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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cafeicultores de Porciúncula e Varre-Sai recebem Secadores do Rio Rural

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O uso de secadores rotativos pode reduzir de um mês para dois dias o processo de secagem do café, além de melhorar a qualidade e segurança alimentar do produto. De difícil acesso para o pequeno produtor, devido ao custo aproximado de R$ 31 mil, entre aquisição e instalação, o programa Rio Rural, da Secretaria de Agricultura, instalou sete secadores rotativos de café para atender grupos organizados de agricultores familiares, através de subprojetos grupais, nos dois municípios que mais produzem café no estado: Varre-Sai e Porciúncula.

Em Varre-Sai, maior produtor de café do estado, foram instalados três secadores. Para João Batista Fabri, dono do sítio Boa Sorte, o benefício maior é a independência dos agricultores.
 
- Para usar um secador particular, temos de esperar que ele termine de secar sua produção. Agora podemos utilizar o equipamento na hora que precisamos - disse Batista, que mora na microbacia Inverno, onde o secador beneficiou 500 sacas de café na última safra, produzidos por oito agricultores.
 
Neste grupo, a organização comunitária chama a atenção. A associação dos pequenos produtores rurais de Ribeirão do Inverno, fundada há cerca de 10 anos, estava dispersa, mas se fortaleceu com o apoio do Rio Rural, através das reuniões do Cogem.
 
- Os produtores perceberam que juntos podem ir mais longe - afirmou Manoel Duarte Ramos Filho, técnico da Emater-Rio e executor do Rio Rural.
 
Mais qualidade, maior valor venal
Na microbacia Bonsucesso, em Porciúncula, quatro produtores utilizaram o secador instalado pelo Rio Rural, beneficiando, juntos, cerca de 300 sacas. Dono do sítio Lajinha, Luís Gonzaga Fabri produz café há 35 anos e pela primeira vez pôde usar o equipamento. Ele conta que, com a secagem mecânica, o preço da saca aumentou 50 reais.
 
- Este dinheiro vai dar mais qualidade de vida pra minha família, e também será investido no sítio - explicou Gonzaga, que tem uma nascente protegida com apoio do Rio Rural.
 
Perto dali, na microbacia Arataca, outro secador beneficiou 15 produtores e processou 500 sacas de café, no total. Além dos quatro agricultores que se uniram para a implantação do subprojeto grupal, o equipamento pôde atender outros 11 cafeicultores da localidade.
 
- Não havia secador nas proximidades. Além disso, aqui o produtor paga uma taxa de uso que é inferior ao valor praticado no mercado - contou Marcos Fernando Pelegrini, membro do Cogem e da associação local.
 
A taxa foi estipulada pelos próprios agricultores, em todas as localidades beneficiadas com o equipamento. São R$ 15 por hora, para custear o gasto com energia elétrica, lenha, operador e uma reserva para manutenção. O valor cobrado pelos prestadores de serviço nesta área é de R$ 25 por hora.
 
Ciclo bianual
A cultura do café é bianual. Quando produz muito em um ano, no ano seguinte tem uma safra menor. Luis Gonzaga Fabri, por exemplo, colheu 180 sacas este ano, e espera colher 300 sacas no ano que vem. Ele estima que o secador instalado na microbacia Bonsucesso processe, no mínimo, 800 sacas de café em 2013.
 
Engenheiro agrônomo da Emater-Rio de Porciúncula, Cristiano Catheringer foi responsável pela instalação dos equipamentos e dá assistência aos cafeicultores para garantir a boa safra.
 
- A análise do solo é indispensável. Ela mostra o tipo e a quantidade do adubo que deverá ser usado na lavoura. Além disso, fazemos correção com calcário de 3 em 3 anos, e cuidamos da prevenção de pragas e doenças no cafezal - ressaltou o agrônomo.
 
Em Porciúncula, foram instalados quatro secadores rotativos de café, mas a demanda ainda é grande. No local, estão sendo elaborado 20 novos subprojetos grupais para instalação de secadores.

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