Nascido no dia 2 de novembro de 1908, na cidade de Miracema, interior do
estado do Rio de Janeiro, Joaquim Casemiro chegou ao Morro do Salgueiro
em 1932. Comunicativo, sorridente, logo recebeu o apelido que viraria
um verdadeiro nome de toda sua família: Calça Larga. O apelido veio de
seus quase dois metros de altura, de seus 130 quilos, e da calça que
usava, com a boca que cobria os sapatos.
Figura dominante, não apenas pelo físico, mas também pelo conhecimento político e por sua liderança, Calça Larga logo se tornou uma das personalidades mais representativas da comunidade que começava a povoar o Morro do Salgueiro, onde chegou a ser presidente da Associação Pró-Melhoramentos. Amigo de infância do Governador Carlos Lacerda, Calça Larga freqüentava o Palácio da Guanabara para conseguir algumas melhorias fundamentais para a vida de sua gente, entre elas a canalização da água.
Festeiro por natureza, Calça Larga estava sempre à frente nas homenagens ao padroeiro São Sebastião e na organização do piquenique no dia 15 de novembro, quando, tradicionalmente, os moradores do Salgueiro iam passear na Ilha de Paquetá. Ele mobilizava o pessoal do Morro, divulgando o evento e vendendo os convites para o passeio.
Mas seu dom se manifestava mesmo nas escolas de samba. Ali era seu terreno, seu domínio. Na Unidos, depois nos Acadêmicos do Salgueiro, ensinava e organizava a evolução das pastoras, arrumava as alas, organizava a escola e ainda batia um pandeiro para incentivar a bateria.
Na quadra ele improvisava, de vez em quando, uma roda de samba, um pioneirismo que muita gente lhe atribui. Era só ter cerveja encalhada que Calça Larga convidava alguns ritmistas e promovia um concurso de passistas. Estava armado o pagode. Enquanto as passistas sambavam e as torcidas comemoravam, Calça Larga vendia o encalhe de cerveja.
Calça Larga sempre foi incentivador da fusão das três escolas do Morro do Salgueiro - a sua Unidos do Salgueiro, Depois eu Digo e Azul e Branco -, mas quando a união aconteceu, após o carnaval de 1953, ele não aderiu, pois desejava ver a nova escola com as cores - azul e rosa - e o nome da sua escola.
Ficou à frente da Unidos por pouco mais de um ano, quando foi participar do processo de fundação de outra escola de samba, a União de Jacarepaguá. Por sua habilidade política, bastante útil para a criação da escola, foi eleito o primeiro presidente da nova escola.
Mas sua vida não seria completa se não retornasse ao Morro do Salgueiro, seu verdadeiro lugar. E assim foi. Chegou aos Acadêmicos para tornar-se uma das maiores figuras da história da escola.
O carnaval de 1963 foi um capítulo especial na história de Calça Larga, quando foi um indiscutível líder no desfile que deu a incontestável vitória ao Salgueiro. Mas tanto empenho e esforço lhe valeram sérios problemas de saúde. Após o anúncio da vitória, Calça Larga foi internado no Hospital dos Servidores. Apesar de as doenças não terem lhe diminuído o ânimo, ele achava que era hora de parar. "Já sou campeão, quero me afastar", disse.
Passado o susto, Calça voltou para casa, mas alguns meses depois, contrariando sua própria decisão, voltou ao Salgueiro para reassumir o posto de diretor-geral e comandar a escola novamente.
Os preparativos para o desfile de 1965 já haviam começado. No dia 28 de agosto de 1964, uma sexta-feira, o ensaio do Salgueiro acontecia como sempre. As pastoras evoluíam com graça sob o comando de Calça Larga, de boné branco, as calças boca de sino e um apito, com o qual acentuava as ordens que dava. De repente, ele deu um giro em torno de si e caiu. A bateria parou e todos correram para o centro da quadra (que levaria seu nome) para tentar levantar os 130 quilos de Calça Larga. Antes de ser levado para o hospital, o comandante ainda balbuciou uma ordem: "Não parem o ensaio por minha causa... O samba tem que continuar!".
Poucas horas depois falecia Joaquim Casemiro Calça Larga. A notícia emocionou o mundo do samba e toda a cidade. Todos tinham consciência da enorme perda e da lenda que naquele dia nascia.
Figura dominante, não apenas pelo físico, mas também pelo conhecimento político e por sua liderança, Calça Larga logo se tornou uma das personalidades mais representativas da comunidade que começava a povoar o Morro do Salgueiro, onde chegou a ser presidente da Associação Pró-Melhoramentos. Amigo de infância do Governador Carlos Lacerda, Calça Larga freqüentava o Palácio da Guanabara para conseguir algumas melhorias fundamentais para a vida de sua gente, entre elas a canalização da água.
Festeiro por natureza, Calça Larga estava sempre à frente nas homenagens ao padroeiro São Sebastião e na organização do piquenique no dia 15 de novembro, quando, tradicionalmente, os moradores do Salgueiro iam passear na Ilha de Paquetá. Ele mobilizava o pessoal do Morro, divulgando o evento e vendendo os convites para o passeio.
Mas seu dom se manifestava mesmo nas escolas de samba. Ali era seu terreno, seu domínio. Na Unidos, depois nos Acadêmicos do Salgueiro, ensinava e organizava a evolução das pastoras, arrumava as alas, organizava a escola e ainda batia um pandeiro para incentivar a bateria.
Na quadra ele improvisava, de vez em quando, uma roda de samba, um pioneirismo que muita gente lhe atribui. Era só ter cerveja encalhada que Calça Larga convidava alguns ritmistas e promovia um concurso de passistas. Estava armado o pagode. Enquanto as passistas sambavam e as torcidas comemoravam, Calça Larga vendia o encalhe de cerveja.
Calça Larga sempre foi incentivador da fusão das três escolas do Morro do Salgueiro - a sua Unidos do Salgueiro, Depois eu Digo e Azul e Branco -, mas quando a união aconteceu, após o carnaval de 1953, ele não aderiu, pois desejava ver a nova escola com as cores - azul e rosa - e o nome da sua escola.
Ficou à frente da Unidos por pouco mais de um ano, quando foi participar do processo de fundação de outra escola de samba, a União de Jacarepaguá. Por sua habilidade política, bastante útil para a criação da escola, foi eleito o primeiro presidente da nova escola.
Mas sua vida não seria completa se não retornasse ao Morro do Salgueiro, seu verdadeiro lugar. E assim foi. Chegou aos Acadêmicos para tornar-se uma das maiores figuras da história da escola.
O carnaval de 1963 foi um capítulo especial na história de Calça Larga, quando foi um indiscutível líder no desfile que deu a incontestável vitória ao Salgueiro. Mas tanto empenho e esforço lhe valeram sérios problemas de saúde. Após o anúncio da vitória, Calça Larga foi internado no Hospital dos Servidores. Apesar de as doenças não terem lhe diminuído o ânimo, ele achava que era hora de parar. "Já sou campeão, quero me afastar", disse.
Passado o susto, Calça voltou para casa, mas alguns meses depois, contrariando sua própria decisão, voltou ao Salgueiro para reassumir o posto de diretor-geral e comandar a escola novamente.
Os preparativos para o desfile de 1965 já haviam começado. No dia 28 de agosto de 1964, uma sexta-feira, o ensaio do Salgueiro acontecia como sempre. As pastoras evoluíam com graça sob o comando de Calça Larga, de boné branco, as calças boca de sino e um apito, com o qual acentuava as ordens que dava. De repente, ele deu um giro em torno de si e caiu. A bateria parou e todos correram para o centro da quadra (que levaria seu nome) para tentar levantar os 130 quilos de Calça Larga. Antes de ser levado para o hospital, o comandante ainda balbuciou uma ordem: "Não parem o ensaio por minha causa... O samba tem que continuar!".
Poucas horas depois falecia Joaquim Casemiro Calça Larga. A notícia emocionou o mundo do samba e toda a cidade. Todos tinham consciência da enorme perda e da lenda que naquele dia nascia.
Pra que Calça Larga tenha sido amigo de infância de Carlos Lacerda, conforme afirma a pesquisa do Salgueiro, ele deve ter tido uma passagem por Vassouras, que era terra natal de Carlos Lacerda e grande produtora de café como Miracema naquela época. Calça Larga era 6 anos mais velho que Carlos Lacerda.
ResponderExcluirTive o prazer de trabalhar com uma filha dele Creuza, mãe de Glorinha , hoje responsável pela ala das baianas.
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