dispositivos que acionam armas de
fogo, capazes de matar ou ferir os animais, estão proibidos.
O Ibama destacou que não será permitido o
transporte dos animais vivos ou a comercialização de qualquer produto e
subproduto obtido por meio do abate de javalis.
Esta autorização do IBAMA estava sendo pleiteada
por lavradores e ambientalistas de muitas localidades. Em março de 2011, a secretária do Meio Ambiente de Porciúncula relatou que javalis estavam destruindo as plantações no município, e, em
maio deste mesmo ano, o agrônomo Xico Graziano publicou no Estado de S. Paulo
uma matéria muito interessante sobre este assunto, que reproduzimos aqui no blog.
Nos últimos dias, os produtores da região de
Ponta Serrada, no oeste catarinense, registraram perdas até 20% nas plantações,
que são invadidas pelos javalis. Pelos números do Sindicato Rural de Ponte
Serrada, quase 3 mil animais da espécie circulam pela região, passando de uma
lavoura para outra e deixando um rastro de prejuízos, principalmente nas
culturas de milho e soja.
“Eles atacam as lavouras, principalmente, de
milho e soja, e trocam de lugar muito rapidamente. Os bandos caminham muito
durante a noite. Atacam uma lavoura aqui e daqui a pouco estão em outra
plantação lá longe”, contou José Forestti, presidente do sindicato. “Eles são
capazes de acabar com uma lavoura em uma noite, pisando nas plantações,
revirando a terra e se alimentando. Mas, fazem mais estragos do que comem”,
acrescentou.
O temor, segundo Forestti, é que a falta de
controle sobre o número de animais prejudique alguns produtores a ponto de não
terem o que colher na próxima safra. Forestti cercou sua propriedade com
material resistente, que mantém os javalis longe das culturas. “Mas eles ficam
ali, rodeando. A gente evita andar à noite nas lavouras porque se nos pegam de
surpresa, eles avançam. São agressivos e animais difíceis de abater porque são
espertos, se escondem”, disse.
Além da agressividade do animal, alguns moradores
temem os riscos à saúde, já que os javalis podem transmitir doenças como a
peste suína africana, peste suína clássica e febre aftosa. No oeste de Santa
Catarina, a maior parte dos javalis está no Parque Nacional das Araucárias.
Quando falta alimento nessa área, eles seguem para as propriedades rurais em
municípios como Ponte Serrada, Passos Maia, Água Doce, Vargeão, Faxinal dos
Guedes, Irani e Vargem Bonita, onde atacam as lavouras de milho, as hortas e
até os criatórios de aves e suínos.
Em 2010, os produtores de Santa Catarina
enfrentaram problemas semelhantes e conseguiram levar a Secretaria da
Agricultura a declarar que o javali Sus scrofa é nocivo à agricultura
e a autorizar o abate do animal por tempo indeterminado.
Com informações da Agência Brasil
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